APERTEM OS CINTOS, O DONO DO MUNDO SUMIU!
Em 2012 ocorrerá o fim do mundo? Será que desta vez Hollywood acertou a data? Já chutaram outros anos com diversas previsões e formas de destruição que variam desde aquecimento global e queda de meteoritos até invasão de vampiros sem garras e sem graça com sua gang de Hannah Montanas. O filme 2012 é recheado de efeitos espetaculares perfeitos para descreverem a catástrofe final, porém a maior delas é o próprio roteiro. A cada filme eles se superam quando o assunto (ou falta dele) é pieguice. A velha história do pai fracassado e separado tentando salvar os filhos do apocalipse não muda nunca e aqui claro, se repete. O salvador do mundo como sempre é o presidente dos EUA, desta vez coincidentemente negro, na pele do brilhante Danny Glover - caricato de tanto melodrama – que prefere a morte ao lado de seu povo do que a salvação. Nem Ary Toledo seria tão engraçado! O vilão, claro, um russo, afinal parece que para Hollywood a Guerra Fria nunca cessou. Soma-se a este festival de bobagens algumas metáforas (um verniz na tentativa de tornar a obra Cult) dando ênfase ao desmoronamento religioso, sinalizados com a queda e destruição do Cristo Redentor e do Vaticano, além da inundação de templos budistas, tentando assim aniquilar o poder da fé, quando o fim se aproxima. E por falar em religião e fé, a idéia da salvação desta vez vem dos primórdios numa espécie de Noé high-tech e sua arca Futurama. Pelo visto os clichês já descritos foram todos seguidos à risca da cartilha “como se fazer um filme catástrofe de acordo com Michael Bay” e chegam inclusive a cansar tanto a paciência de qualquer espectador, a ponto de em alguns casos, estes se sentirem mais a vontade entre as lavas de um vulcão do que na sala de cinema naquele momento. Não sei bem se os Maias, Nostradamus ou Mãe Dinah acertarão quando o mundo de fato vai acabar, mas que o fim está próximo não precisa se pensar muito para saber. Basta seguir os sinais óbvios que nossa belíssima raça nos proporciona. Animais em extinção para suprir o simples prazer de um cachecol de pele ou algum novo creme que prometa a juventude eterna. Emissões de poluentes em excesso tornando o ar irrespirável em diversas regiões do planeta, tornando as quatro estações apenas uma obra de Vivaldi ou um extinto disco da Legião! O desmatamento de duas mil arvores por ano apenas para suprir o luxo de uma madame que com uma gotinha de seu Chanel número 5, tenta disfarçar o mal cheiro de sua vasta mediocridade.Filhos assassinam pais, criminosos comandam ações de dentro da cadeia, corruptos assumidos se reelegem, países como a China se rendem ao capitalismo e só perpetuam sua miséria de forma galopante, crianças trabalham como escravas, outras se prostituem, estudantes queimam índios por puro lazer e outros humilham e ofendem uma jovem desinibida, que depois da desforra, mesmo sem talento algum se torna personalidade nacional, enfim a inversão de valores chega a ser de tamanha proporção que se descritas no espaço físico de uma obra de Cervantes faltaria ainda espaço. Creio que só isto seja um sinal de que as coisas não andam bem por aqui, mas para por mais fogo neste vulcão, nosso querido Brasil que tem fama de ser um dos países mais pacifistas do mundo recebe com honrarias uma figura contraditória como Ahmadinejad, atual presidente do Irã, que venceu as eleições de forma fraudulenta. Este extremista, ditador e provocador, além de torturar e aniquilar adversários, afirma que o Holocausto foi uma grande fraude e como se não bastasse investe bilhões em armas nucleares para fins “pacifistas”. Junto de seu grande amigo Hugo Chávez planejam dominar o mundo, antes de 2012, claro. Mas até lá a gente segue feliz se preparando pra copa e para as olimpíadas brazucas, caso o mundo não se acabe de novo. Enquanto Joh Cuzack foge de avião da catástrofe, nosso querido Lulinha, o adolescente rebelde de 40 anos, usa aviões da força aérea para passeio com amigos e seu bom e querido pai, assim como o presidente dos filmes de ação americanos se torna também herói nos cinemas com um filme que custou a bagatela de 17 milhões de reais – Woody Allen faz filme com 5 milhões e ainda estrelas de cinema - e conta sua história escrita pelos irmãos Grimm. A estréia prevista para 2010, ano eleitoral no Brasil. Seria 2010 o nosso 2012? É meus caros sete leitores, será que estamos diante do Big Brother de George Orwell? Assim como Sócrates, só sei que nada sei, mas uma coisa posso lhes afirmar: assistindo 2012 o único pensamento que lhe passa à cabeça é porque o mundo não acabou antes de você ter comprado o seu ingresso?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
VOCÊS QUEREM BACALHAU?
Terezinha!!! Yuhuuuu! Vocês querem Bacalhau?? Aí que saudades do cassino do chacrinha. Assim como rugia o refrão da canção tema do velho guerreiro, creio que meus sete leitores devem sentir uma certa nostalgia do programa que praticamente dominou e ditou regras no mercado musical brasileiro por longa data. O velho jocoso, libidinoso, engraçado e caricato, cercado por suas belas chacretes que eram na época o sonho de consumo de qualquer homem, levava o caos visual e uma orgia musical para as telas da Rede Globo, naquela época líder absoluta em audiência. Muita gente foi lançada pelas batutas do velho guerreiro. Nomes como Roberto Carlos, Fábio Junior, Alceu Valença, Raul Seixas, pediam benção para senhor Abelardo Barbosa, o eterno chacrinha. O filme Alô, Alô, Terezinha, em cartaz nos cinemas, não é uma cinebiografia de Chacrinha, como aponta o cartaz publicitário, mas sim um documentário sobre o Programa do Chacrinha. No documentário – divertido, diga-se de passagem – desfilam figuras bizarras como o calouro Abacaxi e outros sem nenhuma vocação, mas com uma pretensão ainda latente herdada dos quinze sagrados minutos de fama. Artistas consagrados dão seus depoimentos sobre a figura de Chacrinha e contam divertidos causos de bastidores, mas a grande vedete do filme – sem trocadilhos – são as chacretes. Estas mulheres com corpos esculturais e donas de uma sedução capaz de deixar um eunuco excitado dominaram os sonhos eróticos de praticamente toda a população masculina – e feminina em alguns casos – e se tornaram marca registrada quando o assunto era sensualidade. Diferente das bailarinas robóticas de axé music ou das masculinizadas funkeiras, e até mesmo no pior dos casos, alpinistas sociais que se utilizam de uma situação infame dentro de uma faculdade com tendências nazistas de comportamento, para se transformar em símbolo sexual decadente de uma nação incoerente, as chacretes tinham brilho, tinham características marcantes e acima de tudo bom humor em suas personalidades modeladas pelo mestre Abelardo, pastoril da TV. A situação que estas mulheres se encontram hoje em alguns casos chega a ser deprimente, mas mesmo envelhecidas, com seus corpos outrora esculturais, hoje parecendo mais um rabisco de pintor amador, ainda mantém algo que não se apagou com o tempo: o brilho nos olhos somado ao bom humor. Chacrinha selecionava bem seu grupo, diferente de hoje, que você vê apenas corpos sem expressão, sem humor, sem identidade. Quantas vezes você não se confundiu com uma bailarina de axé? Afinal até o nome de algumas é o mesmo, para confundir – ou não confundir - mais ainda. Em matéria de música e de programas de auditório, a confusão é maior e a saudades de tempos remotos fervilha em nossos corações. A música vive o seu pior momento de todos os tempos, onde a criatividade, a inteligência e sobretudo a originalidade foram esmagadas e toda esta gosma resultante socada goela abaixo dos pobres telespectadores lunáticos que aceitam sem queixas aquilo que lhes é imposto. Apresentadores de TV apáticos, que hoje dominam o horário, seguem completamente isentos de talento e de carisma, talvez por isto necessitem constantemente do saco de bondades financiado por patrocinadores para “presentear” espectadores sorteados com casas novas, carros novos entre outros produtos fabricados, porém não tendo capacidade alguma de presentearem seu público com humor, diversão e simpatia, uma qualidade sutil que sempre foi peculiar a homens que faziam até mesmo de um programa banal de auditório, arte bruta que era lapidada na mente de cada espectador, assim como este queira. Ah que saudades do cassino do Chacrinha, onde a casa ganhava, mas nós pobres jogadores, ao menos éramos bem recebidos e nos divertíamos à beça!
Terezinha!!! Yuhuuuu! Vocês querem Bacalhau?? Aí que saudades do cassino do chacrinha. Assim como rugia o refrão da canção tema do velho guerreiro, creio que meus sete leitores devem sentir uma certa nostalgia do programa que praticamente dominou e ditou regras no mercado musical brasileiro por longa data. O velho jocoso, libidinoso, engraçado e caricato, cercado por suas belas chacretes que eram na época o sonho de consumo de qualquer homem, levava o caos visual e uma orgia musical para as telas da Rede Globo, naquela época líder absoluta em audiência. Muita gente foi lançada pelas batutas do velho guerreiro. Nomes como Roberto Carlos, Fábio Junior, Alceu Valença, Raul Seixas, pediam benção para senhor Abelardo Barbosa, o eterno chacrinha. O filme Alô, Alô, Terezinha, em cartaz nos cinemas, não é uma cinebiografia de Chacrinha, como aponta o cartaz publicitário, mas sim um documentário sobre o Programa do Chacrinha. No documentário – divertido, diga-se de passagem – desfilam figuras bizarras como o calouro Abacaxi e outros sem nenhuma vocação, mas com uma pretensão ainda latente herdada dos quinze sagrados minutos de fama. Artistas consagrados dão seus depoimentos sobre a figura de Chacrinha e contam divertidos causos de bastidores, mas a grande vedete do filme – sem trocadilhos – são as chacretes. Estas mulheres com corpos esculturais e donas de uma sedução capaz de deixar um eunuco excitado dominaram os sonhos eróticos de praticamente toda a população masculina – e feminina em alguns casos – e se tornaram marca registrada quando o assunto era sensualidade. Diferente das bailarinas robóticas de axé music ou das masculinizadas funkeiras, e até mesmo no pior dos casos, alpinistas sociais que se utilizam de uma situação infame dentro de uma faculdade com tendências nazistas de comportamento, para se transformar em símbolo sexual decadente de uma nação incoerente, as chacretes tinham brilho, tinham características marcantes e acima de tudo bom humor em suas personalidades modeladas pelo mestre Abelardo, pastoril da TV. A situação que estas mulheres se encontram hoje em alguns casos chega a ser deprimente, mas mesmo envelhecidas, com seus corpos outrora esculturais, hoje parecendo mais um rabisco de pintor amador, ainda mantém algo que não se apagou com o tempo: o brilho nos olhos somado ao bom humor. Chacrinha selecionava bem seu grupo, diferente de hoje, que você vê apenas corpos sem expressão, sem humor, sem identidade. Quantas vezes você não se confundiu com uma bailarina de axé? Afinal até o nome de algumas é o mesmo, para confundir – ou não confundir - mais ainda. Em matéria de música e de programas de auditório, a confusão é maior e a saudades de tempos remotos fervilha em nossos corações. A música vive o seu pior momento de todos os tempos, onde a criatividade, a inteligência e sobretudo a originalidade foram esmagadas e toda esta gosma resultante socada goela abaixo dos pobres telespectadores lunáticos que aceitam sem queixas aquilo que lhes é imposto. Apresentadores de TV apáticos, que hoje dominam o horário, seguem completamente isentos de talento e de carisma, talvez por isto necessitem constantemente do saco de bondades financiado por patrocinadores para “presentear” espectadores sorteados com casas novas, carros novos entre outros produtos fabricados, porém não tendo capacidade alguma de presentearem seu público com humor, diversão e simpatia, uma qualidade sutil que sempre foi peculiar a homens que faziam até mesmo de um programa banal de auditório, arte bruta que era lapidada na mente de cada espectador, assim como este queira. Ah que saudades do cassino do Chacrinha, onde a casa ganhava, mas nós pobres jogadores, ao menos éramos bem recebidos e nos divertíamos à beça!
domingo, 8 de novembro de 2009
NOSSA VIDA NÃO É APENAS UM SONHO
A maior bilheteria de todos os tempos foi o filme “TITANIC”. Por razões mais do que óbvias até hoje ninguém pensou em fazer um TITANIC 2 (calma que ainda há tempo mas o diretor Sam Mendes – Beleza Americana – arriscou o que já deveriam ter arriscado antes: uma outra história de amor com o casal mais famoso dos cinemas em termos de cifra adocicada – Leonardo di Caprio e Kate Wislet, aliás, Sra. Mendes. No filme “Apenas um sonho” baseado no excelente livro “Revolutionary Road”, o diretor põe a prova o talento indiscutível destes dois astros numa história que seria a antítese de TITANIC. No filme de Cameron o casal interpretava dois apaixonados de classes sociais distintas que o amor aproximava e superava-se até mesmo diante de uma tragédia naval que estava por vir. No filme de Mendes, a história muda de papel por completo, pois aqui o naufrágio não é do navio e sim do próprio amor. Pois é, meus caros sete leitores, esta palavrinha que anda tanto em desuso – a não ser nos discos do Zezé e em campanhas comerciais de dia dos namorados – naufraga em meio à tragédia de uma relação conturbada. O iceberg do Titanic de Mendes é a ambição cega e a vontade desenfreada de querer ser diferente de todos e por isto nos afastarmos o máximo possível de tudo aquilo que nos traga a felicidade por vezes até mesma revestida de rotina. Porém quem disse que a rotina é ruim? Ou melhor, quem disse que a rotina existe, senão em nossas pobres cabecinhas manipuladas? Um jornalista da Discovery Chanel que vaga pelo mundo afora descobrindo povos, idéias e cultura pode se sentir entediado após um ano de viagens, tal qual uma dona de casa passando roupa. O problema não está no nosso tempo ou no que fazemos com ele e sim no que buscamos e no quanto nos tornamos repetitivos. Reclamar o tempo todo não deixa de ser uma rotina, aliás a pior delas?
A mídia é um cérebro gigante e burro que pensa por todos e age por ninguém. Ela alimenta-nos de sonhos impossíveis e corrói tudo aquilo que nos seria possível. A humanidade segue os padrões regidos pela mídia, pois tem preguiça de agir por conta própria e de fomentar seus próprios desejos. Ela nos propõe que a felicidade está em viagens, em restaurantes caros, em roupas da moda, na fama fácil, mas quem de fato é o dono da verdade neste jogo de gato e rato? Todos nós pensamos ser especiais e achamos que há um plano divino para nossa felicidade e com o tempo descobrimos – tardiamente – que não há plano algum para ser feliz. Basta SER feliz. A felicidade é imaginária e está tanto numa viagem para a Austrália quanto no perfume de uma simples rosa, o que varia são os pontos de vistas. Temos de viver ao máximo os bons momentos e como já fora mencionado no belo filme de Sean Penn – Natureza Selvagem – a felicidade real só existe quando é compartilhada, portanto meus caros sete leitores, amar ainda é a melhor forma de ser feliz e de se quebrar a rotina e além de tudo é a mais barata e mais acessível, pois TODOS podem amar, agora ser amado já é outra questão, aí requer talento, que todos temos, mas que esquecemos de exercitá-lo, enquanto ficamos pensando na rotina do dia a dia e deixamos passar despercebido um belo sorriso, um beijo de tirar o ar, uma noite de amor inesquecível e porque não planejar a cada dia um projeto novo para se viver do lado de quem ama, afinal meus caros sete leitores a graça da vida sempre este na viagem e não no destino da chegada. Life is journey not a destination! E o grande segredo é desviar-se dos icebergs que a vida nos põe com o intuito de afundar com nosso amor. Encontre sua cara metade, seja feliz e viva não apenas um sonho, mas sim o momento!
A maior bilheteria de todos os tempos foi o filme “TITANIC”. Por razões mais do que óbvias até hoje ninguém pensou em fazer um TITANIC 2 (calma que ainda há tempo mas o diretor Sam Mendes – Beleza Americana – arriscou o que já deveriam ter arriscado antes: uma outra história de amor com o casal mais famoso dos cinemas em termos de cifra adocicada – Leonardo di Caprio e Kate Wislet, aliás, Sra. Mendes. No filme “Apenas um sonho” baseado no excelente livro “Revolutionary Road”, o diretor põe a prova o talento indiscutível destes dois astros numa história que seria a antítese de TITANIC. No filme de Cameron o casal interpretava dois apaixonados de classes sociais distintas que o amor aproximava e superava-se até mesmo diante de uma tragédia naval que estava por vir. No filme de Mendes, a história muda de papel por completo, pois aqui o naufrágio não é do navio e sim do próprio amor. Pois é, meus caros sete leitores, esta palavrinha que anda tanto em desuso – a não ser nos discos do Zezé e em campanhas comerciais de dia dos namorados – naufraga em meio à tragédia de uma relação conturbada. O iceberg do Titanic de Mendes é a ambição cega e a vontade desenfreada de querer ser diferente de todos e por isto nos afastarmos o máximo possível de tudo aquilo que nos traga a felicidade por vezes até mesma revestida de rotina. Porém quem disse que a rotina é ruim? Ou melhor, quem disse que a rotina existe, senão em nossas pobres cabecinhas manipuladas? Um jornalista da Discovery Chanel que vaga pelo mundo afora descobrindo povos, idéias e cultura pode se sentir entediado após um ano de viagens, tal qual uma dona de casa passando roupa. O problema não está no nosso tempo ou no que fazemos com ele e sim no que buscamos e no quanto nos tornamos repetitivos. Reclamar o tempo todo não deixa de ser uma rotina, aliás a pior delas?
A mídia é um cérebro gigante e burro que pensa por todos e age por ninguém. Ela alimenta-nos de sonhos impossíveis e corrói tudo aquilo que nos seria possível. A humanidade segue os padrões regidos pela mídia, pois tem preguiça de agir por conta própria e de fomentar seus próprios desejos. Ela nos propõe que a felicidade está em viagens, em restaurantes caros, em roupas da moda, na fama fácil, mas quem de fato é o dono da verdade neste jogo de gato e rato? Todos nós pensamos ser especiais e achamos que há um plano divino para nossa felicidade e com o tempo descobrimos – tardiamente – que não há plano algum para ser feliz. Basta SER feliz. A felicidade é imaginária e está tanto numa viagem para a Austrália quanto no perfume de uma simples rosa, o que varia são os pontos de vistas. Temos de viver ao máximo os bons momentos e como já fora mencionado no belo filme de Sean Penn – Natureza Selvagem – a felicidade real só existe quando é compartilhada, portanto meus caros sete leitores, amar ainda é a melhor forma de ser feliz e de se quebrar a rotina e além de tudo é a mais barata e mais acessível, pois TODOS podem amar, agora ser amado já é outra questão, aí requer talento, que todos temos, mas que esquecemos de exercitá-lo, enquanto ficamos pensando na rotina do dia a dia e deixamos passar despercebido um belo sorriso, um beijo de tirar o ar, uma noite de amor inesquecível e porque não planejar a cada dia um projeto novo para se viver do lado de quem ama, afinal meus caros sete leitores a graça da vida sempre este na viagem e não no destino da chegada. Life is journey not a destination! E o grande segredo é desviar-se dos icebergs que a vida nos põe com o intuito de afundar com nosso amor. Encontre sua cara metade, seja feliz e viva não apenas um sonho, mas sim o momento!
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
IT WOULD BE THIS! – SERIA ISTO
Dias antes de partir deste mundo, Michael Jackson numa entrevista exclusiva a revista Rolling Stone afirmou que a sua nova turnê seria algo completamente impressionante e que deixaria todo seu público de queixo caído. Uma coisa é fato: Michael pode ter mentido com relação à suas plásticas e até mesmo com relação à origem do moonwalk - passe este que se tornou a marca de MJ, mas foi criado por Bill Bailey na década de 50 -, mas quando o assunto é show, música e fãs, o astro era fiel, pois seu espetáculo “This is it” de fato não só deixaria os fãs de boca aberta, como já vem deixando o mundo de boca aberta apenas com um teaser do que seria este espetáculo. Estreou esta semana nos cinemas – e em mais um ato inovador de sua equipe de marketing, com prazo de exibição apenas de duas semanas –, o documentário que leva o nome do show prometido e o conselho deste singelo colunista é: CORRAM PARA ASSISTIR! O filme é um retrato do que de fato Michael era – um artista excepcional. A imagem caricata de personagem de Tim Burton que as plásticas o transformaram, desaparece junto com os supostos casos de pedofilia, o bebê pendurado, as esquisitices, toda esta bobagem de tablóides que não nos interessa. O que vale é ver Michael ali no seu real habitat: O PALCO! Ali ele domina como ninguém. Conhece cada nota e cada compasso de seus sucessos, é mestre na arte de coreografar, tem feeling do que o público quer presenciar, um timing teatral absurdo, é literalmente “o dono do pedaço”! O diretor Kenny Ortega, esta ali mais para ser o porta voz dos desejos de Michael do que o diretor propriamente dito, pois chega a ser engraçado a discordância de idéias e a aceitação de tudo que MJ propõe, no melhor estilo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Os cenários são surreais de tão imponentes, o time de bailarinos só com os melhores do mundo, músicos dispensa-se comentários, tudo é realmente de cair o queixo e como se não bastasse toda esta produção ainda se tem o mega astro em excelente forma física e vocal, o que nos põe em cheque sobre as condições estranhas de sua morte. Em nenhum momento sequer Michael dá pistas de uma pessoa doente, viciada e acima de tudo fora de forma. Concordo que sua magreza é aguda, mas até aí, Mick Jagger e Steven Tyler compactuam desta forma estão em condições melhores do que qualquer homem comum na idade deles. O filme segue o set-list do show que começa com a dançante “Wanna be starting something” e fecha com a emblemática “Man in the mirror”, passando pelos clássicos de Jackson. Para se ter noção da qualidade técnica do espetáculo, em Smooth Criminal, Michael contracena com Rita Hayworth – eterna Gilda – e Humphrey Bogart numa montagem absolutamente perfeita do clássico “À beirado absimo”. Em Thriller um cemitério inteiro é montado no palco e a platéia assiste a tudo em 3 D com diversas cenas de um filme exclusivo feito para o show. Eu poderia ficar aqui citando música a música, mas a coluna é curta assim como foi a vida de Michael, que faz e fará muita falta, pois nos padrões atuais de divulgação será um tanto quanto impossível um talento como o deste moço conseguir seu espaço. Michael é sobrenatural assim como sua obra. This is it!
Dias antes de partir deste mundo, Michael Jackson numa entrevista exclusiva a revista Rolling Stone afirmou que a sua nova turnê seria algo completamente impressionante e que deixaria todo seu público de queixo caído. Uma coisa é fato: Michael pode ter mentido com relação à suas plásticas e até mesmo com relação à origem do moonwalk - passe este que se tornou a marca de MJ, mas foi criado por Bill Bailey na década de 50 -, mas quando o assunto é show, música e fãs, o astro era fiel, pois seu espetáculo “This is it” de fato não só deixaria os fãs de boca aberta, como já vem deixando o mundo de boca aberta apenas com um teaser do que seria este espetáculo. Estreou esta semana nos cinemas – e em mais um ato inovador de sua equipe de marketing, com prazo de exibição apenas de duas semanas –, o documentário que leva o nome do show prometido e o conselho deste singelo colunista é: CORRAM PARA ASSISTIR! O filme é um retrato do que de fato Michael era – um artista excepcional. A imagem caricata de personagem de Tim Burton que as plásticas o transformaram, desaparece junto com os supostos casos de pedofilia, o bebê pendurado, as esquisitices, toda esta bobagem de tablóides que não nos interessa. O que vale é ver Michael ali no seu real habitat: O PALCO! Ali ele domina como ninguém. Conhece cada nota e cada compasso de seus sucessos, é mestre na arte de coreografar, tem feeling do que o público quer presenciar, um timing teatral absurdo, é literalmente “o dono do pedaço”! O diretor Kenny Ortega, esta ali mais para ser o porta voz dos desejos de Michael do que o diretor propriamente dito, pois chega a ser engraçado a discordância de idéias e a aceitação de tudo que MJ propõe, no melhor estilo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Os cenários são surreais de tão imponentes, o time de bailarinos só com os melhores do mundo, músicos dispensa-se comentários, tudo é realmente de cair o queixo e como se não bastasse toda esta produção ainda se tem o mega astro em excelente forma física e vocal, o que nos põe em cheque sobre as condições estranhas de sua morte. Em nenhum momento sequer Michael dá pistas de uma pessoa doente, viciada e acima de tudo fora de forma. Concordo que sua magreza é aguda, mas até aí, Mick Jagger e Steven Tyler compactuam desta forma estão em condições melhores do que qualquer homem comum na idade deles. O filme segue o set-list do show que começa com a dançante “Wanna be starting something” e fecha com a emblemática “Man in the mirror”, passando pelos clássicos de Jackson. Para se ter noção da qualidade técnica do espetáculo, em Smooth Criminal, Michael contracena com Rita Hayworth – eterna Gilda – e Humphrey Bogart numa montagem absolutamente perfeita do clássico “À beirado absimo”. Em Thriller um cemitério inteiro é montado no palco e a platéia assiste a tudo em 3 D com diversas cenas de um filme exclusivo feito para o show. Eu poderia ficar aqui citando música a música, mas a coluna é curta assim como foi a vida de Michael, que faz e fará muita falta, pois nos padrões atuais de divulgação será um tanto quanto impossível um talento como o deste moço conseguir seu espaço. Michael é sobrenatural assim como sua obra. This is it!
sábado, 24 de outubro de 2009
GUEVARICES QUIXOTESCAS
E chega ao fim a saga cinematográfica de CHE GUEVARA contada pelo diretor Steven Soderbergh com o premiado Benício Del Toro encarnando o guerrilheiro. Contada em duas partes – que até poderia se considerar uma trilogia sobre Che se incluíssemos Diário da Motocicleta, de nosso Walter Salles – esta segunda e última, relata os dias finais de Che antes de ser emboscado e assassinado em 9 de outubro de 1967 em La Higuera, Bolívia. A história de Che emociona e inspira pelo carisma, força e sobretudo coragem deste que é o símbolo da revolução, no sentido mais amplo da palavra. Che se formou médico ainda muito jovem, mas após uma cruzada pela América do Sul em duas rodas – primeiro bicicleta e depois moto -, observando tanta miséria e abandono de um povo, trocou a cura de doenças humanas por uma busca desenfreada e sem limites pela cura do mundo. Che - de nacionalidade argentina - conheceu Fidel e ao lado deste derrubou a ditadura em Cuba em meio a confrontos narrados no primeiro filme de Soderbergh. Com Fidel no poder, Che recebeu a patente de segundo homem mais poderoso de Cuba e trocou todo o luxo do poder por mais uma batalha em nome da revolução novamente por um país – a Bolívia - que não o seu de origem. Jean Paul Sartre, um dos maiores filósofos contemporâneos considerou Che como o homem mais maduro do nosso século. A imagem de herói de Guevara, foi criada na década de 60 e muitos atribuem ao fato da ausência de heróis nesta época, porém pergunto como que Che ainda é herói até hoje? Os anos 70, 80, 90 e a década atual também não produziram heróis? O fato lamentável e real, meus caros sete revolucionários leitores favoritos é que herói da estirpe de Guevara ainda não nasceu e talvez não nasça tão cedo. O próprio Che sempre foi avesso ao título de herói, pois lutava por um mundo sem heróis ou um mundo onde todos nós fossemos heróis. Morto por sua própria utopia, Che perdeu a vida para a força e o poder do capitalismo, mas nunca perdeu sua honra e acima de tudo sua verdade que ainda brilha nos corações de quem luta por uma bela causa. Talvez um dia ele volte a inspirar homens de coragem e de caráter ímpar como o dele para lutar contra esta desigualdade cruel que existe em nosso mundo. Muitos políticos e aspirantes a políticos erguem a bandeira de Che para conseguir votos e nada mais. Afinal tem até mesmo uma cidade que fica ali, bem ao sul do equador, próxima a grande metrópole São Paulo, onde vereadores idolatram a coragem de Che, mas não seguem seus princípios na prática, afinal ele poderia ser rico e morreu pobre e nunca sequer cogitou a idéia de comprar uma simples bolsa no valor de dois mil e quinhentos dólares, que convenhamos alimentaria muitas famílias e traria pelo menos uma dose de felicidade e sorriso nos lábios de inocentes que valeriam muito mais do que um desfile fútil em nome de uma moda mais fútil ainda. O verdadeiro socialista treme de indignação frente a uma injustiça social. Também há políticos que juram brigar pelo povo, mas quando chegam ao seu posto ignoram que exista tal povo e lutam apenas em causa própria, inclusive querendo mudar até o horário das já reduzidas sessões na câmara para que não atrapalhe suas outras fontes de renda. Che nunca recebeu um centavo para lutar pelo próximo, coisa aliás que deveria ser analisada pelos eleitores, afinal quem ama tanto uma cidade e seu povo, poderia muito bem ser voluntário para uma cidade – e um mundo – melhor e não apenas funcionário, na maioria das vezes com atuação abaixo da mediocridade. O jeito meus caros é seguir em frente com a boiada, claro enquanto não te soltarem numa arena ao som de música brega e tortura física para alegria dos fariseus. Aliás, a alegria deles foi ver um homem que deu sua vida para salvar os pobres, ser assassinado. E qual foi o final de Che? Seria Guevara mais um salvador, assim como Zapata, Sandino, Chico Mendes, Gandhi, entre tantos outros que proclamamos a volta e que tiveram sempre o mesmo final que os nossos antepassados deram ao maior salvador de todos? O verdadeiro revolucionário é movido por sentimentos de amor, mas a revolução se faz dia a dia através de um homem e de seu povo!
E chega ao fim a saga cinematográfica de CHE GUEVARA contada pelo diretor Steven Soderbergh com o premiado Benício Del Toro encarnando o guerrilheiro. Contada em duas partes – que até poderia se considerar uma trilogia sobre Che se incluíssemos Diário da Motocicleta, de nosso Walter Salles – esta segunda e última, relata os dias finais de Che antes de ser emboscado e assassinado em 9 de outubro de 1967 em La Higuera, Bolívia. A história de Che emociona e inspira pelo carisma, força e sobretudo coragem deste que é o símbolo da revolução, no sentido mais amplo da palavra. Che se formou médico ainda muito jovem, mas após uma cruzada pela América do Sul em duas rodas – primeiro bicicleta e depois moto -, observando tanta miséria e abandono de um povo, trocou a cura de doenças humanas por uma busca desenfreada e sem limites pela cura do mundo. Che - de nacionalidade argentina - conheceu Fidel e ao lado deste derrubou a ditadura em Cuba em meio a confrontos narrados no primeiro filme de Soderbergh. Com Fidel no poder, Che recebeu a patente de segundo homem mais poderoso de Cuba e trocou todo o luxo do poder por mais uma batalha em nome da revolução novamente por um país – a Bolívia - que não o seu de origem. Jean Paul Sartre, um dos maiores filósofos contemporâneos considerou Che como o homem mais maduro do nosso século. A imagem de herói de Guevara, foi criada na década de 60 e muitos atribuem ao fato da ausência de heróis nesta época, porém pergunto como que Che ainda é herói até hoje? Os anos 70, 80, 90 e a década atual também não produziram heróis? O fato lamentável e real, meus caros sete revolucionários leitores favoritos é que herói da estirpe de Guevara ainda não nasceu e talvez não nasça tão cedo. O próprio Che sempre foi avesso ao título de herói, pois lutava por um mundo sem heróis ou um mundo onde todos nós fossemos heróis. Morto por sua própria utopia, Che perdeu a vida para a força e o poder do capitalismo, mas nunca perdeu sua honra e acima de tudo sua verdade que ainda brilha nos corações de quem luta por uma bela causa. Talvez um dia ele volte a inspirar homens de coragem e de caráter ímpar como o dele para lutar contra esta desigualdade cruel que existe em nosso mundo. Muitos políticos e aspirantes a políticos erguem a bandeira de Che para conseguir votos e nada mais. Afinal tem até mesmo uma cidade que fica ali, bem ao sul do equador, próxima a grande metrópole São Paulo, onde vereadores idolatram a coragem de Che, mas não seguem seus princípios na prática, afinal ele poderia ser rico e morreu pobre e nunca sequer cogitou a idéia de comprar uma simples bolsa no valor de dois mil e quinhentos dólares, que convenhamos alimentaria muitas famílias e traria pelo menos uma dose de felicidade e sorriso nos lábios de inocentes que valeriam muito mais do que um desfile fútil em nome de uma moda mais fútil ainda. O verdadeiro socialista treme de indignação frente a uma injustiça social. Também há políticos que juram brigar pelo povo, mas quando chegam ao seu posto ignoram que exista tal povo e lutam apenas em causa própria, inclusive querendo mudar até o horário das já reduzidas sessões na câmara para que não atrapalhe suas outras fontes de renda. Che nunca recebeu um centavo para lutar pelo próximo, coisa aliás que deveria ser analisada pelos eleitores, afinal quem ama tanto uma cidade e seu povo, poderia muito bem ser voluntário para uma cidade – e um mundo – melhor e não apenas funcionário, na maioria das vezes com atuação abaixo da mediocridade. O jeito meus caros é seguir em frente com a boiada, claro enquanto não te soltarem numa arena ao som de música brega e tortura física para alegria dos fariseus. Aliás, a alegria deles foi ver um homem que deu sua vida para salvar os pobres, ser assassinado. E qual foi o final de Che? Seria Guevara mais um salvador, assim como Zapata, Sandino, Chico Mendes, Gandhi, entre tantos outros que proclamamos a volta e que tiveram sempre o mesmo final que os nossos antepassados deram ao maior salvador de todos? O verdadeiro revolucionário é movido por sentimentos de amor, mas a revolução se faz dia a dia através de um homem e de seu povo!
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
GLORIOSO TARANTINO BASTARDO
Era uma vez um garoto nerd, que de tanto assistir a filmes de todos os gêneros, revelou-se um cinéfilo incontestavelmente erudito no assunto e absorvido por toda esta cultura oriunda da sétima arte se transformou em um ícone absoluto do cinema contemporâneo! Quentin Tarantino já havia cravado seu nome na lista dos diretores consagrados do cinema de autor, após o sucesso de Cães de Aluguel e seu cult movie Pulp Fiction e hoje, sem dúvidas, já é referência absoluta no assunto. Pode ser discutido e analisado lado a lado com seus heróis de infância e adolescência, pois inegavelmente entrou no rol dos Grandes Diretores. Mas para aqueles que discordam e achavam que depois de alguns desastres o moço havia se perdido, aqui está a resposta: Bastardos Inglórios. Arrisco dizer sem medo que é o melhor trabalho de Tarantino. O moço cresceu e está cada vez mais infalível na arte de contar uma história como quase ninguém faz nos dias de hoje. Claro que a crítica cheirando a mofo vomitou seu ódio ao rapaz, considerando a obra de Tarantino uma brincadeira, porém se dez por cento apenas dos diretores que esta mesma “crítica” tanto ovaciona fizessem metade da brincadeira de Quentin, o cinema agradeceria e a platéia mais ainda. O filme gira em torno da segunda guerra, mas diferente dos 400 mil filmes que já vimos a respeito, nesta produção absolutamente criativa o diretor arrisca, ironiza, polemiza e mistura – sua assinatura – como ninguém a cultura Pop com personagens e fatos históricos, como o temido Führer, sugerindo até um final mais poético – claro que nos moldes Tarantinescos - para o fim do nazismo. A qualidade técnica do filme é avassaladora e nos leva a uma verdadeira viagem por grandes movimentos e linguagens cinematográficas que vão desde o velho oeste de Sergio Leone até o nouvelle vague de Truffaut, passando por Cinderella, Chaplin, Marlon Brando e outras dezenas de referências que um cinéfilo divagaria sem parar. Um dos trunfos de Quentin - além desta geléia geral - é a direção de atores, sempre notória e sua fama de xamã dos astros apagados - ressucitando-os ao mundo dos holofotes como fez com Travolta, David Caradine e Kurt Russel -, mas neste caso faz o inverso, utilizando o mega star Brad Pitt, que apesar de ser o carro chefe da produção participa no máximo 25 minutos em um filme de quase três horas dando vida a um personagem brilhantemente caricato e arrasador. Mas para não fugir totalmente da linha xamã, o diretor incluiu o esquecido camaleônico Mike Myers – o eterno Austin Powers – em uma rápida participação na trama. Mas a verdadeira estrela do filme - além de Tarantino, claro - é o ator austríaco Christoph Waltz que interpreta magnificamente o oficial Land, fio condutor de toda a trama e que assim como os vilões selecionados a dedo para a série Batman, rouba a cena em todos seus momentos. Christoph Waltz: guardem bem este nome! Voltando a trama – escrita por Tarantino e concluída após oito anos - a história gira em torno de um grupo de mercenários assassinos de nazistas liderados por Aldo (Pitt) que tem como missão por fim à guerra eliminando Hitler e seus oficiais, o que aliás ele e seu grupo faz com tanto prazer e ódio, que se tornam o pesadelo de qualquer nazista. Em uma trama paralela uma das vitimas do holocausto – Sachana – consegue escapar com vida - após ver sua família ser fuzilada por Land - e se torna dona de um cinema em Paris, que ironicamente foi escolhido para promover um filme nazista. Aproveitando esta estranha oportunidade, a jovem traça um engenhoso plano de vingança e sua história funde-se com a dos Bastardos Inglórios num momento mais que oportuno! Meus caros sete leitores, fica aí uma bela dica para quem ama cinema. Assim como Mel Brooks fez com Primavera para Hitler, o nazismo neste filme é devastado e o Führer recebe o seu verdadeiro lugar na história: uma piada de péssimo gosto que deve ser ridicularizada sempre para que jamais seja seguida por qualquer idiota!
Aliás, simbolicamente, Tarantino – e sua sempre extravagante trilha sonora - sugere em sua obra que o assunto queime de vez nas salas de cinema, afinal Hitler e suas aberrações já nos saturaram com sua crueldade. Vida nova para o mundo e vida nova para o cinema, que nas mãos de Tarantino sempre ganha fôlego e carisma de menino travesso. Encerro a coluna com a última frase do roteiro - dita pelo personagem de Pitt – onde o próprio roteirista/diretor proclama: “Acho que esta deve ser minha obra prima”. Concordo contigo, Tarantino. Está é a sua obra prima!
Era uma vez um garoto nerd, que de tanto assistir a filmes de todos os gêneros, revelou-se um cinéfilo incontestavelmente erudito no assunto e absorvido por toda esta cultura oriunda da sétima arte se transformou em um ícone absoluto do cinema contemporâneo! Quentin Tarantino já havia cravado seu nome na lista dos diretores consagrados do cinema de autor, após o sucesso de Cães de Aluguel e seu cult movie Pulp Fiction e hoje, sem dúvidas, já é referência absoluta no assunto. Pode ser discutido e analisado lado a lado com seus heróis de infância e adolescência, pois inegavelmente entrou no rol dos Grandes Diretores. Mas para aqueles que discordam e achavam que depois de alguns desastres o moço havia se perdido, aqui está a resposta: Bastardos Inglórios. Arrisco dizer sem medo que é o melhor trabalho de Tarantino. O moço cresceu e está cada vez mais infalível na arte de contar uma história como quase ninguém faz nos dias de hoje. Claro que a crítica cheirando a mofo vomitou seu ódio ao rapaz, considerando a obra de Tarantino uma brincadeira, porém se dez por cento apenas dos diretores que esta mesma “crítica” tanto ovaciona fizessem metade da brincadeira de Quentin, o cinema agradeceria e a platéia mais ainda. O filme gira em torno da segunda guerra, mas diferente dos 400 mil filmes que já vimos a respeito, nesta produção absolutamente criativa o diretor arrisca, ironiza, polemiza e mistura – sua assinatura – como ninguém a cultura Pop com personagens e fatos históricos, como o temido Führer, sugerindo até um final mais poético – claro que nos moldes Tarantinescos - para o fim do nazismo. A qualidade técnica do filme é avassaladora e nos leva a uma verdadeira viagem por grandes movimentos e linguagens cinematográficas que vão desde o velho oeste de Sergio Leone até o nouvelle vague de Truffaut, passando por Cinderella, Chaplin, Marlon Brando e outras dezenas de referências que um cinéfilo divagaria sem parar. Um dos trunfos de Quentin - além desta geléia geral - é a direção de atores, sempre notória e sua fama de xamã dos astros apagados - ressucitando-os ao mundo dos holofotes como fez com Travolta, David Caradine e Kurt Russel -, mas neste caso faz o inverso, utilizando o mega star Brad Pitt, que apesar de ser o carro chefe da produção participa no máximo 25 minutos em um filme de quase três horas dando vida a um personagem brilhantemente caricato e arrasador. Mas para não fugir totalmente da linha xamã, o diretor incluiu o esquecido camaleônico Mike Myers – o eterno Austin Powers – em uma rápida participação na trama. Mas a verdadeira estrela do filme - além de Tarantino, claro - é o ator austríaco Christoph Waltz que interpreta magnificamente o oficial Land, fio condutor de toda a trama e que assim como os vilões selecionados a dedo para a série Batman, rouba a cena em todos seus momentos. Christoph Waltz: guardem bem este nome! Voltando a trama – escrita por Tarantino e concluída após oito anos - a história gira em torno de um grupo de mercenários assassinos de nazistas liderados por Aldo (Pitt) que tem como missão por fim à guerra eliminando Hitler e seus oficiais, o que aliás ele e seu grupo faz com tanto prazer e ódio, que se tornam o pesadelo de qualquer nazista. Em uma trama paralela uma das vitimas do holocausto – Sachana – consegue escapar com vida - após ver sua família ser fuzilada por Land - e se torna dona de um cinema em Paris, que ironicamente foi escolhido para promover um filme nazista. Aproveitando esta estranha oportunidade, a jovem traça um engenhoso plano de vingança e sua história funde-se com a dos Bastardos Inglórios num momento mais que oportuno! Meus caros sete leitores, fica aí uma bela dica para quem ama cinema. Assim como Mel Brooks fez com Primavera para Hitler, o nazismo neste filme é devastado e o Führer recebe o seu verdadeiro lugar na história: uma piada de péssimo gosto que deve ser ridicularizada sempre para que jamais seja seguida por qualquer idiota!
Aliás, simbolicamente, Tarantino – e sua sempre extravagante trilha sonora - sugere em sua obra que o assunto queime de vez nas salas de cinema, afinal Hitler e suas aberrações já nos saturaram com sua crueldade. Vida nova para o mundo e vida nova para o cinema, que nas mãos de Tarantino sempre ganha fôlego e carisma de menino travesso. Encerro a coluna com a última frase do roteiro - dita pelo personagem de Pitt – onde o próprio roteirista/diretor proclama: “Acho que esta deve ser minha obra prima”. Concordo contigo, Tarantino. Está é a sua obra prima!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Um soco no estômago
Não sou um bom gourmet quando o assunto é cinema nacional. Portanto confesso não ter um paladar aguçado para os pratos oferecidos a preços exorbitantes em nossa repetida cozinha custeada pela Petrobrás. Mas devo admitir que vez por outra surgem pratos saborosos e nutritivos, caso do excelente “Estômago”, filme de estreia do diretor Marcos Jorge, que define muito bem seu filme como: “Uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia”.
O herói ou anti-herói desta fábula é Nonato, um dos milhares de nordestinos que chegam às metrópoles para arriscarem uma vida melhor e acabam por descobrirem que nesta selva de pedra ou se devora ou se é devorado. E já que a lei é gastronômica, Nonato então se torna cozinheiro e descobre aos poucos seu talento nato para esta profissão, tal qual o ratinho Remy do excepcional Ratatouille da Disney-Pixar, de quem aliás Marcos Jorge emprestou algumas pitadas de tempero para engrossar seu caldo, exagerando um pouco mais no sal do que os tradicionais pratos adoçados da Disney.
A receita praticamente é a mesma, afinal ambos (Nonato e Remy) sofrem preconceitos, são desmerecidos, envolvem-se em amores praticamente impossíveis e acabam no final dando a volta por cima mesmo com todas as adversidades, mas já que não estamos em Paris – infelizmente - e muito menos num bistrô cinco estrelas comandando por um rato chefe de cozinha, vamos nos ater ao nosso mundo de botecos sujos com coxinhas saborosas e cantinas pretensiosamente elegantes chefiadas por estrangeiros famintos por nossa diversidade sexual.
A ascensão profissional de Nonato é narrada pelo mesmo, de dentro de uma prisão, mas o que ele faz ali e porque está preso você só saberá se chegar ao banquete final da história sem ter uma indigestão alimentar, pois a variedade de pratos oferecidos é grande e difícil recusar. Com um roteiro que mistura ingredientes como comédia, drama, sexo, humor, um elenco afiado, receitas culinárias adversas e outros elementos temperados com bons diálogos e tudo muito bem cozinhado e facilmente digerido, o cozinheiro nos conta o que aprendeu sobre vinhos, queijos, pratos e sobremesas especiais e, claro, sobre o amor e suas drásticas consequências.
A grande metáfora deste filme talvez seja a ordem antropofágica que rege o mundo onde comemos e somos comidos, literalmente ou simbolicamente. Talvez nossas vidas sejam como a visão de Woody Allen sobre a natureza, a qual ele considera apenas um gigantesco banquete onde você devora e será devorado - ao menos até quando as regras desta lei estiverem ao seu favor. Caso você não entenda, convide Darwin para um almoço e ele pode explicar melhor do que se trata.
Num país como o nosso - onde a fome de alimento vive em constante companhia à fome de cultura - come-se farinha e cacto pra enganar o estômago e se alimenta de TV e música barata pra enganar o cérebro. Mas nossa desnutrição perene permanece e nos mantém enfraquecidos, porém nunca deve nos tirar a fome de vencer e de se reservar o nosso lugar na grande ceia. Portanto para que isto ocorra alimente seu espírito, pois ele é seu suplemento para suprir estas deficiências.
Leia bons livros, conheça pessoas interessantes, ame de verdade, sorria, se alimente de cultura e de informação para que a dor de estômago ao menos seja aliviada. Ah, antes que eu me esqueça, claro, veja bons filmes, pois são ótimos alimentos para a alma. O prato da semana está servido. Bom apetite! A propósito, não esqueça os dez por cento do garçom. Agradeço!
Não sou um bom gourmet quando o assunto é cinema nacional. Portanto confesso não ter um paladar aguçado para os pratos oferecidos a preços exorbitantes em nossa repetida cozinha custeada pela Petrobrás. Mas devo admitir que vez por outra surgem pratos saborosos e nutritivos, caso do excelente “Estômago”, filme de estreia do diretor Marcos Jorge, que define muito bem seu filme como: “Uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia”.
O herói ou anti-herói desta fábula é Nonato, um dos milhares de nordestinos que chegam às metrópoles para arriscarem uma vida melhor e acabam por descobrirem que nesta selva de pedra ou se devora ou se é devorado. E já que a lei é gastronômica, Nonato então se torna cozinheiro e descobre aos poucos seu talento nato para esta profissão, tal qual o ratinho Remy do excepcional Ratatouille da Disney-Pixar, de quem aliás Marcos Jorge emprestou algumas pitadas de tempero para engrossar seu caldo, exagerando um pouco mais no sal do que os tradicionais pratos adoçados da Disney.
A receita praticamente é a mesma, afinal ambos (Nonato e Remy) sofrem preconceitos, são desmerecidos, envolvem-se em amores praticamente impossíveis e acabam no final dando a volta por cima mesmo com todas as adversidades, mas já que não estamos em Paris – infelizmente - e muito menos num bistrô cinco estrelas comandando por um rato chefe de cozinha, vamos nos ater ao nosso mundo de botecos sujos com coxinhas saborosas e cantinas pretensiosamente elegantes chefiadas por estrangeiros famintos por nossa diversidade sexual.
A ascensão profissional de Nonato é narrada pelo mesmo, de dentro de uma prisão, mas o que ele faz ali e porque está preso você só saberá se chegar ao banquete final da história sem ter uma indigestão alimentar, pois a variedade de pratos oferecidos é grande e difícil recusar. Com um roteiro que mistura ingredientes como comédia, drama, sexo, humor, um elenco afiado, receitas culinárias adversas e outros elementos temperados com bons diálogos e tudo muito bem cozinhado e facilmente digerido, o cozinheiro nos conta o que aprendeu sobre vinhos, queijos, pratos e sobremesas especiais e, claro, sobre o amor e suas drásticas consequências.
A grande metáfora deste filme talvez seja a ordem antropofágica que rege o mundo onde comemos e somos comidos, literalmente ou simbolicamente. Talvez nossas vidas sejam como a visão de Woody Allen sobre a natureza, a qual ele considera apenas um gigantesco banquete onde você devora e será devorado - ao menos até quando as regras desta lei estiverem ao seu favor. Caso você não entenda, convide Darwin para um almoço e ele pode explicar melhor do que se trata.
Num país como o nosso - onde a fome de alimento vive em constante companhia à fome de cultura - come-se farinha e cacto pra enganar o estômago e se alimenta de TV e música barata pra enganar o cérebro. Mas nossa desnutrição perene permanece e nos mantém enfraquecidos, porém nunca deve nos tirar a fome de vencer e de se reservar o nosso lugar na grande ceia. Portanto para que isto ocorra alimente seu espírito, pois ele é seu suplemento para suprir estas deficiências.
Leia bons livros, conheça pessoas interessantes, ame de verdade, sorria, se alimente de cultura e de informação para que a dor de estômago ao menos seja aliviada. Ah, antes que eu me esqueça, claro, veja bons filmes, pois são ótimos alimentos para a alma. O prato da semana está servido. Bom apetite! A propósito, não esqueça os dez por cento do garçom. Agradeço!
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