sexta-feira, 31 de maio de 2013

PAPA CHICO, PAPA BENTO

E com tantos problemas no mundo, o Vaticano ainda insiste em permanecer no atraso, seguindo na contramão da história. O Papa Chico afirmou recentemente que ateus também vão para o céu. Alguns ortodoxos se assustaram, mas os católicos de boa alma e de boa fé enxergaram com bons olhos a postura do líder liberal e humanista. Aí o Vaticano repudiou a afirmativa em comunicado oficial, dizendo que ateus vão para o inferno. Esta semana, como num jogo de ping pong entre deus e o diabo, em que o ateu é a bolinha, o papa voltou a afirmar que ateus vão para o céu, e nesta lenga-lenga sem o menor sentido, o mundo sim, é que está caminhando para o inferno e ninguém faz nada. Será que uma instituição tão poderosa e rica como a Igreja não tem assuntos mais importantes para discutir, como por exemplo, a fome, a miséria, o trabalho escravo, a pedofilia, ao invés de perder tempo em comprar ingressos para a diabolândia para quem simplesmente não crê no mesmo deus que ela promove? Se houvesse de fato um inferno com um diabão vermelho carregando seu tridente e espetando a bunda de pecadores, não seria mais provável que alguns padres pedófilos ou até o antigo papa Bento XVI, que absolveu e protegeu alguns, inclusive o padre Oliver O'Grady, um verdadeiro monstro, não estariam assim com seu passaporte carimbado já pro inferno? Nas cadeias do mundo inteiro a vasta maioria de sua população crê em deus e quase menos de 1% são de ateus. Assassinos, perdoados após confissão, ganham o céu, mas ateus que nunca fizeram mal a ninguém, as trevas. Huum, interessante a matemática do Vaticano. A mesma que subtrai neurônios da população que crê nestas histórias absurdas e tolas. Vivemos num mundo politeísta, onde vários deuses circulam e é direito de qualquer pessoa crer ou não crer neles. Isto não as faz menores e nem maiores. O que faz uma pessoa boa ou má é o amor que trás em seu coração. Conheço muito ateu, infinitamente mais digno do que religiosos que carregam a bíblia em uma mão e na outra uma faca para te apunhalar nas costas. Admiro e muito a postura do papa Chico, assim como a de João Paulo II, que apesar de todo poder político não perderam a humildade e tiveram a iniciativa de projetar mudanças e quebrar dogmas arcaicos. Não se julga alguém por sua cor, sexualidade, pensamentos ou crença, mas sim sobre seus atos e caráter. Eu me reservo ao direito de crer em um deus que não é o que a bíblia promove. Prefiro crer em um deus de harmonia, de beleza, de paz e sobretudo de amor. Um deus criança e não um deus político, egocêntrico e cruel. Não posso crer em um deus que exige dez por cento dos bens de uma pobre pessoa para em troca lhe dar mais bens. Não posso crer em um deus que exige sacrifício de animais. Não posso crer num deus que explode edifícios ou sequestra aviões para que assim, respeitem suas leis. Vivemos uma nova era e já está mais do que na hora de notarmos que o mundo precisa urgentemente de uma renovação. Não vai chegar um Jesus surfando dos céus. Não vai haver também um julgamento final e uma fila de três bilhões de pessoas sendo julgadas. Já imaginou o quanto de tempo isto levaria? Talvez nem chegasse sua vez, afinal nesta fila todos gostariam de estar no final dela. Deus esta dentro de cada um de nós. O respeito e o amor ainda são as regras básicas para uma sociedade mais justa onde não seja tolerado mais a fome, a miséria, a corrupção, a riqueza descomunal, as guerras, e tantas outras coisas que só nos afastam cada vez mais do arquiteto universal, a quem carinhosamente chamamos de deus, a esta força criadora que está dentro de nós, esperando que a despertemos e assim possamos evoluir e tornar nosso mundo um lugar mais digno de se viver. Palmas para o Papa Chico por dar ao menos o primeiro passo contra a intolerância e quem sabe assim inspirar fiéis e ateus do mundo inteiro de que existe sim um deus e este, meus caros, chama-se amor.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

QUANDO A BOLSA ESTOURAR

Um simples boato sobre o fim do Bolsa Família gerou tumulto e levou 900 mil pessoas às agências da Caixa e causou indisposição no governo. Para tumultuar ainda mais, circula com recordes de visualização na net o vídeo onde uma beneficiária reclama do susto e ainda argumenta que o valor é muito baixo, já que a filha precisa comprar uma calça jeans de trezentos reais e o dinheiro não dá. Bom, ficam aí alguns pontos para discussão, mas eu me pergunto, porque não gasto com roupa há tempos e a última calça jeans que comprei custou quarenta reais e ainda tive de pagar do meu bolso sem auxílio do governo? O bolsa família deveria então mudar para bolsa fashion? Sou só eu que acho que este benefício nada mais é do que uma forma que o PT encontrou de manter eleitores, já que o próprio Lula, também em vídeos na net, em sua campanha para presidente em 2000, era terrivelmente contra este tipo de auxílio, por achar que só serviria para comprar votos, pois a classe "empobrecida" do país pensa pelo estômago e não por ideologias. Bom, creio que a única diferença entre eu e o ex-presidente, fora o patrimônio absurdo dele, está no fato de mudar de ideia mais rápido do que eu, quando o poder lhe sobe à cabeça. Eu sou completamente contra este tipo de auxílio e vantagens. Nunca gostei e nunca aprovei a quota racial de faculdades, pois creio que dai sim nasce o racismo, pois inteligência e pobreza não têm cor. Conheço muito branco favelado sem condições e muito menos vantagens quotistas, sedento para uma chance de estudar. Assim como não concordo com auxílio-reclusão e muito menos com a estúpida bolsa-crack, no valor de R$ 1.350,00, mais do que eu ganho no mês, trabalhando. Onde vamos parar com tanta injustiça? Porque não criar o auxílio-vítima, para que crianças que perderam pais e esposas que perderam maridos, vítimas de criminosos que ironicamente são beneficiários do tal auxílio-reclusão, também não tenham a chance de uma vida no mínimo digna, já que o núcleo da família foi triturado pela violência urbana, por ora financiada pelo estado. E por que não uma bolsa-arte para quem ao invés de se entregar às drogas (o que é uma opção e não doença) faz poesia, música, teatro, para assim ter sentido em sua vida, mesmo por vezes tendo de passar fome. A verdade é que com estes auxílios e bolsas estamos é formando cada vez mais uma nação de vagabundos, criminosos e dependentes, tanto químicos, quanto do poder público, onde se recebe algo por não se fazer nada, enquanto quem trabalha e muito, paga a conta. A propaganda continua a colocar falsas informações nas mentes das pessoas, fazendo com que estas não se interessem pela verdade e endossem o que lhes é vendido. O governo alega que o bolsa família elevou milhões de pobres a um novo patamar, mas qual? Tiveram emprego? Educação? Saúde? Não, continuam sim sendo dependentes do governo, aí a prova de quase um milhão de pessoas entrarem em desespero só com o boato do fim do recurso. Mas e se de fato isto ocorrer um dia? A verdade virá à tona? Eu às vezes penso no cidadão branco, humilde, abstêmio, desempregado e com a ficha policial limpa. É um pobre coitado já que não tem benefício algum por não se encaixar nos padrões estabelecidos pelo governo para quem necessita de auxílio. Está na hora de se criar vergonha na cara. Colocar o congresso e o bando de gente que esta lá torrando rios de dinheiro e ainda criando leis estúpidas como estas, para de fato pensarem de uma vez por todas na nação. Está mais do que na hora de você, leitor, parar de seguir a boiada como um perfeito ruminante acéfalo direto para o abatedouro. Deixar de acreditar na propaganda e pensar por si mesmo. Não fazer parte de estatísticas criadas pelo governo para influenciar idiotas sem conhecimento. Faça você a diferença. Discuta, investigue, reflita, compartilhe, analise e lute pelo que é seu de direito, porque se for aguardar uma Bolsa-Inteligência ou quem sabe um Auxílio-Revolução, morrerá de fome na fila da Caixa à espera de uma esmola governamental em troca da sua preciosa arma: o voto!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

EI, VOCÊ AÍ, ME DÁ UM DINHEIRO AÍ...

Na minha insônia diária, eis que ligo a TV para distrair os olhos, não pensar em nada e ver se Morfeu vem enfim me abraçar, mas surge na tela uma figura alta, forte, em cima de um palco, pregando para milhares de pessoas, e como sempre o sujeito fala de dinheiro e claro, pede dizimo. Às vezes fico na duvida se esta pregando a bíblia ou a revista Exame da semana. Aí, eu que jurava que ia conseguir fazer dormir o hamster que vive dentro do meu cérebro 24 horas correndo no arco giratório, me pego, novamente a pensar. Por que o povo não é capaz de enxergar o charlatanismo descarado em nome do pobre Jesus? O tal pastor com jeito de jagunço, chapéu de vaqueiro (!!) e fala mansa, um estilo "mineirês", pede gentilmente que 150 mil pessoas doem apenas 300 reais a ele, para que estas 150 mil prosperem na vida. É isto mesmo que os senhores leram e o que ouvi: o sujeito cobra taxa de sucesso, como se fosse um agiota das vontades divinas. A questão é que não há inocentes em jogos de interesse. As pessoas que dão, entregam os valores, porque também almejam a riqueza e não a paz. O show de calouros continua, quando um sujeito na plateia, canastrão, por sinal, o que sugere a evidência lógica de fazer parte da equipe da turma do "Fé demais não cheira bem", se diz ex-mendigo, ex-viciado em crack, ex-alcólatra e mais uns 20 ex-clichês que você imagina. Mas ao ver o super pastor passar pela rua ele resolveu tocar a canela do mesmo e aí, Fiat Lux, seu mundo começou a prosperar. Juro que a história foi esta e eu não estava dormindo. Aliás, depois disto o próprio Morfeu se enforcou por vergonha alheia e perdi o sono de vez. O ex- mendigo tira do bolso 500 reais e diz: aqui esta metade do meu salário. Graças ao senhor, meu pastor, eu prosperei. E aí, este, faz aquele número de apresentador demagogo de TV, se faz de santo e já emenda na lata, como um Silvio Santos às avessas, que ao invés de gritar quem quer dinheiro, urra quem me dá mais dinheiro e manda: Querem prosperar? Este é o caminho. Era um ex-mindingo (palavras do pastor) e agora vai ser empresário... E a plateia endoidecida grita em extase: aleluia! Foi-se a era do Jesus bom que dividia, agora é a era do que multiplica. Vivemos de fato a era do TER e não mais do SER. O que me admira é um governo corrupto como o nosso e sedento por imposto, isentar todos estes charlatões que milionários prometem até a cura do câncer e do HIV. Realmente dá para se esperar um país digno com pessoas seguindo gente desta estirpe? Porque não colher material destes "moribundos" antes da cura milagrosa, para de fato louvar o nome destes pastores mágicos pelo mundo afora, afinal muita gente necessita destas curas. Não discuto aqui a fé das pessoas e muito menos religião, pois católicos, umbandistas, crentes, etc, todos merecem respeito e sempre o terão de minha parte, o que comento aqui é o descaramento deste culto "Banco Imobiliário". Você acha que Jesus, se vivo fosse, iria ter carros importados na garagem, viagens milionárias, horários na TV, e nos casos mais extremos, como divulgados na mídia, cometeria até estupros com suas fiéis? Não esta na hora de pensar com a cabeça e não com o bolso e chegar a humilde conclusão de que não há canelas mágicas, poções milagrosas e carnês de agenciamento celeste para a prosperidade terrena? Amigos, o bem maior de todos chama-se amor e este é de graça. Se de fato há um céu ou um inferno, creia que seus atos aqui com seu próximo é que contabilizarão seus pontos na sua hora final. O respeito, a dignidade, a fé e acima de tudo o bom senso, este pobre item excluído da cesta básica do cidadão, é o que vão mover você direto para a prosperidade que não a riqueza cantada em uma versão gospel e maquiada do clássico carnavalesco: Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí...

sexta-feira, 3 de maio de 2013

EU ACHO QUE O ACHISMO ANDA SE ACHANDO

Eu acho que de tanto as pessoas acharem, o achismo esta tomando conta da cultura do país dos que “se acham”, vocês não acham? Trocadilhos e liberdade poética à parte, o fato é que hoje todo mundo se tornou especialista em algo que não faz a menor ideia. São milhões de técnicos de futebol achando que suas teorias fariam de seu time campeão; são aspirantes a atrizes achando que sabem mais da arte do que a Meryl Streep; apresentadores de TV achando que entendem tudo sobre segurança, educação e alguns achando até que sabem mais de formigas do que um mirmecologista. E todos abaixam a cabeça como se tivessem ouvido a solução dos problemas do mundo. E por falar em soluções, todos acham que o país precisa rever sua constituição retrógrada, e isto é um fato óbvio e não achismo. Que temos que rever punição para criminosos, inclusive corruptos também é fato. Basta dizer que certo bicheiro que estava sendo investigado, foi preso e que mesmo com todas as provas que o fariam apodrecer na cadeia em qualquer país decente no planeta, aqui neste “oba-oba” generalizado, não só foi posto em liberdade, como continuou milionário e semana passada foi parado numa blitz porque até dirigir bêbado o cidadão dirige, ou seja, alguém acha que ele não tem a certeza de que o país foi feito para gente como ele? Gente que não acha, mas que “se acha”! Ultimamente o assunto nacional é a questão da maioridade penal e aí entra o clamor público de “basta” contra a opinião dos pseudo-intelectuais, que acham que sabem tudo, pois são doutores na disciplina “achismo”. O discurso é sempre o mesmo: diminuir a maioridade penal não resolve nada, o que precisamos é de que todos tenham oportunidades. Como é que é? Vamos pegar como exemplo o caso horripilante que daria nojo até ao diabo, da dentista queimada viva. A menina veio de uma família pobre, muito pobre. Como se não bastasse, ainda teve um irmã deficiente, então calculem o quanto uma família como esta sofreu (e sofre) para sobreviver. A menina não roubou, não matou e foi estudar. Sozinha, sem rendimentos, se formou dentista e criou sua oportunidade. Ajudava a comunidade, sustentava a família, levava sua vida honesta de gente pobre, mas decente, até que um bando junto a um menor de dezessete anos e 1,80 de altura resolve rouba-la, mas como só isto não basta, tacam fogo na moça. O “intelectual” diz: ele é uma pobre criança que precisa de ajuda, pois eu, você, todos nós somos culpados pelo que ele fez. Ora, faça-me o favor! Siga o exemplo de nossos irmãos estrangeiros que com toda sua cultura e educação, punem severamente menores criminosos. Na Europa, China, Japão, não há esta moleza daqui. Nos EUA, adolescente de doze anos que comete um crime hediondo é condenado e preso. Será que a gente sabe mais que eles? Porque no nosso país se mata mais do que em guerras como a do Iraque e até mesmo a do Vietnã. Já não passou da hora de rever estas leis ou isto é apenas um “achismo”? E já que o tema é este, o quanto não se perde em achar algo, ao invés de compreender, estudar e concluir. O sujeito rico acha que todo mundo só quer a grana dele; a menina bonita acha que todo mundo só quer sexo; o cara influente acha que todo mundo só quer uma oportunidade de trabalho; a boa moça acha que todo mundo só quer ela para desabafar; o estrangeiro acha que todo mundo só quer sua casa para passar temporada; o empresário acha que todo mundo só quer patrocínio; o genial acha que todo mundo quer roubar sua ideia; o jornalista acha que todo mundo só quer aparecer às custas dele; a modelo acha que só a querem para iluminar uma festinha; a estrela da TV acha que só querem a sua fama; e nestes tantos achismos, alimentamos cada vez mais esta solidão e estupidez do dia a dia. Como seria bom, se ao invés de achar, as pessoas amassem mais! Talvez o mundo fosse um lugar mais feliz e mais seguro para se viver.