quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PAI DE TODOS



Domingo é um dia especial para muitas famílias, afinal comemora-se o dia do seu chefe, provedor e conselheiro, na maioria delas: o PAI. Eu que perdi o meu, cedo demais, posso garantir que seguir em frente sem esta presença, esta sombra,não é nada fácil. Tente se equilibrar num fino fio ligado de um prédio ao outro, sabendo que ninguém está nem ao lado e nem abaixo para sustentar sua queda e perceberá o valor desta figura que está aí perto e às vezes nem é notada. Porque ser pai não é nada fácil. Basta nos lembrarmos do maior de todos eles, Deus, que ainda tem muito filho que sequer o deixa entrar em sua casa, que dirá em seu coração. Recentemente FHC aos oitenta anos de idade revelou-se um pai admirável, ao descobrir que Tomás Dutra Schmidt, filho da jornalista Miriam Dutra da TV Globo, não era seu filho legítimo, mesmo tendo-o assumido. Elegantemente como de costume, rebateu a imprensa com a seguinte frase: "Vou preservá-lo totalmente.,No afeto e nos recursos. É um assunto fora de discussão. Eu gosto muito dele e isso é que é importante." Mas do outro lado da moeda, esta Pelé, que para muitos é o rei do futebol, e para mim sempre será imperador, pois nunca teve a nobreza de um rei, a somar por suas atitudes fora dos campos. Muitos não se recordam, mas ele negou uma filha legítima e não teve sequer a honra de reconhece-la nem na morte da jovem moça, vítima de uma doença fatal. Baseando-se nestas personalidades, já que em nosso país a cartilha de casa é regida pela Caras ou pela televisão, pergunto: qual pai você está mais próximo? FHC ou Pelé? Tudo bem que temos outros pais generosos com seus filhos, como o ex presidente Lula que antes de ser eleito, o filho era zelador de zoológico e depois da eleição se tornou um dos maiores milionários do país. Paizão, né? Tem também o Fábio Jr., que faz do saco um corrimão para a Globo, mesmo com filhos que não herdaram seu talento. Há também alguns pais jogadores e pagodeiros que preferem amargurar dias na prisão do que alimentar seus rebentos com seus milhões de dólares arrecadados a custo de nada. Poderia ficar aqui divagando sobre Pais e pais,mas como o meu, que foi o maior de todos, não está presente, resolvi então dedicar o texto desta coluna a dois ícones paternos. O primeiro, no sentido figurativo, seria Don Vito Corleone da clássica trilogia O Poderoso Chefão, que apesar de mafioso e cruel com inimigos, numa dicotomia extrema, parecia não ter maldade no coração, pois era bom marido, excelente pai, avô carinhoso e que tratava como filhos, seus afilhados. Don Vito apenas usou de sua inteligência e psicologia de manipulação para ter poder e driblar todo um sistema cruel criado pelo mundo, do qual ele fora obrigado a sobreviver, após ter sua família inteira praticamente dizimada por homens gananciosos. O outro exemplo, este já real, é Dick Hoyt, protagonista de um dos vídeos mais emocionantes do youtube e um dos mais belos livros biográficos que já li e recomendo. Dick é dono de uma força sobrenatural que serve de exemplo para qualquer momento de sua vida. Rick, seu filho, é deficiente desde o nascimento, após seu cordão umbilical ficar preso ao pescoço, e ele perder oxigênio no cerebro. Os médicos disseram que ele seria um vegetal (termo este utilizado por quem nunca foi pai), mas Dick ignorou o aviso e lutou bravamente para o filho ser uma pessoa comum e conseguiu algo maior, tornando seu filho acima dos “comuns” como nós. Rick sonhava em ser corredor, então seu pai, começou a treinar e a participar de corridas empurrando a cadeira de rodas do filho, mas como isto não bastava para ambos, começaram a participar de maratonas e triatlons, e pasme você leitor, provas de Iron Man, provando ao mundo que NADA é impossível quando se ama. Quando perguntam a Rick o que desejaria fazer por seu pai, ele respondeu: "A coisa que eu mais gostaria de fazer por meu pai, seria senta-lo em uma cadeira e eu poder empurrar ele com minhas forças". E você, caro amigo? O que faria por seu pai? Que tal neste domingo abraça-lo e dizer isto a ele?






quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SANDY ENTRA PARA OS ANAIS DA HISTÓRIA DO SEXO



Desde que o mundo é mundo, sexo vende e muito. A contar pela profissão mais antiga, que até hoje ainda movimenta a economia, a sociedade e a política mundial.A história mais famosa, que nos foi contada sobre o início da vida, já envolvia um casal – Adão e Eva – que viviam nus e inauguraram o sexo. Ambos também foram protagonistas do primeiro caso de traição da história, seguido depois pela violenta morte de um de seus filhos, assassinado pelo outro, inaugurando assim outra modalidade em alta: a inveja. Já eram sexo e violência ditando os rumos da humanidade. Nascia assim, o primeiro caso de sensacionalismo da história e a certeza clara de que as escolhas de nossas vidas são feitas sempre pelas entranhas. O mercado publicitário que de bobo não tem nada – exceção às propagandas da Dolly - usa, abusa e se lambuza do sexo para vender seus produtos. São exércitos de bundas, bocas e peitos que vendem desde eletrodomésticos até cervejas. Tanto não há limites para a criatividade, que a marca de jeans, Diesel, criou um brinde que estimula sexo oral e que se tornou sucesso para promover seus produtos. O artefato, uma joelheira, é feito de um material parecido com o látex e vem em uma caixa auto-explicativa sobre a utilidade do apetrecho. Nas artes como um todo, sexo também sempre foi o sol deste sistema. A literatura, o cinema, a música e as artes plásticas giram em torno do sexo para se manterem. Eu que gosto de arte e de sexo, estou lançando “Sexo, Cinema & Dois Corpos Fumegantes”, meu novo livro, sobre a história do sexo nos cinemas e que espero ter um orgasmo com o sucesso do mesmo. Recentemente sexo e imprensa se colidiram, com o caso Watergate britânico, onde o mega bilionário das comunicações, Rupert Murdoch, vive a maior crise de sua existência logo após a descoberta de inúmeros grampos telefônicos financiados por ele, que tinham como foco entre inúmeras coisas, claro, a vida sexual dos grampeados. Seus jornais revelaram de segredos sexuais da família real até casos de infidelidade entre celebridades num retrato próximo do cenário descrito no livro 1984 de George Orwell, onde todos eram vigiados tempo integral pelo Big Brother – governo -, que no caso Murdoch virou a Big Sister fofoqueira. No Brasil não ficamos atrás, ou melhor, ficamos por trás, pois o assunto do momento no país do samba, futebol e da sacanagem é o que algumas celebridades gostam de levar atrás. A cantora Sandy numa declaração sobre prazer anal, à revista Playboy, se tornou a polêmica sexual da semana, como se só a pobre menina rica fizesse isto entre quatro paredes. O que mata é de fato a hipocrisia. Nelson Rodrigues já dizia que se todos soubessem o que cada um faz entre quatro paredes, ninguém mais se cumprimentava na rua. A menina, que já é mulher faz tempo, tenta a todo custo se livrar deste martírio de virgem eterna imposto pela mídia. Até devassa, ela já foi em rede nacional. E nos revela agora o que de fato Mariazinha ia fazer atrás do mato. Mariquinha enfim, abriu a porta! Quem esta rindo à toa é a não menos polêmica Adriane Galisteu, capa da revista, e que vai se dar bem com as vendas mais pela declaração de Sandy que pelo seu ensaio, convenhamos, já manjado. E neste trem da alegria enquanto mães se preocupam com a vida sexual de famosos, suas filhas engravidam de jogadores que não pagam pensão ou ainda no pior dos casos, de sujeitos que depois desparecem e a criança é jogada em cestos de lixo como uma embalagem de big Mac. Algo de fato esta errado, e não é o sexo, podem ter certeza, mas talvez a forma com que nos é vendido. Nossa MPBunda e suas coreografias vulgares somada a novelas com apologias à infidelidade, prostituição, inversão de valores e de papéis, tudo em troca do tal IBOPE, que equivale ao orgasmo para executivos de TV, é que de fato podem ser a ponta do iceberg do problema. Até na pacata vila do Chaves, houve caso de incesto revelado à mídia nesta semana, onde o ator que interpreta Kiko confessou ter se envolvido com a Dona Florinda, sua mãe no seriado. Mas em termos de sexo e sacanagem ninguém detém nosso insaciável governo que continua nos sodomizando ano após anûs sem dó, nem pena. Estes eternos filhos da primeira profissional do mundo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AMY WINEHOUSE E O CLUBE DOS 27



A encruzilhada em que Amy Winehouse se perdeu, foi cavada há décadas atrás pelo quase inventor do Blues, Robert Johnson, que inaugurou o famoso clube dos 27, dizem até que com honrarias do próprio diabo que comprou sua alma. O mistério que ronda sobre a morte de vários astros na fatídica idade dos 27 permanece um mistério, que já afirmava Einstein, é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras. Deixando as dúvidas de lado, a única certeza que temos é que a música é quem sai perdendo sempre a cada evento deste. Se de fato há este tal pacto com o tinhoso, ao menos o chifrudo tem bom gosto musical e não peca por qualidade. Você já viu algum cantor de forró, pagode, sertanejo ou dance music,morrer aos 27? Brincadeiras à parte, é lamentável ver pessoas tão jovens e tão produtivas perderem suas vidas de tal maneira. Enganam-se aqueles que os julgam por seus vícios e excessos, pois o mistério que ronda este número está além do declínio, até porque cada caso foi um caso diferente e nem todos da lista morreram por overdose. Além disto, se o uso excessivo de drogas fosse a pena de morte de músicos, Eric Clapton, Iggy Pop, David Bowie, entre outros, já estariam fazendo parte desta conceituada Jam Celestial (ou infernal) há tempos. Isto sem levar em consideração o maior mistério de todos: Keith Richards. O homem esta há cinco décadas fazendo sucesso; conheceu 99% do clube dos 27;deu aula de pós-graduação pra junkies do mundo inteiro e está em plena forma aos quase 70 anos. Seria Keith tão bom negociador, que enganou até o próprio diabo? Amy era um caso explícito de uma morte anunciada. Alguém que não apreciava a própria vida. Isto era mais do que nítido em seu olhar apagado e em suas atitudes degradantes. As pessoas como um todo, têm a mania de transformar em deuses e divas, aqueles que morrem cedo, mas com todo respeito aos que se foram, eu prefiro manter minha sinceridade tão viva quanto Keith Richards. Amy cantava bem e ponto final. Nunca a vi e confesso que nunca vou a ver como uma diva do jazz ou qualquer outra denominação desta envergadura.Faltava-lhe as artimanhas do palco, da composição e da arte de saber viver. Não produziu hits, não tinha um carisma magnético e não deixou performances indeléveis em palcos. Sua vida foi marcada por escândalos e estes, encobriram sua obra. Pouco se falou de música, a não ser a especulação comprada da mídia, no esquema “trama”, onde você, consumidor, acaba induzido a achar o básico, algo excepcional. Marketing puro. Mais puro que a cocaína no sangue da moça. Hendrix praticamente inventou a guitarra elétrica e tirou sons da mesma que até hoje impressionam; Morrison criou o rock arte, onde teatro, poesia e boa música marcaram uma geração; Janis, sem efeitos de estúdio, atingia notas absurdas com sua voz rasgada; Brian Jones fundou os Rolling Stones;Kurt Cobain e seu Nirvana foram um divisor de águas na história do rock. De forma independente chutou a porta da frente das gravadoras e foi recebido como um messias pelos fãs e pasmem, pelos executivos. Amy fez o que? Pagou micos homéricos e foi fabricada para uma morte anunciada. O maior crime contra esta moça veio de seus familiares, amigos e empresários, que hipocritamente fomentaram um fim lucrativo desta história, pois é nítido que todos ganhariam muito mais dólares com sua morte do que com sua vida.Johnny Cash passou por problemas piores que Amy, mas teve uma família, que com coragem conseguiu ajudá-lo a vencer tal batalha. Steven Tyler e Joe Perry do Aerosmith, inalaram um avião de cocaína, mas também tiveram família e amigos para darem um basta nisto. Amy infelizmente não teve esta sorte. Seus empresários se alimentaram de sua tragédia, desde o início de sua carreira e o fim, era inevitável. Com tantas drogas letais que somos obrigados a nos intoxicar, fica dificil saber qual de fato é a pior. Há a droga da corrupção, a droga do desrespeito, da intolerância, do preconceito, da religião que cega e mata, da vaidade, da ganância, que sinceramente hajam Amys, Jimis e Roberts para nos dar o alívio necessário.