segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AMY WINEHOUSE E O CLUBE DOS 27



A encruzilhada em que Amy Winehouse se perdeu, foi cavada há décadas atrás pelo quase inventor do Blues, Robert Johnson, que inaugurou o famoso clube dos 27, dizem até que com honrarias do próprio diabo que comprou sua alma. O mistério que ronda sobre a morte de vários astros na fatídica idade dos 27 permanece um mistério, que já afirmava Einstein, é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras. Deixando as dúvidas de lado, a única certeza que temos é que a música é quem sai perdendo sempre a cada evento deste. Se de fato há este tal pacto com o tinhoso, ao menos o chifrudo tem bom gosto musical e não peca por qualidade. Você já viu algum cantor de forró, pagode, sertanejo ou dance music,morrer aos 27? Brincadeiras à parte, é lamentável ver pessoas tão jovens e tão produtivas perderem suas vidas de tal maneira. Enganam-se aqueles que os julgam por seus vícios e excessos, pois o mistério que ronda este número está além do declínio, até porque cada caso foi um caso diferente e nem todos da lista morreram por overdose. Além disto, se o uso excessivo de drogas fosse a pena de morte de músicos, Eric Clapton, Iggy Pop, David Bowie, entre outros, já estariam fazendo parte desta conceituada Jam Celestial (ou infernal) há tempos. Isto sem levar em consideração o maior mistério de todos: Keith Richards. O homem esta há cinco décadas fazendo sucesso; conheceu 99% do clube dos 27;deu aula de pós-graduação pra junkies do mundo inteiro e está em plena forma aos quase 70 anos. Seria Keith tão bom negociador, que enganou até o próprio diabo? Amy era um caso explícito de uma morte anunciada. Alguém que não apreciava a própria vida. Isto era mais do que nítido em seu olhar apagado e em suas atitudes degradantes. As pessoas como um todo, têm a mania de transformar em deuses e divas, aqueles que morrem cedo, mas com todo respeito aos que se foram, eu prefiro manter minha sinceridade tão viva quanto Keith Richards. Amy cantava bem e ponto final. Nunca a vi e confesso que nunca vou a ver como uma diva do jazz ou qualquer outra denominação desta envergadura.Faltava-lhe as artimanhas do palco, da composição e da arte de saber viver. Não produziu hits, não tinha um carisma magnético e não deixou performances indeléveis em palcos. Sua vida foi marcada por escândalos e estes, encobriram sua obra. Pouco se falou de música, a não ser a especulação comprada da mídia, no esquema “trama”, onde você, consumidor, acaba induzido a achar o básico, algo excepcional. Marketing puro. Mais puro que a cocaína no sangue da moça. Hendrix praticamente inventou a guitarra elétrica e tirou sons da mesma que até hoje impressionam; Morrison criou o rock arte, onde teatro, poesia e boa música marcaram uma geração; Janis, sem efeitos de estúdio, atingia notas absurdas com sua voz rasgada; Brian Jones fundou os Rolling Stones;Kurt Cobain e seu Nirvana foram um divisor de águas na história do rock. De forma independente chutou a porta da frente das gravadoras e foi recebido como um messias pelos fãs e pasmem, pelos executivos. Amy fez o que? Pagou micos homéricos e foi fabricada para uma morte anunciada. O maior crime contra esta moça veio de seus familiares, amigos e empresários, que hipocritamente fomentaram um fim lucrativo desta história, pois é nítido que todos ganhariam muito mais dólares com sua morte do que com sua vida.Johnny Cash passou por problemas piores que Amy, mas teve uma família, que com coragem conseguiu ajudá-lo a vencer tal batalha. Steven Tyler e Joe Perry do Aerosmith, inalaram um avião de cocaína, mas também tiveram família e amigos para darem um basta nisto. Amy infelizmente não teve esta sorte. Seus empresários se alimentaram de sua tragédia, desde o início de sua carreira e o fim, era inevitável. Com tantas drogas letais que somos obrigados a nos intoxicar, fica dificil saber qual de fato é a pior. Há a droga da corrupção, a droga do desrespeito, da intolerância, do preconceito, da religião que cega e mata, da vaidade, da ganância, que sinceramente hajam Amys, Jimis e Roberts para nos dar o alívio necessário.

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