sexta-feira, 12 de março de 2010

CINELÂNDIA SAI DA COVA





Depois de um tempo fora de circulação, o blog Cinelândia está de volta para entreter, informar e acima de tudo acordar em meus amados e leais sete leitores a paixão pelo cinema, despertando-os para a crítica ácida sobre o que nós humanos nos tornamos a cada dia e como o cinema nos serve de espelho. Um bom exemplo disto, é o filme The Cove (aliás ao lado da premiação de Waltz como coadjuvante, juntos foram a única coisa que valeu a pena no Oscar deste ano, que sem sombra entrou para a história como o mais adocicado e sem graça de todos os tempos), eleito o Melhor Documentário pela Academia. A temática do filme é sobre a matança cruel e desenfreada de golfinhos no Japão, mas o filme, muito bem argumentado não se atém apenas a este fato lamentável da humanidade e abre ramificações de conteúdo político e social, nos mostrando de maneira informativa e emocionante, os rumos que o capitalismo desenfreado nos sugere. O pivô da história é o ativista Ric O'Barry, famoso por ser considerado o maior treinador de golfinhos do mundo e co-criador da série Flipper. O’Barry viu sua vida mudar quando ainda jovem, famoso pelo show na TV e muito rico, viu o golfinho fêmea Kathy (Flipper) morrer em seus barcos num gesto suicida. Você deve estranhar a palavra, mas foi exatamente suicídio o que ocorreu. Os golfinhos são considerados os seres mais inteligentes e sensíveis do planeta, depois do homem, se bem que analisando o filme, chega-se à conclusão que a medalha de prata é nossa. Eles, diferente dos humanos, tem sua respiração voluntária, ou seja, simplesmente conseguem parar de respirar e morrer. E foi o que Kathy fez após encarar Ric com olhos tristes e assim morrer em seus braços. Uma experiência desta é sem sombra de dúvidas, marcante e inesquecível para qualquer mortal, exceto para a turma de japoneses caçadores de golfinhos que se escondem numa espécie de lago onde os animais são capturados numa armadilha covarde e ali seus destinos são decididos: ou viram estrelas de parques aquáticos ou são assassinados sem piedade. Vale lembrar que o sorriso de um golfinho nos parques assemelha-se ao sorriso de Chaplin no cinema; não passa de encenação, pois os olhos não mentem e mostram sua tristeza. Golfinhos criados em cativeiros são dopados diariamente, pois estão fora de seu habitat natural. Para meu caro leitor, ter uma idéia, os golfinhos possuem um sonar que faria o mais evoluído aparelho da marinha se tornar brinquedo de criança. Eles literalmente atravessam vc num mar e conseguem perceber até se sua esposa está grávida,e se bobear,te dizem quem é o pai. Imaginem um ser com uma audição como está agüentar milhares de pessoas gritando desafinadas todos os dias. Seria como você ouvir durante 24 horas seguidas um CD do Calypso trancado dentro de uma privada, aliás, melhor lugar para se ouvir este tipo de coisa. O filme é um grito para o planeta acordar para esta crueldade e tomar uma atitude com relação a isto. Entre inúmeras cenas emocionantes, como a de golfinhos surfando ou pior, sendo literalmente fuzilados, em especial para uma cena onde um golfinho sangrando tenta fugir e inutilmente sobreviver, o que nos remete a clássica cena de Dafoe em Platoon. A coragem destes homens (ativistas) e sua inteligência para conseguirem mostrar ao mundo o que é PROIBIDO ser mostrado, já vale não só o Oscar como nosso total apoio. Por isto como aqui no Cinelândia a Bullock jamais levaria um Oscar e filme sobre Iraque (que já cansou) não passaria nem na sessão da tarde, então não faremos como a Academia fez, censurando descaradamente a placa de apelo para o mundo, numa festa que seria a melhor vitrine para uma boa causa como esta. Então meus caros, vejam o filme, reflitam e AJUDEM: mandando a mensagem de texto DOLPHIN para 44144.

2 comentários:

Junior disse...

olha volto com tudo viu cara. Parabéns e vc volto com um assunto mt bacana para discutir cara. Não só os golfinhos estão sofrendo na mao desses seres q mais parecem animais do que humanos. Muitos animais estão entrando em extinção devido a essa palhaçada. É bom saber q ainda há pessoas q pensam na natureza e no nosso planeta. Esta de parabéns fort. abraço

Manunamoral disse...

Já fiz a minha parte tb...

Caral....desumano.

Eu fico me perguntando: será até quando o povo vai achar que a natureza vai aguentar??? Ela já está se revoltando.

Vc voltou e arrasou como sempre.

Sumemooooooooooo.

Bjotas sonoras.