sexta-feira, 27 de novembro de 2009

APERTEM OS CINTOS, O DONO DO MUNDO SUMIU!




Em 2012 ocorrerá o fim do mundo? Será que desta vez Hollywood acertou a data? Já chutaram outros anos com diversas previsões e formas de destruição que variam desde aquecimento global e queda de meteoritos até invasão de vampiros sem garras e sem graça com sua gang de Hannah Montanas. O filme 2012 é recheado de efeitos espetaculares perfeitos para descreverem a catástrofe final, porém a maior delas é o próprio roteiro. A cada filme eles se superam quando o assunto (ou falta dele) é pieguice. A velha história do pai fracassado e separado tentando salvar os filhos do apocalipse não muda nunca e aqui claro, se repete. O salvador do mundo como sempre é o presidente dos EUA, desta vez coincidentemente negro, na pele do brilhante Danny Glover - caricato de tanto melodrama – que prefere a morte ao lado de seu povo do que a salvação. Nem Ary Toledo seria tão engraçado! O vilão, claro, um russo, afinal parece que para Hollywood a Guerra Fria nunca cessou. Soma-se a este festival de bobagens algumas metáforas (um verniz na tentativa de tornar a obra Cult) dando ênfase ao desmoronamento religioso, sinalizados com a queda e destruição do Cristo Redentor e do Vaticano, além da inundação de templos budistas, tentando assim aniquilar o poder da fé, quando o fim se aproxima. E por falar em religião e fé, a idéia da salvação desta vez vem dos primórdios numa espécie de Noé high-tech e sua arca Futurama. Pelo visto os clichês já descritos foram todos seguidos à risca da cartilha “como se fazer um filme catástrofe de acordo com Michael Bay” e chegam inclusive a cansar tanto a paciência de qualquer espectador, a ponto de em alguns casos, estes se sentirem mais a vontade entre as lavas de um vulcão do que na sala de cinema naquele momento. Não sei bem se os Maias, Nostradamus ou Mãe Dinah acertarão quando o mundo de fato vai acabar, mas que o fim está próximo não precisa se pensar muito para saber. Basta seguir os sinais óbvios que nossa belíssima raça nos proporciona. Animais em extinção para suprir o simples prazer de um cachecol de pele ou algum novo creme que prometa a juventude eterna. Emissões de poluentes em excesso tornando o ar irrespirável em diversas regiões do planeta, tornando as quatro estações apenas uma obra de Vivaldi ou um extinto disco da Legião! O desmatamento de duas mil arvores por ano apenas para suprir o luxo de uma madame que com uma gotinha de seu Chanel número 5, tenta disfarçar o mal cheiro de sua vasta mediocridade.Filhos assassinam pais, criminosos comandam ações de dentro da cadeia, corruptos assumidos se reelegem, países como a China se rendem ao capitalismo e só perpetuam sua miséria de forma galopante, crianças trabalham como escravas, outras se prostituem, estudantes queimam índios por puro lazer e outros humilham e ofendem uma jovem desinibida, que depois da desforra, mesmo sem talento algum se torna personalidade nacional, enfim a inversão de valores chega a ser de tamanha proporção que se descritas no espaço físico de uma obra de Cervantes faltaria ainda espaço. Creio que só isto seja um sinal de que as coisas não andam bem por aqui, mas para por mais fogo neste vulcão, nosso querido Brasil que tem fama de ser um dos países mais pacifistas do mundo recebe com honrarias uma figura contraditória como Ahmadinejad, atual presidente do Irã, que venceu as eleições de forma fraudulenta. Este extremista, ditador e provocador, além de torturar e aniquilar adversários, afirma que o Holocausto foi uma grande fraude e como se não bastasse investe bilhões em armas nucleares para fins “pacifistas”. Junto de seu grande amigo Hugo Chávez planejam dominar o mundo, antes de 2012, claro. Mas até lá a gente segue feliz se preparando pra copa e para as olimpíadas brazucas, caso o mundo não se acabe de novo. Enquanto Joh Cuzack foge de avião da catástrofe, nosso querido Lulinha, o adolescente rebelde de 40 anos, usa aviões da força aérea para passeio com amigos e seu bom e querido pai, assim como o presidente dos filmes de ação americanos se torna também herói nos cinemas com um filme que custou a bagatela de 17 milhões de reais – Woody Allen faz filme com 5 milhões e ainda estrelas de cinema - e conta sua história escrita pelos irmãos Grimm. A estréia prevista para 2010, ano eleitoral no Brasil. Seria 2010 o nosso 2012? É meus caros sete leitores, será que estamos diante do Big Brother de George Orwell? Assim como Sócrates, só sei que nada sei, mas uma coisa posso lhes afirmar: assistindo 2012 o único pensamento que lhe passa à cabeça é porque o mundo não acabou antes de você ter comprado o seu ingresso?

Um comentário:

Junior disse...

Ótimo texto. mas cadê os de 2010? Vamos la Mauricio! Um forte abraço do seu fã de Brasília