quinta-feira, 12 de julho de 2012

TODO DIA É DIA DE ROCK, BABY

Esta semana foi regida a rock and roll, já que ontem a maior banda de todos os tempos, Rolling Stones, completou cinquenta anos de carreira,
uma marca absolutamente memorável e hoje é o dia mundial do rock. Pra quem não sabe, esta data foi criada em 1985 quando Bob Geldof (o Pink de The Wall) organizou o Live Aid, um show com o objetivo utópico de eliminar a fome na Etiópia. O espetáculo teve The Who, Led Zeppelin, Dire Straits, Queen, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton, Black Sabbath e outros. Infelizmente pela ganância desenfreada de alguns poderosos, os nossos irmãos africanos continuam passando fome, mas a data permaneceu até hoje celebrando este estilo musical absolutamente plural, contagiante e contestador. Muita gente vai dizer que desde os 90, quando Kurt Cobain pôs um fim à sua vida, o rock morreu junto,o que é um grande absurdo, já que coincidentemente o Foo Fighters, banda do ex-baterista do Nirvana, surgiu depois e continua lotando estádios,
(como Wembley) e vendendo muito cd mesmo em tempos de pirataria. O que de fato denigre o rock é a estupidez alimentada pela mídia e pelos altos executivos de gravadoras, que em sua maioria são roqueiros frustrados, que tentaram uma chance no passado e viram seu talento ruir assim como seus longos cabelos e hoje, meio que numa bronca que Freud ligaria ao sexo (a tríade sagrada sexo, drogas e rock and roll) resolveram brochar de vez o mercado musical entupindo-o com o que tem de pior em atitude e musicalidade. O que se tem hoje são artistas programados, absolutamente criados em laboratórios e inverossímeis com o próprio estilo rotulado.
Você vê sertanejos sem referências ao sertão; funk que faria James Brown ressuscitar, só para poder se dar um tiro na cabeça de tanto desgosto; um tal forró sintetizado que nem de longe lembra o orgânico imortalizado por Luiz Gonzaga, sem contar nas bandinhas de menininhos meio menininhas com o ícone da MTV tatuado na bunda e se achando rock and roll com suas letras patéticas, músicas estúpidas e um visual de envergonhar até os Teletubbies. Isto só pode ser produto destas cabeças recalcadas que mantém a velha máxima aprendida nos cultos de suas sociedades secretas de outros tantos roqueiros frustrados: o povo não gosta de rock. Hum, vejamos, Raul Seixas fazia rock e até hoje é cultuado por roqueiros, artistas e pasme você, pela população como um todo.
Roberto e Erasmo surgiram de que movimento? Os poucos artistas que explodiram em vendagens e lotaram estádios com público recorde que eu me recorde foram Legião, RPM e Mamonas, que tocavam o que? Quando se quer vender algum produto na TV para atrair o consumidor, na vasta maioria das vezes que estilo musical usa-se ao fundo? E trailer de cinema? Qual estilo musical mais utilizado para se vender um filme em dois minutos? Stones fizeram um show em Copacabana levando quase dois milhões de pessoas, tal fato já se repetiu com alguma banda de axé? Pagode? Por estas e outras que chego a simples conclusão de que o rock é o único
estilo musical que jamais morrerá. Sua força é imbatível, porque o que este estilo tem de mais poderoso é exatamente a atitude. Elvis, Chuck, Lennon, Richards, Pop, Tyler, Young, Morrison e tantos outros provaram que arte sobressai à farsa sempre e a verdade é o que de fato nos liberta. Há muito pagodeiro roqueiro, assim como gente do forró com atitude rock and roll. Zeca Pagodinho é rock and roll. Bezerra da Silva era rock and roll. Jackson do Pandeiro é primo irmão de Chuck Berry e até a Gretchen da década de 80 teve seu lado Elvis contestador, afinal não era comum alguém mexer as cadeiras
como a tal senhora que hoje mais lembra o Alice Cooper, mas que na época fez muito adolescente “lets rock, lets roll” no banheiro. O fato, meus amigos leitores, é que a boa música sempre será rock na sua essência, desde que ela tenha atitude. Um brinde aos roqueiros de alma e uma vaia aos roqueiros de vitrine. Viva a música!

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