segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MAURÍCIO DE SOUSA – A ESTRELA MAIS QUE JUSTA, DA BIENAL

Mauricio de Souza é um eterno menino, filho de artistas e criador de personagens lúdicos que eternamente habitam o bairro do Limoeiro de nossas mentes. No auge de sua experiência de mais de sete décadas de vida, é a estrela da Bienal do Livro e orgulho máximo de nosso país, por vezes tão injusto com quem merece.
Meu xará sorri o tempo todo, atraindo a todos com sua aura clara e bela. O doce menino do interior, que ainda na infância foi engraxate e vendedor de doces, tinha mania de imitar bichos, em especial cachorros, não por acaso que sua primeira criação da turma da Mônica foi o cachorro Bidu. Maurício cresceu ouvindo as histórias de sua vó Dita e o gibi, era a sua internet, seus olhos eram o mouse e as letras eram ícones que o levariam ao programa desejado e fomentado por sua vasta imaginação. Já adulto, começou sua vida profissional como jornalista de notícias policiais, porém mesmo sendo fotógrafo, trocara o sangue das matérias por nanquim e as transformava em ilustrações. Daí para os quadrinhos foi um pulo e desde então nunca mais parou de criar e fantasiar. Cascão e Cebolinha foram baseados em amigos
da infância de seu irmão mais velho e engana-se quem pensa que sua maior personagem foi uma de suas primeiras criações, já que Mônica surgiu praticamente depois de grande parte dos personagens já criados. Ela era um personagem secundário das tiras de Cebolinha, mas com a personalidade forte, acabou se tornando a “chefe” da turma e talvez daí venha a obseção de cebola em ser o “chefe da lua”. Logo depois veio Magali, também baseada em sua filha, minha grande amiga que herdou a humildade máxima e o carisma de seu talentoso pai. Maurício sempre foi um visionário, tanto que criou o personagem Astronauta anos antes do homem pisar na lua. Vencedor de vários prêmios, como o Yellow Kid, o Oscar de quadrinhos, conheceu ainda gente graúda desta arte como Stan Lee (pai da Marvel),
Osama Tezuka e ainda Will Eisner que se tornaram seus grandes amigos. Com sua obra reconhecida pelo mundo, o genio do Marketing despontava com licenciamento de diversos produtos da turminha, como o inesquecível comercial do extrato de tomate com o Jotalhão (que virou logotipo da marca) até o clássico desenho de natal da turma da Mônica. Com mais de um bilhão de gibis vendidos em toda sua carreira, é indiscutivelmente o maior formador de leitores do país. Com sua humildade e talento tatuou (e ainda tatua) belos sorrisos nas faces de seus leitores. Uma pena que o espaço seja tão pequeno para falar de um sujeito tão grande, que entre tantas homenagens merecidas, recebeu talvez uma das mais marcantes, que fora a coleção MAURÍCIO DE SOUSA POR 50,
onde diversos artistas criam histórias com os personagens do meu xará, cada um com seu estilo de desenho. Entre estas feras estão Ziraldo, Angeli e mais uma penca de gente talentosa e de respeito nesta área tão fascinante que é o desenho. Assim como seu personagem Horácio, Maurício nos mostra que mesmo os mais primitivos hábitos podem ser mudados e assim como seu Astronauta nos faz acreditar que nossos sonhos nos levam, mesmo sem mapas e bussolas, onde queremos chegar, bastando atravessar a ponte mágica entre dois mundos: o real e o imaginário. Mais importante do que ser um contador de sonhos é ser um grande inspirador para que outros sonhadores vivam seus próprios sonhos. E nisto, Maurício é craque. Parabéns, xará!

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