sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A INOCÊNCIA VESTE UM PIJAMA LISTRADO



Se existem dois temas que nunca secam sua fonte no cinema, são vampirismo e holocausto. Perde-se a conta do número de filmes já produzidos envolvendo estes assuntos. Alguns mais clássicos, outros inteligentes e emocionantes e claro uma porção de filmes maçantes também, porém o tema ainda nos surpreende, quando é bem explorado, como é o caso da adaptação do livro “O menino do pijama listrado” para as telas. Nesta fábula passada durante a vergonha da humanidade – o holocausto –, um menino alemão de nove anos de idade, filho de um oficial nazista é obrigado a abandonar sua casa e seus amigos em Berlim e mudar-se com a família para uma região desolada, onde não tem nenhum amigo para brincar. Bruno – o menino -, sentindo-se só e entediado, conhece Shmuel, um garoto judeu que mora "do outro lado da cerca", e conforme vão se tornando amigos, os garotos vão descobrindo aos poucos - sempre sem entender - o motivo que os separa em mundos tão diferentes. A cerca age como um espelho quebrado onde Bruno e Shmuel, são praticamente a mesma criança, porém em lados opostos da cerca e da sorte. E ainda num misto de inocência com inversão de valores, Bruno sente inveja de Shmuel, pois aos seus olhos, o menino judeu dispõe de uma vida muito mais alegre por ter companhia em seu "acampamento", já que desconhece o horror de um campo de concentração. Aliás isto é um fato corriqueiro, pois a inveja é cega. Quantas pessoas não invejam outra por um padrão de vida sem sequer ter noção do que é ter aquele padrão de vida, ou pior, se de fato aquilo pode ser considerado um padrão ou até mesmo uma vida. A metáfora do filme é explícita. Nunca sabemos ao certo o que se passa do outro lado, até cruzarmos a fronteira. Bruno cruza atravessa a cerca e de mãos dadas com seu amigo conhece um mundo novo, infelizmente não tão divertido quanto ele previa. Numa espécie de “A vida é bela” inversa, neste caso o pai oficial oculta do filho os atos criminosos que comete e acima de tudo as conseqüências drásticas de uma guerra, diferente do filme de Benigni onde o amor de um pai consegue transformar em brincadeira uma tragédia, salvando assim a integridade física e moral de seu filho. Com atuações sóbrias, mas de tirar o fôlego – em especial a bela Vera Farmiga, que faz a mãe de Bruno - o “O menino do pijama listrado” convence e emociona do início ao fim e deixa a platéia estática e sem respirar nos minutos finais da história. A importância destes filmes, livros, ou qualquer outra manifestação artística é não nos deixar esquecer nunca atos tão covardes e cruéis como este episódio sórdido da humanidade, que foi o Holocausto - que aliás a palavra vem do grego e quer dizer “queimado por inteiro”, uma alusão direta aos fornos utilizados nos campos. Se há dois socos que o homem deu na cara de Deus, um foi a clonagem humana e o outro sem sombra de dúvidas foi o Holocausto. A inteligência ariana - o que seria um grande paradoxo - gastava seu tempo ocioso exercitando os poucos neurônios que tinham para elaborar formas mais eficientes de se eliminar pessoas, como se fossem insetos. E ainda tem gente nos dias de hoje que cultua este tipo de atitude e faz saudações a Hitler e sua tribo. Se de fato existe um inferno, a única certeza que se há é que este cidadão deve estar sendo servido de churrasco desde o dia em que para o bem da humanidade fez o favor de suicidar-se. As chaminés do inferno assim como as de Auschwitz devem estar a pleno vapor exalando a fumaça oriunda das cinzas destes seres, que me recuso a chamar de humanos. Assim como as chaminés dos fornos da pizzaria do nosso congresso nacional, que intoxica uma nação e cria uma nova cerca feita de atos secretos que separa os justos dos canalhas egoístas e soberanos. Quem sabe um dia, nosso país não se torne justo e possamos assim ver nossa corja política em roupas listradas, com número no peito e uma bola de chumbo amarrada aos seus pés. Quem sabe um dia a fumaça que as chaminés de campos de concentração vomitaram em nossa cara, não se evaporem no céu e tragam a chuva para limpar esta humanidade que insiste em se afastar da lei máxima de todo o universo: AMAR!

Um comentário:

Manunamoral disse...

PQP....babei.

Disse tudooooo.
Chorei vendo o filme (não é novidade).
Essa historinha patética de que o Brasil tem conserto eu não acredito mais, só acredito se fizerem uma reuniao com todos os politicos e jogarem uma bomba no meio...hauhauahauha

Sumemooooo.

Bjotas sonoras