SE BEBER, NÃO GOVERNE!
Uma das maiores bilheterias atuais nos EUA é a comédia “Se beber não case”, que revive a idéia de clássicos do humor machista como “A última festa de Solteiro” e “Clube dos Cafajestes”. Com um elenco competente e divertido (atenção especial para o humorista Zach Galifianakis, com seu jeito freak e tempo de comédia brilhante que nos remete ao saudoso John Belushi) e um roteiro absolutamente repleto de situações surrealistas, personagens bizarros e acima de tudo muito humor politicamente incorreto, tudo bem costurado a trama, faz com que esta comédia divirta até os críticos mais sisudos. A censura velada, já virou moda em nosso país, já que em mais um filme (já tivemos cortes em Halloween e Bruno) em menos de um mês, os executivos de distribuidoras afiaram suas facas e cortaram desta vez alguns pênis (ui) da trama. Pois é, meus caros sete leitores, todas as cenas com pintos foram cortadas, mas claro que a ausência destes membros não faz do filme um saco. Inevitavelmente, sou obrigado a associar o filme a mais uma metáfora ao nosso rico país e situação precária que eternamente nos encontramos, já que a amnésia vivida pelos personagens lembra muito a amnésia dos eleitores – juízes e até grande parte da imprensa também –, que tudo esquecem, como se embriagados num eterno “Boa Noite Cinderella” sem fim, que dirá final feliz. Aqui em nossa Las Vegas – Brasília - tudo ocorre na mesma proporção do filme, a partir da idéia clara do título traduzido e adaptado ao nosso rei, que notoriamente assume seu lado, digamos assim, alcólico, portanto o conselho da coluna é se beber, não governe. Mas como nosso querido macunaíma maquiavel tem quase sempre o teor de glicose no sangue elevado, mas nunca passa a direção para um companheiro sóbrio – se é que há -, podemos aqui fazer comparaçãoes que nos remetem a este filme subliminar. O bêbe encontrado na suite presidencial, na trama, seria mais um ato secreto elaborado pelas putas do Congresso, entre tantos outros espalhados pelo deserto de boas intenções que é Brasília? O tigre no banheiro lembra-nos a inflação ali quietinha, aprisionada até que o cheiro de alguma cagada a espante do banheiro para a sala principal e tudo volte a ser como antes. Seu dono, o FMI (Mike Tyson no filme) continuaria com seus nocautes infaliveis e claro, os golpes baixos e as mordidas sujas nas nossas orelhas? No filme as mulheres são retratadas como desagradáveis e manipuladoras (com a exceção honrosa da alegre prostituta vivida por Heather Graham), tal qual ex-BBBs, bailarinas de funk e claro candidatas a sucessão do trono em nosso eterno Cassino. Claro que também não poderia faltar uma pequena referência aos Onze homens e seus segredos, estes cafajestes de colarinho branco e de alma suja, trancafiados em atos secretos e diários de prostitutas. Carros de polícia nas mãos de tarados; traficantes dominando as cenas; falsos médicos; pedofilia; corrupção entre inúmeras outras coisas, fazem deste filme – a comédia do ano- o retrato de nosso país - a comédia do século -, porque não? Pena que a graça é só para quem assiste ao filme e não para os personagens coadjuvantes: nós! O cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, ao visitar Brasília em 1961, disse: "Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente e não na Terra”. Yuri, meu caro amigo do espaço, você está coberto de razão. O Brasil é uma Terra mais fantasiosa que a Disneylândia, mais sonhadora que Hollywood e claro, muito mais capitalista que Las Vegas e seus gigantescos Cassinos, onde tudo é falso e a Casa sempre vence. A diferença é que aqui no Cassino de Sir Ney, às vezes um plebeu acerta o treze na roleta e não sai só milionário, mas também pode se tornar rei. Mas como a regra é clara - A casa sempre vence -, então ele acaba aderindo à força e reforçando a máxima de que o que acontece em Las Vegas – Brasília – morre em Las Vegas!
Um comentário:
Caraleooo.
Esse filme é the best...
Pensando em politica eu fico me indagando como seria ver nosso amado president na total manguaça palaciana...ia ser the best tb. (ainda mais se o CQC estivesse por lá.)
Sumemooooooooo.
Bjotas sonoras
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