quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A ÚLTIMA DANÇA DE PATRICK SWAYZE



Em 1983, o grande Copolla conseguiu uma proeza e quase uma profecia reunindo em um único filme, jovens que se tornariam grandes astros. Entre eles estavam: Matt Dilon, Ralph Macchio, Rob Lowe, Emilio Estevez, Tom Cruise, C. Thomas Howell, Daiane Lane e Patrick Swayze. Alguns destes jovens astros se mantem no topo até hoje, alguns se perderam no tempo e outros optaram por uma carreira discreta, mas produtiva, como foi o caso de Swayze. Filho de um engenheiro com uma bailarina, ainda jovem se tornou dançarino de ballet, porém ao conquistar a cobiçada vaga de primeiro bailarino de uma companhia famosa de NY foi vítima de um golpe do destino - o primeiro em sua vida - ao ver-se obrigado a abandonar um espetáculo ao lado do maior bailarino do mundo Mikhail Baryshnikov, quando uma velha contusão dos tempos de futebol o obrigou a interromper sua carreira. O destino havia fechado uma porta, mas aberto uma porteira, já que na carreira de ator - sua segunda opção - Patrick fez seu nome. Ironicamente estreando na Broadway como Danny Zuko no musical Grease - papel de John Travolta no cinema - e depois em alguns papéis coadjuvantes no cinema, foi em Dirty Dancing que debutou como protagonista, onde claro, ele dançava de novo. A música perseguia Swayze de tal forma, que o mesmo até compôs e cantou “She’s like the wind”, uma das canções da trilha de Dirty Dancing, que junto com a canção tema “I've had the time of my life” (vencedora do Oscar) fez muito sucesso nas paradas de sucesso pelo mundo afora. Em seguida fez o filme “Matador de Aluguel” – mais uma tradução brasileira de título, sem pé e nem cabeça -, onde interpretava um leão de chácara num bar de estrada, embalado pelo blues contagiante de Jeff Healey. Olha a música aí de novo lado a lado com Swayze neste vídeo-clip de longa metragem. Mas o grande filão de Patrick veio mesmo em Ghost, uma comédia romântica sobrenatural que emocionou o mundo e fez com que a música – Swayze e música, de fato nasceram um para o outro – dos Righteous Brothers depois de décadas voltasse às paradas de sucesso. Depois de Ghost um outro sucesso do astro foi Caçadores de Emoção onde ele interpretava um surfista ladrão de bancos com uma filosofia de vida no mínimo invejável e um final , mais do que honrado, assim como foi o final deste astro que preferiu morrer em seu racho – com o estranho nome de BIZARRO – sob os olhos de toda sua família. Uma despedida digna a um astro ímpar que venceu a luta contra o alcoolismo, a luta contra as drogas, a luta contra a fama fácil e o assédio constante, mas foi derrotado por uma doença absurdamente cruel e fatal. Patrick deixa um legado de alguns filmes bacanas, mas seu maior legado sem dúvida foi a história de amor com sua esposa Lisa Niemi com quem era casado há 34 anos, numa eterna paixão cada vez mais ascendente. Num mundo fútil como o que circulam astros e estrelas, onde se casa numa capa de revista, se separa em outra e se casa novamente na edição do dia seguinte, só mesmo um grande homem , para abolir o sexo gratuito fast- food e abdicar da fama vazia e nula para viver uma longa história de amor ao lado de sua prometida. A última carta de Patrick deixada para sua esposa foi sem dúvida a sua última dança e talvez uma das mais dignas de aplausos em sua carreira. Encerro com as palavras deste ator bacana e marido exemplar: "Sou muito grato por você ter escolhido me amar. Eu sei que, por causa de você, achei minha alma e me tornei o homem que sempre quis ser. Você é minha mulher, minha amante, minha amiga e minha dama. Eu sempre te amei, eu te amo agora e vou amá-la ainda mais". Ao som de Unchained Melody a vida imitou a arte ou a arte que imitou a vida...ou neste caso: a morte!

2 comentários:

Manunamoral disse...

Clapt clapt clapt.

Milhões de aplausos ao cara que despertou e criou o amor nesse tempo de tão desesperança.

Acredita que eu tinha um poster dele na minha cabeceira? hauhauahuah (o homem mais lindo da terra, na minha epoca de adolescente).

Chorei, doeu ve-lo partir; chorei mais ainda lendo a carta deixada para sua esposa...

Agradeço por ter com ele começado a saber o que era amor.

Deus o tenha.

Fernando Faria disse...

Assisti a Road House ontem, e realmente a atuação de Patrick também é primorosa. É engraçado como ele atuava com tanta simplicidade, sem arrogância e nem pretenção com seu talento e sua beleza (coisa que vemos muito pouco nos atores "Hollywoodianos" de hoje)... Obrigado pelo post, muito esclarecedor.