quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ENQUANTO ISTO NA SALA DA (IN) JUSTIÇA...




Segundo Platão, “O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis”, porém no Brasil parece que o filósofo mais seguido ainda é o Gerson, aquele ex-jogador de futebol que numa inocente propaganda de cigarro, criou a lei do “levar vantagem em tudo”. O Supremo no país é levado ao pé da letra, onde seres supremos, como alguns se auto-denominam, estão acima de nós pobres mortais rastejantes, pois voam alto em suas capas negras nos ares da arrogância máxima ignorando o clamor de uma população indignada com tantas regalias e “injustiças”, que frente a uma justiça cega, se vê muda, por não poder sequer protestar. A corajosa ministra Eliana Calmon abriu a caixa de Pandora do judiciário, causando com isto um reboliço tremendo e uma quebra na justiça já fragilizada,onde de um lado estão os verdadeiros juízes e do outro uma pequena parte, que de justiça social entende tanto quanto um sagüi entende de física quântica. Alguns juízes recebendo até 500 mil reais por mês e desembargadores recebendo auxílio moradia e auxílio alimentação com quase 20 vezes o salário da categoria. Num país de tantas injustiças chega a ser deplorável uma atitude destas. Fatos como estes levam indiretamente à manifestações polêmicas como por exemplo a greve da polícia na Bahia. É inerente ao ser humano, buscar melhores condições de vida, porém há de se prevalecer ética e bom senso. Há uma banda podre no meio dos grevistas, é evidente, mas a grande maioria está lá reivindicando seus direitos, talvez não de uma forma correta,Vítor Suarez Cunha mas no desespero, a única que tenha surgido. São homens que arriscam a própria vida em prol do próximo e às vezes mal conseguem botar comida na mesa de casa. O Brasil é um Asilo Arkhan ao ar livre com vilões da pior espécie caminhando livres pelas ruas ou assinando contratos, redigindo leis, impondo regras, enquanto se entopem de bons vinhos, boa comida e orgias inenarráveis com as mais belas prostitutas que o poder pode bancar. Millor Fernandes disse que toda uma biblioteca de Direito serve apenas para melhorar em quase nada os dez mandamentos, e eu diria que este quase nada, querido Millor, por aqui tem sido nada mesmo. Se o homem respeitasse só aquela regrinha que um cabeludo cheio de amor nos trouxe que é amar seu próximo como a ti mesmo, creio que viveríamos num mundo bem mais justo. Para alegria Deste homem, que há mais de dois mil anos não está mais por aqui, mas sim lá no alto (acima dos seres supremos de asas negras) olhando por nós, de vez em quando surge um oásis belo no meio deste deserto de sabedoria e compaixão. Na semana passada um jovem herói, digno de total respeito e que creio não receba rendimentos mensais de 500 mil,auxílio alimentação exorbitante e nem tão pouco fazia greve, ao ser deparado com uma cena nefasta de violência, preconceito e covardia, não se intimidou e mesmo temendo, se pôs a frente de tamanha injustiça e acabou sendo literalmente massacrado por cinco covardes da pior espécie, que se consideram acima até do Supremo, pois para eles, a lei não existe. São frutos de uma educação falida, de uma cultura pobre e acima de tudo da certeza da injustiça patrocinada por leis arcaicas e estapafúrdias. São monstros que espancam mulheres, torturam animais, atropelam e matam pessoas com seus carros potentes e suas cabeças aditivadas por drogas legais propagadas e incentivadas pela TV. Monstros que violentam alguém pelo simples fato de ser negro ou pobre ou gay ou apenas não estar de acordo com as estúpidas convicções destes mentecaptos. Cinco elementos desta estirpe espancavam um mendigo quando foram surpreendidos por Vítor Suarez Cunha, um herói sem super poderes, sem fantasia, sem bat-armas, mas com muita coragem e justiça, dois elementos incongruentes em nosso país nos dias de hoje. A polícia que por vezes é até humilhada por artistas que também se acham acima da lei e dos pobres mortais, fez um bom trabalho e prendeu quatro dos cinco vagabundos, porém, como a justiça aqui além de cega é por vezes, paralítica, já sabemos o final desta história. Até quando vamos esperar para mudarmos este quadro? Quem sai ganhando com isto tudo? Super Vítor, que muitos homens supremos e comuns possam se basear em você, em vosso exemplo digno de coragem, força, justiça e acima de tudo amor pelo próximo. Para mim, um simples mortal da ralé, você é supremo, meu caro e merece a minha modesta, porém sincera, reverência.


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