quinta-feira, 3 de maio de 2012

OBRIGADO, PLAYCENTER

Após quase 40 anos em atividade, o Playcenter definitivamente fechará suas portas dia 29 de julho. De acordo com a assessoria do parque, há um projeto de espaço novo para crianças a ser inaugurado em 2013. Esperamos que sim,
pois a cidade necessita de um espaço desta magnitude. Confesso que ao ler a notícia sobre o fechamento, lágrimas brotaram em minha face. Playcenter fez parte de muitos momentos felizes de minha vida. A começar pela lembrança eterna de meu pai, com quem vivi grandes momentos no parque, pois era amigo de um dos colaboradores, o saudoso Giba, sujeito mais boa gente e mais maluco que conheci e que faz companhia hoje a meu pai no andar de cima. Playcenter foi fundado na década de 70 e o nome surgiu de um tobogã instalado em um pqrque próximo ao Ibirapuera, por Ricardo Amaral e depois vendido a Marcelo Gutglas, idealizador e "pai" do Playcenter que conhecemos e que aliás sempre me pareceu maior do que de fato era. Talvez pelo meu tamanho na época, ou pelo fato da minha extensa imaginação
eleva-lo ao patamar de um país encantado dentro de uma cidade poluída. Havia um trenzinho que nos levava a um passeio pelo parque e que atravessávamos a vila da Turma da Mônica. As atrações eram lúdicas e inesquecíveis pela simplicidade e importância didática. A rua na qual eu morava na época fazia excursões para o parque e eram momentos impagáveis. A turma toda bagunçando dentro de um ônibus, as primeiras namoradas, até os primeiros amassos foram no Playcenter, no extinto bicho da seda, onde fechava-se o pano e abria-se meu coração. O teleférico na esfera de aço nos transformavam em anjos de Wim Wenders, vendo as pessoas lá do alto e tentando imaginar o que elas pensavam. O cinema 180 graus, a Casa das Sombras, o Looping, Ciclone,Eva, Enterprise, La Bamba, eram tantas opções para se divertir...Muitos nem sabem, mas em 77, um King Kong
de 15 metros de altura ficou exposto no parque para divulgação do filme e até a atriz Jessica Lange, esteve no parque e repetiu a cena em que o gorila a coloca dentro de sua mão. Minha irmã de apenas um aninho de idade na época readaptou a cena, dormindo na unha do macaco gigante. Outro astro internacional que visitou o parque foi Michael Jackson numa sessão privada onde o mesmo confessou ter amado a montanha encantada. Bom, não sou pop star, mas tive meus dias de Michael, já que pelas amizades de meu pai, eu pude brincar sozinho algumas vezes no parque fechado exclusivo para mim enquanto ele e Giba tratavam de algum negócio.
Bons tempos... A montanha encantada era a sensação, pois nada devia às atrações de parques internacionais da época. Muita luz, música, bonecos divertidos, cheiro de chocolate e até uma mini-montanha russa in door e no escuro, que finalizava com um banho ao despencarmos na água. No final havia uma lojinha da Nestlé onde se vendia ainda Lollo com um sabor insuperável ao Milkbar de hoje. Eu nunca fui fã de música sertaneja, mas amava assistir ao show dos Ursos. “Quem gosta de galinha chacoalhada...” Eram tantas atrações que eu poderia escrever páginas e páginas... O fato é que o parque fechará, mas para a gente não se sentir tão só, muitas atrações e personagens se adaptaram a SP real. As criaturas da Casa dos Monstros, hoje circulam livremente pelas ruas, causando violência e massacre, salvos pela injustiça.
A Monga serviu de referência para os padrões de beleza de hoje, onde os músculos da macaca viraram moda entre as mulheres que para nossa sorte ao menos se depilam. O antigo Museu de Cera deu vazão à infinidade de pessoas com expressões de cera que vemos no nosso dia a dia. Os Aqualoucos, que se divertiam no enorme tanque no parque, por onde até Flipper havia se apresentado, hoje nadam e fazem piruetas para salvar a família ou chegarem ao trabalho em dias de enchente na cidade. O Castelo Assombrado abriu franquias em repartições públicas, onde há fantasmas e mais fantasmas que só aparecem em carne e osso no dia do pagamento.
O Labirinto de Espelhos se projetou no caótico trânsito da cidade onde você fica horas e horas parado sem saber que caminho seguir para encontrar uma saída mais fácil. Mas a verdadeira Noite do Terror será passar em frente ao parque e ver aquele espaço gigante adormecido na escuridão onde jaz inúmeras recordações e sorrisos.

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei a sua suas palavras, queria poder compartilhar no facebook, mas não achei a opção curti.

CURTIIIIII MUitoooo!!!!

Valeu Michelle

Facebook: https://www.facebook.com/#!/profile.php?id=1026653193

Unknown disse...

Adorei a sua suas palavras, queria poder compartilhar no facebook, mas não achei a opção curti.

CURTIIIIII MUitoooo!!!!

Valeu Michelle

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Dinha Ribeiro disse...

Nossa legal ter publicado no Metrô News...afinal o Playcenter fez parte da infância e adolescencia de muita gente..no meu caso faz parte até hj...fui na estréia das Noites do Terror e vou todos os meses até o encerramento...mais você tem razão o terror vai ser passar enfrente e saber que não vai existir mais nada disso...=/