sexta-feira, 8 de junho de 2012

NO BRASIL ATÉ A SAÚDE NASCE DOENTE

Schopenhauer dizia que nove décimos da nossa felicidade baseiam-se exclusivamente na saúde e que com ela, tudo se transforma em fonte de prazer e alegria. Partindo deste principio chega-se a conclusão de que o Brasil não é um país “alegre” como se é vendido ao exterior. Como se não bastasse corrupção, falta de segurança e o declínio cultural de uma nação, agora publicamente o sistema de saúde de inúmeras cidades e capitais do país está falido, conforme depoimento emotivo, desesperado e honesto de uma médica carioca, que atendia sozinha um plantão de emergência, protestando publicamente em prol daqueles cidadãos convalescidos e esquecidos que não estavam ali querendo tchu e nem tcha, mas sim alivio para suas dores. Num ato de extrema cidadania a médica Angela Tenório, de um hospital da zona oeste do Rio revelou a real situação precária da saúde do Estado. É inadmissível a gente assistir crianças chorando de dor, sendo ignoradas;pessoas sofrendo em corredores imundos de hospital e outras sendo humilhadas e morrendo na calçada, enquanto vagabundos e bandidos de terno e gravata jantam sorridentes nos restaurantes mais caros de Paris com dinheiro oriundo de propinas. Até quando vamos suportar isto? Já não passou da hora do povo tomar uma atitude verdadeira? Claro que a dor no fígado alheio é facilmente suportável, mas amanhã a cirrose pode ser sua, já pensou nisto? O Brasil é uma ilusão, uma verdadeira mentira maquiada por gente da pior espécie. O gigante sofre de problemas de saúde mental, pois não há mais educação e ainda tem problemas de saúde financeira com uma hemorragia eterna de fundos que vão direto para o bolso de vermes canalhas que sugam cada gota de um povo já anêmico. Nem padres e pastores teríamos para a extrema unção porque também iriam exigir os dez por cento. Até Al Capone sentir-se-ia um amador frente a esta corja, até porque foi preso por sonegação, mas no Brasil seria facilmente dirigente de futebol ou então líder de partido e teria imunidade. A crueldade desta raça política que domina o país não tem mais escrúpulo algum. Somos uma republiqueta das bananas governada por um líder mitômano e ditador que pouco se importa com a vida e a saúde dos que ironicamente rezam e suplicam aos céus pela sua. É como afagar a cabeça do monstro que nos devora aos poucos. Eu tenho amigos médicos que atuam em plantões e já me contaram histórias apavorantes de descaso público. Eu não estou aqui defendendo a classe médica, até porque sabemos que como em todas profissões há muita gente que não vale nada, pois não é o diploma,.mas sim a qualidade humana, o fator decisivo nesta área. Eu mesmo perdi meu pai, ainda jovem, praticamente assassinado aos poucos por um canalha diplomado e sem escrúpulos e que até hoje extermina pacientes em consultório chique e anda de carro importado, mantendo a aparência e permanecendo imune a dor alheia, pois pra ele, como para alguns, o ser humano nada mais é do que uma peça qualquer, que quando dá ele conserta e quando não dá, ele desliga e joga fora. Não há vida, não há alma, não há amor. Mas no caso desta doutora a historia é outra, pois o seu desabafo emocionado, inclusive arriscando-se a represálias, foi o megafone que faltava à classe, exibindo publicamente a radiografia da saúde no país. O Brasil esta doente e necessita de um transplante urgente ou vai se tornar um zumbi devorador de cérebros pensantes e de corações utópicos. Algum oftalmologista vai lhe ajudar a enxergar esta situação catastrófica? Algum neurologista vai controlar sua depressão? Algum dentista vai conseguir deixar mais belo este seu sorriso já acinzentado? Até quando vamos precisar de clínicos gerais para medicar toda nossa insatisfação e impotência? Políticos que nos devoram em vida, poderiam ao menos na morte, serem doadores de órgãos, já que o estômago dos mesmos é bem alimentado; o cérebro muito bem arquitetado; as córneas sempre enxergando além do próximo; os órgãos sexuais exercitados; a língua extremamente hábil e perigosa; as mãos ágeis na arte de roubar; e o coração...bom, o coração não há, pois este já nasceu morto.

Um comentário:

Irany disse...

Contempladíssima com sua fala. Sou profissional da saúde e todos os dias vejo barbaridades.
O Brasil, mais uma vez, se compromete com algo para os gringos verem.
Obrigado pela ONU, por signatário dos tratados desde 1948, introduz como conceito nacional na CF 88 o que a ONU, referência mundialmente, “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
Agora dentro dessa conjuntura e partir de sua bela análise ficam algumas inquietações.
- O compromisso foi com este órgão internacional (estadunidense) ou com a população?
- Pq, não há transformações substancias neste setor, já que este deve obter mensalmente 10% do PIB nacional
- E dentro destes limitantes, será que o sujeito atendido, nós usuários, poderemos ser vistos como um todo integro (social, psíquico e biológico)?
- E o mais preocupante, esta mídia nojenta, com a introdução do medo a contra gotas, atiça o pânico na população, que ao invés de preocupar-se com Educação e Saúde acabam apenas se importando com ações que demandem curto prazo de investimento, como a segurança.
afff.... Vomitei.... Não sei se fui concisa, mas estou feliz em compartilhar...
Meus parabens para aquela profissional, nossa porta vós