segunda-feira, 30 de setembro de 2013

INDEPENDÊNCIA OU SORTE?

Amanhã se comemora a independência do Brasil. Bom momento para se refletir até que ponto somos de fato independentes mesmo ou só trocamos de dono.Talvez estudar mais profundamente a questão seja descobrir de fato o que é ser independente. Seu país pode ser livre das ordens de outro, porém e você, é livre dentro de seu país? Você é independente trabalhando obrigado a sustentar um governo que sustenta vagabundos, corruptos e agora até a nova modalidade, deputados presidiários, como se já não bastassem criminosos, assassinos, molestadores de crianças, e tudo isto sem o seu consentimento,
ou seja, você é obrigado e não livre para optar. Votar também aqui é obrigatório. Você depende de serviços públicos, paga por eles, mas necessita depender também de um plano de saúde particular, de seguro contra roubo, de plano de aposentadoria, etc, etc, etc, e tudo porque você é “independente”. Você é livre, ok, mas até onde? Tem independência que só funciona na poesia. Na realidade é bem diferente, ainda mais quando se é dependente da grana. Não ter dinheiro torna sua vida nada fácil. As oportunidades lhe viram a cara quando você não tem nada nos bolsos. Se você não depender diretamente de alguém, seja uma empresa, um patrão, um padrinho ou um amigo influente, tudo se dificulta, então sem orgulho, sejamos sinceros, no fundo todos dependemos de alguém ou de algo. Até o poeta mais nobre e mais duro depende da sensibilidade de amigos para no mínimo conseguir sobreviver com trocados.
Pergunte para um executivo dependente de seu emprego, se quer trocar a segurança por uma independência. Pergunte à uma mulher (ou homem) bem casada (o), se trocaria a segurança de uma vida tranquila pela independência de buscar novos amores. Pergunta se tal artista que reclama aos quatro ventos por estar “engessado” numa gravadora, topa ser independente e se arriscar nos palcos da vida sem patrocínio. Pergunta se algum cineasta topa não depender das leis de incentivo ou da Petrobrás, e assim por diante. No fundo somos eternos dependentes e quem se arrisca a ser independente, como este que vos escreve aqui, paga um preço caro, bem caro, por ter optado em ser independente. Escrevo meus livros e os lanço no mercado assim como vários outros artistas independentes. Mas porque não queremos dependência? Em parte pela liberdade de nossa arte e acima de tudo pela sorte de não ter a interferência burocrática na obra. Mas por um outro lado, há também o fato de ninguém ter se interessado em investir em nosso trabalho. Olhe o mercado hoje. Quem esta na mídia?
Faça um breve estudo e veja de onde estas pessoas vieram, surgiram e aí vai compreender. Seja sincero em seu julgamento: quantos de fato chegariam onde estão sem a dependência do pai ou de algum padrinho? Artistas de verdade, meu bom amigo leitor, são as pessoas mais motivadas e corajosas sobre a face da terra. Lidamos com mais rejeição num ano do que a maioria das pessoas encaram durante toda uma vida. Todos os dias, enfrentamos o desafio financeiro de viver um estilo de vida independente somado ao desrespeito de pessoas que acham que deveríamos ter um emprego a sério, quando na verdade nosso trabalho é levado mais a sério do que o destas pessoas. Eu trabalho mais de 18 horas por dia para produzir tudo que faço, mas para muitos isto é apenas um sonho e não um trabalho. Se você quiser ser independente, meu caro, pode perder namoradas, esposas, amigos e a cabeça. Pode ficar sem comer por alguns dias e até viver um paradoxo
interessante onde você sofre rejeição e assim mesmo as pessoas te invejam, achando que sua vida é a melhor. E quer saber? Talvez seja. Quem sabe o segredo da vida não está no fato de ser livre e independente quando no fundo nascemos todos dependentes? Só não seja nunca independente dos seus sonhos. Seja o que for que aconteça continue sonhando. Mesmo quando esmagarem sua esperança ou quando te deixarem sozinho continue sonhando. Ninguém sabe do que você é capaz a não ser você mesmo.Enquanto você estiver vivo, a sua história ainda não acabou. É a única luta boa que existe. Sempre!

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