segunda-feira, 30 de setembro de 2013

POR UM BRASIL SEM CURA

Tempos difíceis os que vivemos onde a hipocrisia, ganância e violência vem tomando espaço dia após dia no cenário deste filme estranho em que somos coadjuvantes e a eterna burrice da submissão assiste a tudo batendo palmas enquanto engasga com a pipoca velha na sala suja deste cinema chamado Brasil. Na tela deste país você vê um idiota atropelar um ciclista, jogar o braço da vítima no rio e não ir sequer a julgamento;
aí outro playboy mais idiota ainda fuzila a sangue frio e queima-roupa um rapaz na frente de todos e a justiça solta no mesmo dia alegando que ele não causa perigo à sociedade; aí um jogador idiota beija o amigo na boca num gesto contra a homofobia, declarando depois que não é gay porque não é são paulino, assumindo assim a sua postura homofóbica e preconceituosa; aí um vagabundo sem carteira de habilitação e bêbado mata uma criança de 12 anos atropelada, é flagrado por várias câmeras, vai preso e minutos depois sai rindo da delegacia direto pra casa; aí o torcedor violento que foi acusado de matar um garoto na Bolívia, é solto e se envolve de novo numa briga de torcidas; aí o menino de apenas 13 anos aprende a atirar, já dirige o carro dos pais policiais e hipoteticamente num ato psicótico mata a família, vai à escola e suicida; aí Câmara dos Deputados rejeitou, durante votação em plenário, a cassação do mandato do deputado federal Natan Donadon,
condenado a treze anos de prisão por peculato e formação de quadrilha e cumprindo pena no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, o que você espera do final do filme? O Brasil é uma vergonha mundial e a cada dia fica pior e ninguém faz nada. Até as manifestações já se calaram. Como eu havia ironizado com razão: o gigante acordou só para ir ao banheiro, mas voltou a dormir sem nem limpar a bunda. Para a vergonha ficar ainda maior, esta semana médicos cubanos foram hostilizados por “médicos” que exalam preconceito e xenofobia, mudando o juramento de Hipócrates para o de hipócritas. Fica a questão: estes cubanos estão tomando o emprego de algum destes que ali faziam este tipo obscuro de manifestação racial? Algum destes manifestantes está disposto a trabalhar em zonas rurais e regiões periféricas onde não há atendimento básico? Evidente que a questão desta importação de médicos cubanos é mais uma tramoia política de um governo corrupto e já doente, quem dera terminal, para financiar Cuba,
talvez o sócio que o saudoso Cazuza tanto questionou. Mas agredir médicos importados que apenas querem trabalhar seria o mesmo que ofender bombeiros e não quem causa incêndios. Seria agredir anjos do asfalto e não bêbados ao volante que causam acidentes. Seja cubano, baiano, marciano, o que importa é ser HUMANO e cuidar de SERES HUMANOS com no mínimo dignidade. Dignidade aliás que falta (ou talvez nunca existiu) a governantes escrotos frutos de partidos que são na verdade organizações criminosas que estão pouco se importando para problemas da população. Crianças na Bahia choram por não terem sequer cadeiras para assistir aulas. Andam as vezes 5 kilometros até a escola e ainda assistem as aulas em pé. Alguém se importa? Claro que não. Quem sabe se Cuba começar a exportar cadeiras a situação se resolva. Já que a moda é IMPORTAR então que se tragam enfermeiras suecas;
jogadores com educação européia; juízes italianos ou americanos, onde no mínimo há condenações e se pagam na cadeia. Porque não importamos pais também que eduquem seus filhos a serem bons alunos, boas pessoas, para não aprender a atirar e muito menos dirigir antes da hora para num futuro suicidar ou pior ainda, atropelar pessoas ou assassinar inocentes no meio da rua na frente de todos sabendo que não se há punição quando se tem uma bela conta e um pai bem relacionado. Que se importem políticos nórdicos que aceitem trabalhar na política como voluntários, sem salários ou mordomias. Que finalmente se crie vergonha na cara, porque o mundo não precisa de fronteiras e nem barreiras, precisa é de decência, ética e acima de tudo coragem para mudar em prol dos que não tem voz. Que nosso mundo seja enfim curado por cubanos ou não!

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