REBELDIA ADMIRIVÁVEL
Na semana passada os céus de Hollywood ficaram um pouco mais escuros, já que uma de suas estrelas principais, se apagou. Morria Paul Newman, o eterno Indomável. Me lembra a canção de Vinicius que dizia: ahhh se todos fossem iguais a você! Paul Leonard Newman nasceu em 26 de janeiro de 1925, filho de um comerciante de artigos esportivos. Começou seus estudos de arte dramática após ter sido dispensado da marinha. Foi aluno do Actors Studios, que já formou gente como Marlon Brando e Al Pacino, e assim como estes dois atores, a primeira chance no cinema surgiu depois de ser visto na Broadway, porém achou seu trabalho tão medíocre que publicou um anúncio de página inteira num jornal pedindo desculpas a quem tivesse visto o filme. Esta era a primeira de muitas atitudes do indomável Paul Newman que ficou conhecido no Brasil após fazer o boxeador Rocky Graziano no filme Marcado pela Sarjeta. Daí pra frente se tornou um astro de Hollywood com um currículo invejável de filmes e de prêmios, entre eles o de melhor ator em Cannes pelo filme Mercador de Almas e depois dois OSCARS seguidos. Em 1985 depois de ser indicado dez vezes ao prêmio, levou a estatueta pelo conjunto de sua obra e aí pra surpresa de todos em 1986 levou pelo filme a Cor do Dinheiro, ao lado de Tom Cruise com trilha sonora de Eric Clapton. Uma de suas maiores parcerias foi ao lado de Robert Redford com quem fez Butch Cassidy e depois Golpe de Mestre, que levou Oscar de melhor filme. Seus últimos trabalhos no cinema foram os filmes Carros da Disney e Estrada para a Perdição. No primeiro emprestou sua voz ao personagem Doc Hudson e no segundo contracenou com Tom Hanks, e claro roubou a cena. Aliás a cena de seu assassinato é uma das atuações mais impressionantes do cinema onde um simples olhar diz tudo: ai está o GRANDE ATOR. Fora das telas, Paul Newman também teve uma vida digna de um belo filme, pois nunca foi adepto ao estrelismo de HollyWood e sempre se dedicou ao trabalho, seja ele como ator e diretor, ou como empresário, no comando da Newman's Own, fabricante de molhos e condimentos muito conhecida nos EUA, já que ao invés de promover algum produto usando sua imagem ele preferiu usá-la para promover o SEU produto. E deu certo, afinal ganhou muito mais dinheiro que no cinema, porém dedicou quase todo o lucro à obras de caridade e à sua equipe de corridas de Fórmula Indy, a Newman-Haas Racing, pois apesar de ser daltônico, Newman também foi um grande piloto, vencendo inúmeras provas, como por exemplo as 24 Horas de Daytona, aos 70 anos de idade. Na política, o indomável Paul tambem foi conhecido por seu apoio a causas liberais nos EUA. Nos anos 60, apoiou o democrata Eugene McCarthy (político dos hippies e contra a Guerra do Vietnã), estrelando diversos comerciais de televisão a favor do candidato, o que fez com que Richard Nixon, o adversário de McCarthy, o colocasse em 19º lugar numa lista de seus piores inimigos, o que fez Newman declarar que esta seria uma das maiores honras de sua vida. Ator magnífico, empresário de sucesso, altruísta convicto, foi vencido aos 83 por um câncer no pulmão, que Newman, assim como toda sua vida pessoal, manteve em segredo. Recebido com honrarias no céu pelo conjunto das obras em vida e não só nas telas, vai deixar saudades. Ao homem que nunca parou: descanse (se conseguir) em Paz!
PUBLICADA NO JORNAL GUARULHOS HOJE DIAS 04 E 05 DE OUTUBRO DE 2008
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