terça-feira, 25 de novembro de 2008

O ÚLTIMO DOS MOICANOS



Meus caros sete leitores, será que algum de vocês vai ler esta coluna neste feriado lindo de sol? Aliás nunca entendi porque existe este feriado, afinal de contas acho que brancos, amarelos e vermelhos também tem consciência e por motivo de igualdade racial, tão falada por algumas raças, deveriam então todos terem seu dia ou porque não o dia da Consciência Racial, seja ela para brancos, amarelos, negros, verdes, etc...Mas como sempre, melhor deixar isto pra outra coluna quem sabe, acrescida até da questão de quota de universidade, outra estupidez aceita em função de tal consciência. Acredito que em universidades públicas vença sempre os mais capacitados e mais inteligentes, indiferente de cor e credo, afinal a pobreza não escolhe cor então há brancos, amarelos (sim, meus caros, tem japonês em escola pública também e que pasmem vocês: passa na USP sem necessidade de tal quota) e índios fora do ensino particular, portanto com menos chance também de entrar, mas melhor eu me calar, afinal qualquer opinião inteligente e polêmica sobre temas desta espécie pode ser levado como preconceito, palavra esta que eu abomino em todas as raças. A quota das universidades não seria uma espécie de pré-conceito? E o dia do Índio? Porque não é mais feriado? Além de perderem todas suas terras e viverem à margem da extinção, perderam também a tal “consciência”? Porque não um feriado em homenagem à cultura racial, sem preconceitos? Afinal todas as raças tiveram e tem sua contribuição pro mundo e todas sofreram também horrores neste mundo, afinal dizem (ao menos o Livro Sagrado) que um certo Jesus (branco), foi perseguido, torturado e crucificado, por pregar o amor. Milhares de japoneses (amarelos) foram dizimados com a bomba de Hiroshima, milhões de judeus (brancos) assassinados por um imbecil racista que assim como a OMO achava que seu branco era mais branco que outros brancos. Os índios americanos então nem se fala, ainda mais num certo país descoberto há 500 anos atrás onde os pobres pele-vermelhas sofreram todo tipo de abuso até serem praticamente extintos. E claro, a raça negra com toda sua cultura que até hoje nos é de extrema importância, serem tratados como escravos e moedas de troca. Passagens estas horríveis e que esperamos que NUNCA mais voltem, portanto, declaro aqui de novo o dia da CONSCIÊNCIA RACIAL, seja ela branca, amarela, negra, lilás, azul com bolinhas roxas, não importa, pois o sangue que corre nas veias e que no final desta estupidez é quase sempre derramado, sempre será VERMELHO! Mas a coluna não é de cinema, meu bom Deus? Putz, é mesmo...Então, com respeito ao título da coluna, nosso último dos moicanos é ele, o mestre: senhor Woody Allen. Fui ver, na estréia, claro, Vicky Cristina Barcelona e novamente o velhinho prova de que é o maior diretor de cinema de todos os tempos ainda em atividade. A cada filme Woody se renova e surpreende sua platéia. Nesta comédia romântica com toques dramáticos, toda filmada em Barcelona, a pedido do governo Espanhol que custeou a película, Allen leva à platéia pra dentro de um triângulo (quase quadrilátero) amoroso pelas bucólicas paisagens da bela Barcelona. Javier Barden prova que é um grande astro e seduz a platéia feminina como Juan Antonio, um pintor que se envolve com a casta e fiel (até a página dois) Vicky -interpretada pela bela esguia Rebecca Hall- e por Cristina, na pele da atual musa do diretor, a curvilínea Scarlett Johansson. Mas a surpresa maior do filme, além das sete reviravoltas que o roteiro dá - só Woody Allen sabe fazer isto sem perder o ritmo do filme- é a brilhante atuação de Penélope Cruz no papel de Maria Elena, ex-mulher de Juan Antonio, absolutamente neurótica e com toques de Frida Kahlo. Penélope está linda e rouba todas as cenas que aparece, proeza esta que a atriz só conseguia pelas mãos do seu mentor, Pedro Almodóvar e agora com Woody Allen. Aliás, por falar nos dois diretores, recentemente pelo meu aniversário (nenhum leitor mandou presentinho) ganhei dois livros interessantes: Conversas com Almodóvar e Conversas com Woody Allen. Apesar da falta de originalidade das editoras para os títulos quase homônimos, o que não falta no conteúdo é originalidade, criatividade e uma verdadeira aula sobre cinema e sobre a vida, na visão destes dois grandes homens. Fica a dica para este feriado! Deitar na grama ao lado de quem se ama, lendo um bom livro e pensando no Obama! Versinho pobre, mas simples pra lembra-nos de que o mundo será comandado por um homem negro, num país onde não há quotas para aqueles que se considerem inferiores de alguma forma. Viva a raça negra! Viva a raça branca! Viva a raça HUMANA! E que um dia, muito em breve, todos possamos ser iguais. Fecho a coluna com uma bela frase de um belo homem: “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos haverá guerra.”

2 comentários:

marymake disse...

Sou a oitava entao..sempre venho aqui beber na fonte...!!!! genial como sempre! bjos
Mariana Galasso(pimenta)

Unknown disse...

Olá,
Sou Bruna Pallini, trabalho na Edelman, agência de comunicação da Jorge Zahar Editor.
Parabéns pelo blog! O livro de Strauss é uma espécie de biografia de Almodóvar contada por meio de seu cinema, obrigada pela indicação.
Abraços!