quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CASAMENTO – CARA OU COROA?



“O casamento é o destino tradicionalmente oferecido às mulheres pela sociedade. Também é verdade que a maioria delas é casada, ou já foi, ou planeja ser, ou sofre por não ser." Esta frase foi dita por Simone de Beauvoir,um dos grandes nomes da literatura e figura mítica do feminismo, que viveu um caso de amor tórrido e livre com o filósofo Sartre, e só acabaram morando juntos pós-morte, habitando o mesmo túmulo. Enquanto viviam, eram apaixonados, porém livres em todos os sentidos. A sociedade impôs que para a proclamação do amor, tem de se casar, mas não seria esta mais uma imposição falida de nossa sociedade arcaica? O casamento nos dias atuais nada mais é do que um jogo de paciência jogado a duas mãos. Assim como o comercial da novela que o vende, não existe nele tudo quanto se é anunciado. O que faz pessoas se casarem hoje, na maioria dos casos - evidente que há exceções a serem contempladas e eu espero que seja o seu caso, leitor (a) – é o pavor da solidão, que chega a ser maior até que o medo da escravidão, afinal sejamos honestos, meus caros, duas pessoas não têm sido capazes de suportarem o peso das correntes do casamento, buscando assim às vezes a ajuda de uma terceira para ajudar, surgindo daí os casamentos de conveniência, esta forma popular de se manter uma imagem imposta pela sociedade e claro, fugir da tal solidão. Os sites de relacionamento,as casas de swing, academias, prostíbulos, sex-shops, filmes pornôs, entre outras coisas, fomentam a vida no casamento e graças a este, se mantém, fazendo o mundo capitalista girar. O que me deixa perplexo é o fato de uma instituição como a Igreja Católica instituir a regra matrimonial, vender a idéia, mas não segui-la, mantendo os padres no cabresto do celibato e as pobres criancinhas, vítimas das necessidades sexuais de alguns destes, sem o risco de uma comunhão de bens. Será que só eu já notei que o celibato nada mais é do que uma segurança para com o patrimônio da igreja? Tudo é meramente comercial, nada além disto. Tanto que nunca entendi também porque para se oficializar um casamento necessita-se de um juiz, mas dispensam um júri. Oras, se há juiz tem de ter júri e de preferência imparcial, para depois de estudar cada lado decidirem se de fato este casal irá manter os laços sagrados do matrimônio. Eu já perdi grandes amores por não querer casar, o que me faz crer que de fato então não eram amores, pois se houvesse amor, não seria uma regra imposta que faria este crescer ou se acabar. Como disse uma vez o eterno astro Marlon Brando: “Não importa com quem você se case,sempre acorda casado com outra pessoa”. O problema do casamento talvez seja esta eterna diferença de expectativas, já que a mulher pensa que o homem vai mudar após o casamento, enquanto ele pensa que ela não vai mudar após o casamento. No final ambos se decepcionam e concluem que o casamento em si não é o paraíso nem o inferno, mas sim o purgatório. O que tem de valer a pena é o amor e para ele não há regras e nem imposições. Nenhum juiz garante amor eterno e padre muito menos, já que nem ele sabe o que é amar alguém da forma com que prega. Ame seu homem, ame sua mulher, amem seus parceiros do mesmo sexo, não importa, o que vale é o amor.Se acharem que está na hora e ambos estão prontos para morar juntos, dividir as coisas, façam, mas se uma das partes não estiver pronta, respeite e deixe o amor vencer e convencer o oposto. Não se prenda a idéia de que o ápice do amor é o casamento, pois o engano pode ser fatal. Fecho aqui com as sábias palavras de Machado de Assis: “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.”

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