quinta-feira, 24 de novembro de 2011
O LADO NEGRO DA PALAVRA LANÇADA
A palavra lançada é como flecha que não volta mais e quando acerta o alvo, o estrago é quase sempre irremediável. Há apenas um antídoto para os estragos da má palavra proferida e chama-se “DESCULPAS”, porém este tem o prazo de validade muito curto, devendo assim ser utilizado imediatamente poucos minutos após a ferida ter sido aberta. O ciúmes e a inveja são os maiores aditivos das palavras cuspidas que ferem mais que aço. Detalhes outrora tão elevados pela ótica do amor acabam caindo vertiginosamente pela lei da gravidade do ódio. A boa imagem se desfaz e o santo se torna pecador, o herói vira vilão e o amante, carrasco. O ódio possui um poder de criatividade infinita e uma memória muito maior que a do que o amor, estando sempre convicto de suas teorias conspiratórias embasadas na mentira e no ego ferido. O ódio vê o que ninguém vê, porque não existe. Quem põe ponto final numa paixão com o ódio, com certeza ainda ama, ou não consegue deixar de sofrer pela dor da separação e com isto acaba produzindo veneno moldado na palavra maldita. O filósofo Sócrates já profetizava: "Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem."
Todos nós somos falhos, passionais e sujeitos a injustiças em um momento de cólera, afinal só os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno letal, sendo que nós, seres passionais, somos movidos pelo calor do sangue quente e cometemos pecados num momento de dor e vaidade. É nesta hora,como um soro antiofídico potente contra a pior peçonha já cuspida, é que nossas sinceras desculpas por palavras ejaculadas da cólera, podem salvar uma relação longa de respeito e assim, iluminar nossos corações. Ninguém é obrigado a pensar igual a você e muito menos concordar de que algo que faria bem para um, faça para o outro, portanto, sejamos sinceros e fortes o bastante para sustentar a nossa verdade, independente do turbilhão de emoções que ela venha a causar. Os homens deviam ser o que parecem e não parecerem aquilo que não são. Eu sinceramente, me sinto a cada dia um extraterrestre perdido no meio de tantas regras mal elaboradas por uma sociedade absolutamente perdida. As pessoas aprenderam a seguirem o curso imposto e conviverem harmoniosamente com a mentira de uma forma, que é quase impossível vivermos sem ela. Não há contestação, e sim submissão. Hoje é muito mais aceita uma mentira do que uma verdade. Eu ouço por dia umas 350 mentiras, umas inofensivas, porém outras a longo prazo, prejudiciais, pois alimentam uma ilusão e ao serem desmascaradas geram mais ódio, a eterna ferrugem da alma. Quantas palavras ruins você já lançou contra alguém ou pior, sobre alguém? Quantas estavam de fato baseadas em verdades e não apenas na sua visão equivocada dos fatos? Que tal arriscarmos uma nova ordem mundial, onde a verdade, ou algo próximo dela se restabeleça e que as palavras sejam peneiradas pela mente antes de saltarem? Passamos a ser coerentes e a imaginar nossas palavras como cores. Quando notar que esta cuspindo algo cinza ou negro,cale-se. De sua boca devem sempre sair cores vivas e alegres, porque aquele que solta um arco íris pela sua boca sempre estará mais próximo do pote de ouro. O mundo é regido por energia, então, seja você crente ou não, religioso ou agnóstico, cristão ou ateu, uma coisa temos em comum que é a certeza de que uma força poderosa de energia rege o universo. A palavra talvez seja a maior condutora desta energia a nosso alcance. Mesmo com todas dificuldades que o mundo nos apresenta temos de ter forças para exalarmos energias positivas e poderosas. A dor de uma traição de amigo ou uma decepção amorosa deve ser discutida, dialogada, mas nunca difamada, pois seria um crime com duas vítimas fatais. Não somos frios, robóticos (com algumas exceções, no caso os psicopatas) então sejamos passionais, mas policiais com o que sai de nossa boca. Ao ser atacado com palavras de ódio, aprenda que o silêncio ainda é o mais eloqüente dos discursos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
todas as sextas pego o metro news para ler a coluna, sempre me surpreendo com a qualidade,afinal escritores semanais bons estão cada vez mais escondidos.
parabéns ótimo texto.
Postar um comentário