terça-feira, 20 de janeiro de 2009

IMAX – O BRASIL EM 3 D




Esta semana inaugurou em SP a primeira sala IMAX no Brasil. Estive presente no pré-lançamento, com direito a pipoquinha e soda na faixa e pude conferir de perto, aliás, literalmente de perto, a tecnologia de ponta que vem mudando os padrões de salas de cinema pelo mundo. A qualidade da imagem é absurda de tão nítida e o som mais cristalino impossível e pra completar este delírio, tudo visto em 3 D. O filme em cartaz neste lançamento é um documentário sobre o fundo do mar, narrado por Johnny Depp e Kate Wislet, que você aqui não vai ouvir porque a cópia é dublada (um dos pontos negativos do IMAX, já que a legenda estragaria a viagem), mas vai se deliciar com a trilha de Danny Elfman, que aliás, diga-se de passagem só faltou Tim Burton na direção do filme pra completar a tríade (Depp, Burton, Elfman) em 3 D. A tela tem 14 metros de altura por 21 de largura e os óculos para o efeito 3 D custam mais caro que o ingresso (salgados 30 reais) por isto a devolução obrigatória do mesmo ao final do filme, então esqueça de dar um role com ele domingo de sol pelo clube, até porque é 3 D e não visão de raio X. Apesar do custo de produção com a tecnologia IMAX ser uma fortuna e o tempo de gravação muito maior em função de inúmeros detalhes, muitos filmes já estão sendo feitos assim. Exemplo disto é Batman – Cavaleiro das Trevas, que volta ao circuito de SP, agora sob esta nova tecnologia, porém em 2 D, então pras moçoilas de plantão, vocês não vão ter a sensação de tocar os músculos definidos do Christian Bale e marmanjos de plantão também não vão poder dar um abraço camarada no coringa sinistro de Ledger. A experiência de assistir a um filme 3 D em IMAX é inesquecível. A sensação é que de fato você participa do filme e não apenas é mais um simples espectador. Este filme sobre o fundo do mar, chega a causar calafrios tamanha sensação de realidade. As criaturas do fundo do oceano, tão estranhas e exóticas, na maioria das vezes parecem personagens criados por Jim Henson (criador dos Muppets) e em outras por Tim Burton, ainda mais pela atmosfera musical (mencionada acima) criada por Elfman. O tema comprova a tese de Woody Allen de que a natureza nada mais é do que um grande banquete, pois no melhor estilo Darwiniano o que se vê na tela é um festival de degustação entre as espécies. A lei da selva também serve no fundo do mar, onde o mais forte e o mais esperto sobrevivem. Peixes gigantes, enguias, camarões, tubarões, tartarugas marinhas, tudo está ali na sua cara e não se espante se der uma vontade de tocá-los, porque o efeito engana tanto nosso cérebro que presenciei muita gente alisando o ar com as mãos, certo de que fazia um carinho amigável num tubarão branco. Pode daí surgir uma boa desculpa para passar a mão naquela amiga que aceitou seu convite pro cinema. “Toquei em seus seios? Desculpe, é o IMAX. Tava crente que passava a mão em duas águas-vivas.” Por falar em águas-vivas, o maior espetáculo do filme é exatamente o balé destes seres espetacularmente belos. Parecem vindos de outro planeta ou até mesmo pequenos discos voadores com todo aquele brilho hipnotizante (assim como os seios de sua amiga) desfilando no fundo do mar. Parabéns ao Unibanco por acreditar na idéia e apostar na inovação. E agora é esperar que as outras redes invistam também neste novo formato, para que possamos ter a mesma sensação dos espectadores ao se depararem com o trem na estação de La Ciotat pelos irmãos Lumière –inventores do cinema- que devem estar gargalhando de felicidade com o fato de sua criatura, o cinema, se transmutar a cada nova geração. Resta a nós, torcer que a evolução artística e intelectual acompanhe a tecnológica para não levarmos torta na cara em qualidade IMAX.

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