MARLEY, BENJAMIM BUTTON & EU
O amor até que enfim voltou a mostrar sua bela face em Hollywood no meio de tanta baixaria, sacanagem e babaquice adolescente. Será que a era Bush dos filmes de ação, guerra e massacre, está dando espaço pra era Obama “paz e amor”? Afinal a posse do novo presidente da América foi repleta de nuances de amor, incluindo até uma dança com a primeira dama com direito a troca de olhares apaixonados. Esta semana me emocionei com dois bons filmes. O que ambos tem em comum? Amores incontestáveis, incondicionais, absolutamente fiéis e sobretudo puros e altruístas. Num mundo extremamente ágil, mercantilista e gratuitamente erótico, é admirável ver dois filmes não produzidos pela Disney (que ainda tem a tradição de filmes família, porém bobos e chatos) que tratam de AMOR. Palavra às vezes esquecida, deturpada, ignorada, mas que quando brilha na tela de cinema, navega por ondas de rádio, desfila entre parágrafos literários ou ainda grita em um palco de madeira, a gente se emociona e parece descobrir que o verdadeiro significado de nossa estadia aqui é amar e ser amado. No filme Marley & Eu –baseado no Best seller homônimo – jovens recém casados resolvem adotar um cãozinho para treinarem o ato de cuidar de alguém além deles, para futuramente terem filhos. Em meio a muita confusão e destruição causada pelo cão labrador, descobrem que ao cuidar também estão sendo cuidados. O tempo passa, os filhos chegam e Marley (o cãozinho, mas não dos teclados) cresce na mesma velocidade e tamanho que amor deles por ele e vice versa. Quem já teve ou tem um cachorro sabe do que o autor e o colunista aqui estão tentando dizer. Não há provas maior de amor do que o daquele que te ama com ou sem dinheiro, belo ou feio, saudável ou não, chato ou bacana, não importa, o amor como disse e repito, aqui é incondicional. E tem forma mais perfeita de amor do que esta? Quantos milionários na solidão de seus palácios não cederiam sua fortuna ou parte dela em troca apenas de um simples gesto sincero de carinho. Gérard Depardieu, astro internacional, confirma esta tese em entrevista recente onde afirma não ter sequer nenhum amigo. Isto é mais triste que o final do filme de Marley, que aliás, fica a dica pros manteigas derretidas de plantão assim como eu: levem 3 caixas de Klenex e assistam segunda-feira ao meio dia com a sala vazia pra não pagar mico. Outra adaptação de uma obra literária, desta vez um conto do senhor Scott Fitzgerald e que fala também de amor incondicional é “O estranho caso de Benjamin Button” com o astro Brad Pitt, favorito ao Oscar por este papel, em parceria com seu diretor predileto David Fincher. No filme, Benjamim sofre de uma estranha doença que o faz nascer com aparência de um velho de 80 anos e em sentido anti horário no relógio da vida, vai ficando cada vez mais jovem até desaparecer. Seu martírio é passar a vida toda dividido entre esse conflito, de não ser por fora o que é por dentro. Uma das poucas pessoas a aceitá-lo incondicionalmente é sua mãe adotiva e a pequena Daisy (Cate Blanchett, como sempre fantástica), sua eterna paixão que coincidem suas trajetórias na metade da vida deles, quando vivem uma grande história de amor. Claro, com um sério risco, já que a vida de cada um segue uma linha oposta. Daisy está envelhecendo, e Benjamin, remoçando. Uma bela história de amor e de entrega, como há tempos não se via no cinema. E para aqueles que assim como eu ainda acreditam na força do amor incondicional e sincero, ficam aí duas belas dicas (e porque não, lições?) que melhores ainda se assistidas de mãos dadas e rostinho colado com o amor de suas vidas jurando esta entrega por toda eternidade. Dedico esta coluna ao meu amor incondicional, com as sábias palavras do poeta Vinícius de Moraes: “...Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.
Um comentário:
Cara gostei muito do post. Eu já assisti o filme Marley & Eu. muito bom minha namorada saiu chorando, mas bem interessante o filme. Já O estranho caso de Benjamin Button eu ainda ñ vi mas irei assistir parece ser ótimo. Cara teu blog é 10 voltarei quando postar novamente. Abraços
http://jrtalvez.blogspot.com/
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