O DIA EM QUE A TERRA GORFOU
Mais um remake está em cartaz na cidade, o que prova a falta de criatividade dos estúdios de Hollywood e claro a preguiça constante dos roteiristas contratados. Desta vez a vítima foi o clássico “O dia em que a terra parou” dirigido por Robert Wise –diretor de West Side Story – com trilha sonora de Bernard Hermann, o eterno parceiro de Alfred Hitchcock. Nesta nova versão dirigida por Scott Derrickson, que até então tava acostumado a filme de terror (se bem que dirigir o Keanu deve ser algo pavoroso) e aqui nem assusta e nem prende o público, o filme conta claro, com bons efeitos especiais, mas nada que supere o que você já viu na tela em termos de destruição de Manhattan,aliás definitivamente o lugar favorito dos extra-terrestes e porque não deste E.T. que escreve esta coluna para vocês, meus sete terráqueos favoritos. A premissa do filme permanece a mesma do original, cogitando a possibilidade dos humanos serem uma ameaça à Terra e não os alienígenas, o que sempre me pareceu um tanto quanto óbvio, basta analisarmos o que nossa raça tem feito a este planeta de tempos em tempos. O pobre alien Klaatu interpretado por Keanu -que tomou aulas de interpretação com Scharwzenegger- bem que tenta convencer a raça humana de que estão acabando com o planeta, mas quem mandou escolher os EUA? Claro que leva bomba, tiro, porrada, tudo de uma só vez pra tentar esquecer de convencer que nós, humanos, eternamente representados por ele, o presidente dos EUA, estamos errados. Mas o fato é que o pobre ET veio na gestão errada. Deve ter pego o governo BUSH e aí só podia dar em guerra mesmo. E ainda deu sorte de não ir pra Guantánamo! Talvez se fizesse uma visita pra gente na atual gestão Obama “Paz & Amor”, arrumaria um cargo em alguma esfera do governo na área ecológica. Mas o fato é que veio na época errada então levou bala e aí começa a velha história que a gente ta cansado de ver: ET bonzinho é mal interpretado, resolve destruir tudo, mas encontra uma mulher linda que evidentemente é cientista (você já viu uma cientista a cara da Jennifer Connelly? O dia que existir uma assim eu quero nascer hamster) e quer ajudá-lo e ainda traz um garotinho chato (o filho chato do Will Smith, que mais parece o Mini Mim do astro versão Jamaica) pro ET ficar amigo e sentir pena da humanidade. Pronto é o resumão do filme e vá por mim, que tu não vai ver nada além disto. Tudo bem que tem pontos interessantes: o robô gigante, o Monty Python John Cleese numa participação que se você piscar os olhos perde e ela, a segunda musa do Cinelândia Jennifer Connelly, a mulher mais linda do mundo, depois da minha, claro porque eu não sou besta. Também é válido dizer que a idéia do filme nos faz pensar um pouco nesta raça pedante, estranha e absolutamente confusa que é o ser humano. O único animal que fabrica o seu próprio inseticida. Porque somos tão autodestrutivos? Porque nossa sede de querer nunca tem fim? Se você tem uma casa e ela está cheia de cupins, você destrói a casa ou aniquila com os cupins? Pense nisto quando alguém lhe disser que o mundo está para acabar. Será que o dono do mundo (da casa) destruirá o planeta ou a raça humana (cupins)? Será que não está mais do que na hora da gente parar pra pensar e rever todos nossos conceitos sobre o ambiente em que vivemos e o que estamos fazendo com ele? Ficam aí as perguntas pra você pensar enquanto deixa a torneira ligada à toa, enquanto polui o ar com seu carro desregulado, joga sujeira nos rios, não recicla lixo entre outras atividades que para você até hoje não é problema seu. Que os aliens de fato venham nos visitar e nos salvem de gente como você, nos salvem de atores como Keanu Reeves, nos salvem de remakes de clássicos e nos salvem da má educação de gente que ainda insiste em tirar os sapatos no cinema, fedendo chulé e obrigando o pobre coitado ao lado respirar tamanha poluição. Melhor frase do filme: “Perto do abismo nos tornamos, melhor!” Para quem destrói, está na hora de dar um passo a frente.
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