BALANÇO DAS CADEIRAS...DO OSCAR
E acabou o carnaval, que aliás, de festa da carne passou a ser festa do músculo. Quanta mulher forte, meu Deus. Parecia mais o desfile dos 300 de Esparta na passarela. Mas o tom da conversa é Oscar, ou melhor pós-Oscar, já que o pré, modéstia à parte o pai Maurício acertou tudo em matéria de premiação e já pode cobrar para dar consultas sobre amor, palpite de mega-sena, proposta de emprego, etc e tals. A festa do Oscar foi bacana e como eu também previ na matéria, a recessão tomou conta do show e claro, Hugh “Wolverine” Jackman, roubou a cena, ironizando a academia, que por falta de verba havia cortado o show de abertura, e ele financiou do seu bolso uma espécie de Ed Wood Show. Hugh cantou, dançou, fez piadas com a platéia, agarrou Anne Hathaway e Beyoncé provou ser um show-man de dar inveja aos que já passaram por ali na mesma função do galã, fazendo tudo que um show da Broadway, ou neste caso Off-Broadway espera de seu protagonista. Fora Wolverine, a estrela da noite, claro, foi mesmo “Quem Quer Ser um Milionário?” e sua trupe, que mais parecia ônibus de excursão ao PlayCenter de tanta gente que tinha. A filme faturou oito estatuetas, e se igualou a marca de estatuetas do outro longa rodado na Índia, a cinebiografia de “Gandhi”. Dentre as mudanças prometidas para a festa, algumas foram bem interessantes como a das premiações de atores e atrizes, onde cinco vencedores vinham ao palco falar do trabalho de cada um dos cinco indicados. Uma espécie de preparação para a derrota, com elogios de consolação, para evitar micos como os já relatados na matéria passada, com seus maus perdedores. Dentre todos os discursos, o mais brilhante foi o de Robert de Niro (quase uma declaração de amor) para Sean Penn, que faturou sua segunda estatueta desbancando o favorito da imprensa (menos deste singelo jovem que já havia decretado voto a Penn, com uma coluna em sua homenagem) e da banca de apostas, Mickey Rourke, que Hollywood provou não gostar tanto assim de retornos ou de talvez achar o moço politicamente incorreto demais para o Oscar 2009. Já a superestimada Kate Wislet, desta vez (até que enfim) levou, desbancando Meryl Streep e Jolie e claro superando a todos com o discurso mais chato e pré-potente da Academia. Pior que o discurso dela só a apresentação brega de Queen Latifah no obituário do astros, que de tão chata, fez com que tal obituário aumentasse em 25% com suicídios na platéia. Quem também não inovou e nem arriscou foi a TNT. Tá faltando um contraponto com os comentários de Rubens Edwald Filho, para dar um molho. Uma certa dose de humor mais ácido no roteiro. A propósito, meu passe está livre e o roteiro seria bem mais animado. Falando em roteiro, outra novidade e muito bem elaborada foi a premiação de roteiro original e roteiro adaptado, onde os comediantes Tina Fey e Steve Martin interpretaram um texto que era escrito num telão atrás deles à medida que falavam. Num dos momentos, Fey soltou a frase: "Já se disse que escrever é viver para sempre" e Martin emendou: "O homem que disse isso está morto", ambos cutucaram também a Cientologia, doutrina muito popular entre atores de Hollywood, que Martin já havia ironizado no filme “Bowfinger”. A animação Wall-E foi a vencedora, já que injustamente não fora indicada como melhor filme (repito que era mais um melhor que “O leitor”) e nem levou melhor canção, que aliás, foi a pior de todos os tempos. O extinto Tatoo da Ilha da Fantasia ressuscitou cantando duas canções do filme “Quem quer ser milionário” e faturando 2 Oscars de “Já que não tem nada, leva você mesmo assim fortalece nosso acordo com Bolly-brega-Wood. Finalizando a coluna claro, não poderia esquecer do momento bacana e do mico da noite. O bacana vai pro genial Robert Downey Jr. que ao ser perguntado por uma jornalista que grife estava ele e sua esposa usando, respondeu: “Eu estou usando preto e ela, vermelho”. Palmas para Downey no combate à futilidade! Já o momento mico vai para o diretor vencedor Danny Boyle que se desculpou por esquecer de registrar o nome da coreógrafa da cena final do filme (aliás, uma cena patética ao estilo High School Music) nos créditos, porém esqueceu de dizer o nome dela no discurso também. Será que ele queria mesmo a cena Bollywoodiana ao final? Bom, me desculpando por ter encarnado o Jabor no Oscar Titanic, vou me retirando e já correndo atrás de patrocínio para ver se ao menos em 2010 eu consigo cobrir a festa “in loco” eu, louco!
2 comentários:
Bela resenha, compartilhamos das mesmas opinioes quanto ao Oscar desse ano, princialmente a parte da Queen Latifah Rsrsrs Só não mudei de canal porque tava interessado na lista...
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Compartilho com muitos...
“É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.” (Salvador Dali).
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