O PESO LEVE DA IDADE
O filosofo Rousseau dizia que “na juventude deve-se acumular o saber e na velhice fazer uso dele.” E Clint Eastwood soube seguir bem esta regra. Aos 78 anos de idade, esbanjando virilidade, o astro, que desde os 25 acumula experiências por seus números trabalhos no mercado cinematográfico, se tornou parte da cultura popular americana e a prova viva da tese de que não paramos de nos divertir por ficarmos velhos, e sim envelhecemos porque paramos de nos divertir e por isto Eastwood se diverte e muito até hoje. Ele já se tornou nome de canção Pop, já foi homenageado por bandas de rock, uma delas leva até seu nome, já virou personagem de vídeo game e de quadrinhos, teve referências à sua pessoa ou seus personagens em inúmeros filmes, já foi prefeito de uma cidade da Califórnia, já faturou duas vezes a dobradinha melhor diretor/melhor filme na premiação do Oscar e concorreu em diversas categorias pro seus filmes, sem contar as centenas de prêmios que já recebeu por sua vasta obra, resumindo, Clint é retrato perfeito da boa velhice, que disposta acumula experiência e as põe em prática constante, podendo enrugar a pele, mas nunca enrugar a alma, com tamanho entusiasmo e disposição que o jovem senhor distribui.
No Oscar deste ano, sentiu-se a falta da presença constante de Eastwood que mesmo lançando dois bons filmes no ano, não concorreu em nenhum deles. O primeiro foi a comovente e verídica história de uma mãe (Angelina Jolie, indicada ao Oscar por sua atuação neste filme) que ao ter seu filho sequestrado, tenta provar a todo custo que o garoto encontrado e entregue a ela, pela polícia, não é seu filho. Clint assinou também a trilha sonora do filme. Já em Gran Torino, o segundo filme em questão, Clint não só dirige como também protagoniza uma história comovente sobre racismo e intolerância. Sem atuar desde 2004, o ator-diretor aqui resolveu fazer uma homenagem talvez a dois de seus grandes personagens de sua vasta filmografia: o misterioso “Homem sem Nome” da trilogia dos dólares, criada por Sergio Leone e o memorável Dirty Harry, policial durão de São Francisco, que já se tornou parte da cultura americana. Clint condensou ambos no rusticamente carismático personagem Walt Kowalski, um ex-combatente da Guerra da Coréia e montador de carros aposentado que passa seus dias na porta de casa vendo o movimento da rua, tomando cerveja e xingando seus vizinhos asiáticos. O filme começa em torno desta xenofobia americana, mas após um incidente com a paixão de Kowalski, seu Gran Torino – carro esportivo de 1972,conservadíssimo – o filme toma outro rumo e aqueles que aparentemente eram vistos como inimigos, se tornam amigos próximos e a vida até aquele momento, vazia do protagonista começa a tomar uma forma mais consistente junto ao surgimento de uma nova razão para se viver ou de um novo ideal para morrer. O filme peca pela atuação de novatos no elenco, mas as cenas com Clint já valem o ingresso. Com um ritmo previsível, mas um final imprevisível a mensagem é clara e comovente. Uma grande parte da juventude em inúmeros pontos do mundo anda se perdendo por falta de objetivos, de rumo, cultura e acima de tudo por falta de amor e isto acaba trazendo conseqüências drásticas e talvez como nas tribos, esteja na hora dos caciques, pajés e xamãs – homens que acumulam anos e sabedoria - comecem a interferir para que possamos viver num mundo mais justo, onde os erros dos antigos não sejam copiados e sim reparados, pois para os ignorantes, a velhice pode ser o inverno da vida, mas para os sábios, é a época da colheita. O respeito pelo próximo é uma arte que deveria envelhecer como os bons vinhos e ficar a cada dia mais encorpada, pois nesta vida, meus caros sete leitores cada um tem a idade que seu coração quiser e este não tem rugas. A velhice produz mais rugas no espírito que no rosto e Clint, Keith Richards e Hebe - que fez 80 anos - que nos dêem a fórmula desta eterna juventude.
sexta-feira, 27 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
VOCÊ ESTÁ RINDO DE QUÊ?
O humor é a quintessência da verdade e por trás de toda comédia há sempre um assunto sério a ser debatido ou pelo menos analisado. A missão da comédia sempre foi representar em geral todos os defeitos do homem, e, em particular, dos homens de nosso tempo, como já filosofava há séculos atrás o dramaturgo Moliére, pai da comédia nos teatros e maior prova de que os homens do seu tempo e os do nosso tempo não mudaram muita coisa quando o assunto é ter defeitos. O humor é ácido e ferino e sua maior missão é nos colocar para pensar, pois o bom comediante nos apresenta um modo inteligente de observação do mundo. Enquanto os atores se especializam em artes cênicas, o bom comediante deve especialista em artes cínicas e alguns tem até PhD e Doutorado nesta disciplina como é o caso de Groucho Marx, Woody Allen, Bob Hope e o homenageado de hoje da coluna: Sr. Mel “Its good to be the King” Brooks.
De origem judaica assim como 8 em cada 10 comediantes – assunto este que merecia um estudo científico profundo – Mel, começou sua carreira aos 21 anos de idade escrevendo textos de humor para TV, até criar o Agente 86, o que lhe ajudou a abrir as portas para o mundo do cinema e estrear nas telonas com o hilário “Primavera para Hitler” que já lhe rendeu de cara um Oscar de melhor roteiro original. De lá pra cá, Mel Brooks pintou e bordou no cinema, na TV e no teatro com pérolas do humor e da sátira, que esculacharam temas polêmicos, personalidades, ícones do cinema e por aí afora num festival de gargalhadas. Brooks zombou de nazismo, inquisição, revoluções, religião, sempre com inteligência e uma irreverência fora do comum, além de destilar todo seu veneno cômico e crítico em praticamente todas as vertentes do cinema, satirizando filmes de agente secreto com o impagável Agente 86 , filmes de Western (Banzé no Oeste), terror (O Jovem Frankstein e Drácula - morto mas feliz), aventura (A louca louca história de Robin Hood), espionagem e nazismo (Sou ou não Sou), suspense (Alta Ansiedade), musicais (Primavera para Hitler e depois seu remake Os Produtores), ficção científica (S.O.S. - Tem um louco solto no espaço), cinema mudo (A última loucura de Mel Brooks) e até filmes bíblicos ou épicos, como a História do Mundo - parte I (mais uma piada com Hollywood e sua onda de sequências, já que nunca Mel escreveu a Parte 2) que foi lançada esta semana em DVD para colecionadores. Brooks é um grande reciclador de material criativo e sua biografia e filmografia já prova isto. Diretor, dublador de desenhos, compositor, cantor, roteirista, dramaturgo, produtor, ator, Brooks é daqueles artistas criadores inquietos que não para de criar. Uma verdadeira fonte inesgotável de piadas geniais e gags absurdamente engraçadas. Reza a lenda que quando era Stand Up em hotéis de luxo, caso a platéia não se empenhava em rir de suas piadas, ele saia do palco, se atirava na piscina do hotel , voltava encharcado e continuava com as piadas ganhando assim a simpatia da público, no mínimo pelo seu esforço. Nos tempos de hoje há uma certa necessidade de sátiras com esta qualidade de humor, porque nunca houve tanta estrela pra tão pouca constelação, e estas parecem seguir sua trajetória imunes ao esculacho da comédia e seu caráter denunciador. A sátira é essencialmente paródica, pois ela se cria através do rebaixamento destas personalidades (reais ou fictícias), instituições ou temas que, segundo as convenções clássicas, deveriam ser tratados em estilo elevado e respeito doutrinador e Brooks nos prova o contrário, provando-nos que a comédia é a reprodução fiel da vida, é o espelho dos costumes e a imagem mais pura da verdade, nos ensinando a rir e derrubar esta gente de seus pedestais imaginários. Eu, como humorista e graças a Deus respirando bom humor, amo a comédia, pois o que mais caracteriza esta irreverência satírica é o seu caráter denunciador e moralizador. O objetivo desta arte é atacar os males da sociedade, o que inclusive deu origem à expressão latina: castigat ridendo moris, que significa "castigar os costumes pelo riso". Ou seja: a sátira ri de assuntos e pessoas "sérias", para denunciar o que há de podre por trás da fachada nobre que a todo custo tenta nos fazer crer naquilo que não é real. Portanto o riso satírico é oposto à esta idealização épica que nos foi imposta. Em cima destas teorias, Mel Brooks afirma que “Enquanto o mundo continuar girando, vamos ficar tontos e cometer erros” e aí nós concordamos e agradecemos, pois quanto mais os homens erram e quanto mais imperfeitos e tontos sejam, gênios como Mel Brooks tiram destas situações o elixir que nos faz rir e pensar, lembrando claro, que rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. E você? Vai rir de que?
O humor é a quintessência da verdade e por trás de toda comédia há sempre um assunto sério a ser debatido ou pelo menos analisado. A missão da comédia sempre foi representar em geral todos os defeitos do homem, e, em particular, dos homens de nosso tempo, como já filosofava há séculos atrás o dramaturgo Moliére, pai da comédia nos teatros e maior prova de que os homens do seu tempo e os do nosso tempo não mudaram muita coisa quando o assunto é ter defeitos. O humor é ácido e ferino e sua maior missão é nos colocar para pensar, pois o bom comediante nos apresenta um modo inteligente de observação do mundo. Enquanto os atores se especializam em artes cênicas, o bom comediante deve especialista em artes cínicas e alguns tem até PhD e Doutorado nesta disciplina como é o caso de Groucho Marx, Woody Allen, Bob Hope e o homenageado de hoje da coluna: Sr. Mel “Its good to be the King” Brooks.
De origem judaica assim como 8 em cada 10 comediantes – assunto este que merecia um estudo científico profundo – Mel, começou sua carreira aos 21 anos de idade escrevendo textos de humor para TV, até criar o Agente 86, o que lhe ajudou a abrir as portas para o mundo do cinema e estrear nas telonas com o hilário “Primavera para Hitler” que já lhe rendeu de cara um Oscar de melhor roteiro original. De lá pra cá, Mel Brooks pintou e bordou no cinema, na TV e no teatro com pérolas do humor e da sátira, que esculacharam temas polêmicos, personalidades, ícones do cinema e por aí afora num festival de gargalhadas. Brooks zombou de nazismo, inquisição, revoluções, religião, sempre com inteligência e uma irreverência fora do comum, além de destilar todo seu veneno cômico e crítico em praticamente todas as vertentes do cinema, satirizando filmes de agente secreto com o impagável Agente 86 , filmes de Western (Banzé no Oeste), terror (O Jovem Frankstein e Drácula - morto mas feliz), aventura (A louca louca história de Robin Hood), espionagem e nazismo (Sou ou não Sou), suspense (Alta Ansiedade), musicais (Primavera para Hitler e depois seu remake Os Produtores), ficção científica (S.O.S. - Tem um louco solto no espaço), cinema mudo (A última loucura de Mel Brooks) e até filmes bíblicos ou épicos, como a História do Mundo - parte I (mais uma piada com Hollywood e sua onda de sequências, já que nunca Mel escreveu a Parte 2) que foi lançada esta semana em DVD para colecionadores. Brooks é um grande reciclador de material criativo e sua biografia e filmografia já prova isto. Diretor, dublador de desenhos, compositor, cantor, roteirista, dramaturgo, produtor, ator, Brooks é daqueles artistas criadores inquietos que não para de criar. Uma verdadeira fonte inesgotável de piadas geniais e gags absurdamente engraçadas. Reza a lenda que quando era Stand Up em hotéis de luxo, caso a platéia não se empenhava em rir de suas piadas, ele saia do palco, se atirava na piscina do hotel , voltava encharcado e continuava com as piadas ganhando assim a simpatia da público, no mínimo pelo seu esforço. Nos tempos de hoje há uma certa necessidade de sátiras com esta qualidade de humor, porque nunca houve tanta estrela pra tão pouca constelação, e estas parecem seguir sua trajetória imunes ao esculacho da comédia e seu caráter denunciador. A sátira é essencialmente paródica, pois ela se cria através do rebaixamento destas personalidades (reais ou fictícias), instituições ou temas que, segundo as convenções clássicas, deveriam ser tratados em estilo elevado e respeito doutrinador e Brooks nos prova o contrário, provando-nos que a comédia é a reprodução fiel da vida, é o espelho dos costumes e a imagem mais pura da verdade, nos ensinando a rir e derrubar esta gente de seus pedestais imaginários. Eu, como humorista e graças a Deus respirando bom humor, amo a comédia, pois o que mais caracteriza esta irreverência satírica é o seu caráter denunciador e moralizador. O objetivo desta arte é atacar os males da sociedade, o que inclusive deu origem à expressão latina: castigat ridendo moris, que significa "castigar os costumes pelo riso". Ou seja: a sátira ri de assuntos e pessoas "sérias", para denunciar o que há de podre por trás da fachada nobre que a todo custo tenta nos fazer crer naquilo que não é real. Portanto o riso satírico é oposto à esta idealização épica que nos foi imposta. Em cima destas teorias, Mel Brooks afirma que “Enquanto o mundo continuar girando, vamos ficar tontos e cometer erros” e aí nós concordamos e agradecemos, pois quanto mais os homens erram e quanto mais imperfeitos e tontos sejam, gênios como Mel Brooks tiram destas situações o elixir que nos faz rir e pensar, lembrando claro, que rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. E você? Vai rir de que?
sábado, 14 de março de 2009
O ABORTO DA RAZÃO
Comemorou-se este mês, mais um dia internacional de mulher. Evidente que mais uma invenção do comércio, só que sem muito sucesso, até porque verdade seja dita o dia da mulher é todo dia, e ninguém contribui mais para o comércio, do que elas mesmas. Mas como a coluna é sobre elas, vocês já imaginaram um mundo sem mulher? Não haveria vida, não haveria amor, não haveria prazer e claro, o cinema não teria a menor graça. Quem conseguiria conduzir um pai de família sério a um adultério se não Kelly Le Brock e ao mesmo tempo quem não faria um homem desistir de uma tentativa de adultério, se não a Glen Close? Quem nunca sonhou em pegar um ônibus lotado e sentar ao lado de Sônia Braga e sua personagem da Dama do Lotação? Quem nunca quis morar ao lado de um pecado como Marylin Monroe? Ou quem sabe se perder num planeta comandado pela sexy Jane Fonda e sua eterna Barbarella? Entre outras mil situações que alimentam nossos sonhos e abastecem nossa libido, induzindo-nos até mesmo a ser atacado por uma psicopata como Sharon Stone, fazer um programa com uma prostituta linda e romântica como Julia Roberts ou simpática e sonhadora como Cabíria, ser por um dia Jabba, the Hut para ter em seu poder a Princesa Leia, ou quem dera ser uma das centenas de fantasias de Emanuelle ou então a ter maior fantasia de todo homem: as Bond Girls. Bom, já deu pra se ter uma prévia do que seria o cinema sem as mulheres. Tá, mas aí minhas leitoras vão achar que a coluna foi machista, então como sabem que estou longe deste adjetivo, vamos relembrar juntos algumas personagens femininas, reais e importantes a ponto de suas histórias de vida serem levadas às telonas, como foi o caso de Frida Kahlo, Virginia Wolf, Joana Darc, Erin Brockovich, Evita, Zuzu Angel, Elizabeth, Cleópatra e tantas outras, sem contar as personagens femininas saídas da mente de algum roteirista, assim como eu, fissurado por estes seres perfumados, de pele macia, sensíveis e incrivelmente sedutoras: Thelmas, Louises, Annie Halls ou Lolitas! Estas mulheres que deixam até Don Juan – com a cara do Johnny Depp - de joelhos; mulheres que seduzem anjos, mafiosos, gorilas gigantes, psicopatas; mulheres que seduzem até mesmo a morte, ainda que na pele de Brad Pitt. Confesso aqui meu verdadeiro fascínio sobre estes seres. Eu sempre confiei mais no instinto de uma mulher do que na razão de cem homens e por isto sempre vivi rodeado por elas. Mãe, avó, tia, irmã, amigas, amantes, atrizes, namoradas, musas, todas sempre me seduzindo e me fazendo perceber que meu humor é apenas um reflexo do amor que tenho por elas sobre um fundo de pureza, mas que a verdadeira pureza é a própria mulher. Eu devo tudo - ou o pouco - que sou às mulheres. O coração delas, assim como muitos instrumentos depende de quem o toca. E com elas, aprendi a ser maestro desta sinfonia.
Claro que a música regida para mãe sempre será imortal e a da mulher que estiver ao meu lado hoje, sempre será infinita até enquanto durar, como já previa Vinicius, que morreu de tanto amar. O fato é que todos nós sabemos que o mundo seria melhor se comandado por elas, porque elas amam muito mais do que nós homens, portanto merecem respeito, carinho e acima de tudo extrema compreensão e mesmo assim ainda há pessoas que insistem em seguir num contra-senso com a história e ir de encontro ao retrocesso intelectual. Caso recente de um simples bispo de Olinda, que já é matéria mundial, tornado-se mais uma pedra no sapato da igreja católica, que já mandava em nossas almas e agora, graças a este senhor, quer mandar também em nossos corpos. Vamos deixar claro que sou católico e absolutamente contra o aborto, mesmo ciente do fato que a mãe de Hitler havia pensado nesta hipótese, porém sou muito mais contra o estupro, que além de ser um crime covarde e hediondo, deixa marcas e cicatrizes incuráveis eternamente doloridas no corpo e na alma da vítima, como no caso desta pobre menina de NOVE anos de idade, estuprada pelo padrasto, sendo OBRIGADA a abortar - pois corria sério risco de morte no parto - e aí vêm um bispo da igreja e simplesmente a condena e pior, excomunga o médico que fez o aborto - diga-se de passagem, neste caso de forma legal pelas leis de nosso país - e ainda condena a pobre menina à execração pública. Pinta um xis vermelho nas costas da pobre criança. Até quando bispos, pastores e líderes espirituais vão agir como se de fato fossem representantes de Deus e assim sendo, acima da lei? Eu só acredito quando um deles me apresentar uma procuração do Próprio, assinada: Deus! Até este dia chegar, mantenho minha fé e sigo uma única lei, que é a de amar o próximo como desejaria ser amado. Esta é a lei universal que deveria ser seguida, pois só assim viveríamos num mundo mais justo. Meu lamento à esta criança vítima de um monstro, que chamava-a de filha e meus parabéns ao excelente médico de Olinda por tê-la salvo. Quanto à Igreja, creio que esteja na hora de rever alguns conceitos do direito canônico, absolutamente retrógrado às leis contemporâneas. A igreja deve sim respeitar a MULHER e o templo da mesma, conhecido como corpo. E assim como deveria ser favorável ao aborto em casos extremos como o estupro ou no caso de anencefalia, deveria também evitar o estupro de almas e abortar de sua instituição bispos anencéfalos como este.
Está na hora do mundo aprender a ouvir os olhos de uma mulher!
Comemorou-se este mês, mais um dia internacional de mulher. Evidente que mais uma invenção do comércio, só que sem muito sucesso, até porque verdade seja dita o dia da mulher é todo dia, e ninguém contribui mais para o comércio, do que elas mesmas. Mas como a coluna é sobre elas, vocês já imaginaram um mundo sem mulher? Não haveria vida, não haveria amor, não haveria prazer e claro, o cinema não teria a menor graça. Quem conseguiria conduzir um pai de família sério a um adultério se não Kelly Le Brock e ao mesmo tempo quem não faria um homem desistir de uma tentativa de adultério, se não a Glen Close? Quem nunca sonhou em pegar um ônibus lotado e sentar ao lado de Sônia Braga e sua personagem da Dama do Lotação? Quem nunca quis morar ao lado de um pecado como Marylin Monroe? Ou quem sabe se perder num planeta comandado pela sexy Jane Fonda e sua eterna Barbarella? Entre outras mil situações que alimentam nossos sonhos e abastecem nossa libido, induzindo-nos até mesmo a ser atacado por uma psicopata como Sharon Stone, fazer um programa com uma prostituta linda e romântica como Julia Roberts ou simpática e sonhadora como Cabíria, ser por um dia Jabba, the Hut para ter em seu poder a Princesa Leia, ou quem dera ser uma das centenas de fantasias de Emanuelle ou então a ter maior fantasia de todo homem: as Bond Girls. Bom, já deu pra se ter uma prévia do que seria o cinema sem as mulheres. Tá, mas aí minhas leitoras vão achar que a coluna foi machista, então como sabem que estou longe deste adjetivo, vamos relembrar juntos algumas personagens femininas, reais e importantes a ponto de suas histórias de vida serem levadas às telonas, como foi o caso de Frida Kahlo, Virginia Wolf, Joana Darc, Erin Brockovich, Evita, Zuzu Angel, Elizabeth, Cleópatra e tantas outras, sem contar as personagens femininas saídas da mente de algum roteirista, assim como eu, fissurado por estes seres perfumados, de pele macia, sensíveis e incrivelmente sedutoras: Thelmas, Louises, Annie Halls ou Lolitas! Estas mulheres que deixam até Don Juan – com a cara do Johnny Depp - de joelhos; mulheres que seduzem anjos, mafiosos, gorilas gigantes, psicopatas; mulheres que seduzem até mesmo a morte, ainda que na pele de Brad Pitt. Confesso aqui meu verdadeiro fascínio sobre estes seres. Eu sempre confiei mais no instinto de uma mulher do que na razão de cem homens e por isto sempre vivi rodeado por elas. Mãe, avó, tia, irmã, amigas, amantes, atrizes, namoradas, musas, todas sempre me seduzindo e me fazendo perceber que meu humor é apenas um reflexo do amor que tenho por elas sobre um fundo de pureza, mas que a verdadeira pureza é a própria mulher. Eu devo tudo - ou o pouco - que sou às mulheres. O coração delas, assim como muitos instrumentos depende de quem o toca. E com elas, aprendi a ser maestro desta sinfonia.
Claro que a música regida para mãe sempre será imortal e a da mulher que estiver ao meu lado hoje, sempre será infinita até enquanto durar, como já previa Vinicius, que morreu de tanto amar. O fato é que todos nós sabemos que o mundo seria melhor se comandado por elas, porque elas amam muito mais do que nós homens, portanto merecem respeito, carinho e acima de tudo extrema compreensão e mesmo assim ainda há pessoas que insistem em seguir num contra-senso com a história e ir de encontro ao retrocesso intelectual. Caso recente de um simples bispo de Olinda, que já é matéria mundial, tornado-se mais uma pedra no sapato da igreja católica, que já mandava em nossas almas e agora, graças a este senhor, quer mandar também em nossos corpos. Vamos deixar claro que sou católico e absolutamente contra o aborto, mesmo ciente do fato que a mãe de Hitler havia pensado nesta hipótese, porém sou muito mais contra o estupro, que além de ser um crime covarde e hediondo, deixa marcas e cicatrizes incuráveis eternamente doloridas no corpo e na alma da vítima, como no caso desta pobre menina de NOVE anos de idade, estuprada pelo padrasto, sendo OBRIGADA a abortar - pois corria sério risco de morte no parto - e aí vêm um bispo da igreja e simplesmente a condena e pior, excomunga o médico que fez o aborto - diga-se de passagem, neste caso de forma legal pelas leis de nosso país - e ainda condena a pobre menina à execração pública. Pinta um xis vermelho nas costas da pobre criança. Até quando bispos, pastores e líderes espirituais vão agir como se de fato fossem representantes de Deus e assim sendo, acima da lei? Eu só acredito quando um deles me apresentar uma procuração do Próprio, assinada: Deus! Até este dia chegar, mantenho minha fé e sigo uma única lei, que é a de amar o próximo como desejaria ser amado. Esta é a lei universal que deveria ser seguida, pois só assim viveríamos num mundo mais justo. Meu lamento à esta criança vítima de um monstro, que chamava-a de filha e meus parabéns ao excelente médico de Olinda por tê-la salvo. Quanto à Igreja, creio que esteja na hora de rever alguns conceitos do direito canônico, absolutamente retrógrado às leis contemporâneas. A igreja deve sim respeitar a MULHER e o templo da mesma, conhecido como corpo. E assim como deveria ser favorável ao aborto em casos extremos como o estupro ou no caso de anencefalia, deveria também evitar o estupro de almas e abortar de sua instituição bispos anencéfalos como este.
Está na hora do mundo aprender a ouvir os olhos de uma mulher!
quarta-feira, 4 de março de 2009
QUEM VIGIA OS VIGILANTES?
Desde que o mundo é mundo e que a riqueza de informação é compatível com a nossa pobreza de atenção, que o homem sonha e depende de super- heróis para suprir nossas carências e afastar nossos maiores medos, sejam eles Homens Aranhas, Homens Morcegos, Homens de Ferro e porque não até o maior Homem e o mais Super de todos os tempos: Jesus - que para muitos é o Super Jesus que um dia virá voando dos céus para nos salvar e que para mim continuará sendo um cara iluminado que nos deu a maior lição, que ainda não aprendemos: AMAR! Talvez aí esteja o segredo para não se necessitar de heróis para nos salvar, afinal quem ama e vive de amor não precisa ser salvo de nada. Mas numa realidade mais fictícia e menos utópica que a minha, os heróis mascarados sempre serão uma presença real na história da humanidade. No nosso caso, o herói mais próximo seria o Chapolin Colorado, que apesar de mexicano, é o que mais se aproxima de nossa realidade. Mas já que o assunto é heróis, falemos do tão aguardado filme Watchmen, dirigido pelo talentoso Zack Snyder - diretor de 300 - baseado na famosa HQ escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, que é considerada a melhor de todos os tempos, por lidar com temáticas de orientação mais madura e menos superficial, quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais. A série recebeu inúmeros prêmios e uma honraria especial no tradicional Prêmio Hugo, voltado somente à literatura: é até o momento a única graphic novel a conseguir tal feito. Além disto, Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923. A trama de Watchmen é situada nos EUA de 1985, com um caricato Richard Nixon como presidente em um momento delicado no contexto da Guerra Fria e em vias de declarar uma guerra nuclear contra a União Soviética. Neste panorama um grupo de justiceiros fantasiados – os super-heróis ou vigilantes– são retratados como indivíduos verossímeis, que enfrentam problemas éticos e psicológicos, lutando contra suas neuroses e defeitos e evitando os arquétipos e super-poderes tipicamente encontrados nas figuras tradicionais do gênero. No filme recheado com uma trilha sonora fabulosa, um visual espetacular e um roteiro repleto de simbolismos, política, ética moral, bom humor e até filosofia com diálogos inteligentes e metafísicos, a história é contada a partir do assassinato de um dos heróis - o Comediante, que atuara nos últimos anos como agente do governo - chamando a atenção de Rorschach – personagem incapaz de se relacionar plenamente com seu semelhante e que projeta na luta contra o Mal seu senso de solidariedade e constrói sua própria moral - que passará toda a primeira metade da trama entrando em contato com seus antigos companheiros já aposentados, em busca de pistas - considerando praticamente todos como possíveis suspeitos - sendo assim agindo como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia. Em torno desta história giram tramas paralelas que exploram a natureza humana e as diferentes interpretações de cada pessoa para os conflitos do bem contra o mal – assim como em nossas vidas - através das histórias pessoais e relacionamentos dos personagens principais, como é o caso do Dr. Manhattan, um indivíduo dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia, elevando-o a um estado de semi-deus e peça chave no contexto da trama. Contar mais sobre o filme ou a história em si, estragaria a experiência da platéia, portanto fica a recomendação para quem curte uma boa dose de ação, efeitos especiais e uma história adulta e interessante, onde heróis assim como nós, não são tão “super” assim. Choram, sentem dor, aflição, medo e por que não repletos de sentimentos humanos, sejam eles bons ou maus. Aliás a nossa maior caricatura perante estes seres, são os nossos sentimentos, tanto que o herói mais famoso do mundo, o Super Homem, que aliás já nasceu Super Homem e com super poderes diferente dos demais, não se disfarça com máscaras ao ser herói, pois já o é. Ele se disfarça ao não ser herói, em seu alter-ego Clark Kent, que usa óculos, é fraco, inseguro de si próprio, é covarde, enfim é a visão do Super Homem sobre toda a raça humana. E a sua visão? Estamos mais para heróis, vilões ou simplesmente os coadjuvantes ou extras de uma história já traçada? Acredito que o verdadeiro herói seja aquele que não engula mais crenças do que ele possa digerir e que consiga viver de acordo com suas regras, respeitando sempre a maior regra de todas: Amar!
Desde que o mundo é mundo e que a riqueza de informação é compatível com a nossa pobreza de atenção, que o homem sonha e depende de super- heróis para suprir nossas carências e afastar nossos maiores medos, sejam eles Homens Aranhas, Homens Morcegos, Homens de Ferro e porque não até o maior Homem e o mais Super de todos os tempos: Jesus - que para muitos é o Super Jesus que um dia virá voando dos céus para nos salvar e que para mim continuará sendo um cara iluminado que nos deu a maior lição, que ainda não aprendemos: AMAR! Talvez aí esteja o segredo para não se necessitar de heróis para nos salvar, afinal quem ama e vive de amor não precisa ser salvo de nada. Mas numa realidade mais fictícia e menos utópica que a minha, os heróis mascarados sempre serão uma presença real na história da humanidade. No nosso caso, o herói mais próximo seria o Chapolin Colorado, que apesar de mexicano, é o que mais se aproxima de nossa realidade. Mas já que o assunto é heróis, falemos do tão aguardado filme Watchmen, dirigido pelo talentoso Zack Snyder - diretor de 300 - baseado na famosa HQ escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, que é considerada a melhor de todos os tempos, por lidar com temáticas de orientação mais madura e menos superficial, quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais. A série recebeu inúmeros prêmios e uma honraria especial no tradicional Prêmio Hugo, voltado somente à literatura: é até o momento a única graphic novel a conseguir tal feito. Além disto, Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923. A trama de Watchmen é situada nos EUA de 1985, com um caricato Richard Nixon como presidente em um momento delicado no contexto da Guerra Fria e em vias de declarar uma guerra nuclear contra a União Soviética. Neste panorama um grupo de justiceiros fantasiados – os super-heróis ou vigilantes– são retratados como indivíduos verossímeis, que enfrentam problemas éticos e psicológicos, lutando contra suas neuroses e defeitos e evitando os arquétipos e super-poderes tipicamente encontrados nas figuras tradicionais do gênero. No filme recheado com uma trilha sonora fabulosa, um visual espetacular e um roteiro repleto de simbolismos, política, ética moral, bom humor e até filosofia com diálogos inteligentes e metafísicos, a história é contada a partir do assassinato de um dos heróis - o Comediante, que atuara nos últimos anos como agente do governo - chamando a atenção de Rorschach – personagem incapaz de se relacionar plenamente com seu semelhante e que projeta na luta contra o Mal seu senso de solidariedade e constrói sua própria moral - que passará toda a primeira metade da trama entrando em contato com seus antigos companheiros já aposentados, em busca de pistas - considerando praticamente todos como possíveis suspeitos - sendo assim agindo como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia. Em torno desta história giram tramas paralelas que exploram a natureza humana e as diferentes interpretações de cada pessoa para os conflitos do bem contra o mal – assim como em nossas vidas - através das histórias pessoais e relacionamentos dos personagens principais, como é o caso do Dr. Manhattan, um indivíduo dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia, elevando-o a um estado de semi-deus e peça chave no contexto da trama. Contar mais sobre o filme ou a história em si, estragaria a experiência da platéia, portanto fica a recomendação para quem curte uma boa dose de ação, efeitos especiais e uma história adulta e interessante, onde heróis assim como nós, não são tão “super” assim. Choram, sentem dor, aflição, medo e por que não repletos de sentimentos humanos, sejam eles bons ou maus. Aliás a nossa maior caricatura perante estes seres, são os nossos sentimentos, tanto que o herói mais famoso do mundo, o Super Homem, que aliás já nasceu Super Homem e com super poderes diferente dos demais, não se disfarça com máscaras ao ser herói, pois já o é. Ele se disfarça ao não ser herói, em seu alter-ego Clark Kent, que usa óculos, é fraco, inseguro de si próprio, é covarde, enfim é a visão do Super Homem sobre toda a raça humana. E a sua visão? Estamos mais para heróis, vilões ou simplesmente os coadjuvantes ou extras de uma história já traçada? Acredito que o verdadeiro herói seja aquele que não engula mais crenças do que ele possa digerir e que consiga viver de acordo com suas regras, respeitando sempre a maior regra de todas: Amar!
segunda-feira, 2 de março de 2009
QUANDO JASON CHOROU
Depois da injustiça que Spielberg cometeu com os Tubarões, transformando-os em assassinos cruéis, quando na verdade eles são assassinados em número infinitamente maior, pelo homem, por motivos bem mais torpes; outro ser injustiçado é o psicopata Jason, considerado o maior assassino do cinema, porém em onze filmes somadas todas as suas mortes não equivalem a 1/3 das cometidas por Stallone em Rambo 2 e nem 1/10 das mortes causadas por Schwarzenegger em Comando para Matar, onde aliás tinha soldado que morria três vezes por falta de contingente, tamanha matança. Jason - amigo íntimo do Cinelândia e que aliás já me salvou de grandes confusões no programa - matou apenas cerca de 180 vítimas, que dividido pelo número de filmes daria pouco mais de dezesseis vítimas por filme, o que convenhamos é uma bagatela para um psicopata deste porte, ainda mais se levarmos em conta que no primeiro filme, sua mãe era a assassina e no episódio 5 as mortes foram feitas por um “copy cat” de Jason. Em cima disto, proponho uma nova visão sobre este vilão, assim como outros, tão incompreendido por nós, juízes do acaso. Sendo assim convoco Jason para uma análise, e quem sabe desta experiência surja o mais novo sucesso de Irvin Yalom intitulado “Quando Jason chorou”.
O rapaz nasce de um estupro ocasionado num “ménage à trois” entre sua mãe, Quasímodo e o Sloth dos Goonies. Como se esta tormenta já não bastasse, o pequeno Jason ao invés de ser escalado para algum casting do Fellini ou de David Lynch, tamanha esquisitice e feíura, o garoto é afogado por jovens cheios de testosterona que o confundem com isca de pescar tilápia. Após sua mãe ser decapitada por um remo - que não era o desarmado e perigoso - Jason ressuscita e parte para uma vida repleta de homicídios dolosos, onde sempre mata, mata, mata e no final morre, até ressurgir no próximo filme, assim como Bruce Willis, que a cada ano que passa fica mais “duro de matar” ainda. Mas o que realmente deixa Jason tão bravo? Mulher? Falta de mulher? Seria o Jason o verdadeiro virgem de quarenta anos? Seria esta a explicação mais plausível para o excessivo uso de lâminas afiadas, penetrando lindos corpos nus, que talvez sirvam para compensar alguma falha anatômica e concluir que a inveja do pênis não seja restrita às mulheres apenas? Enfim, onde está contida esta raiva silenciosa de Jason?
Uns tem o pobre moço hidrocefálico como um mero pastor xiita matador de adolescentes fornicadores e pecadores em Crystal Lake, onde a punição chega com passos silenciosos, enquanto outros alegam que Jason é um sábio, um profeta e que em todas estas mortes esteja contida uma mensagem subliminar. Eu acredito que Jason seja mais um cara frustrado, que sonhava apenas em tomar sua cervejinha sentado no sofá da sala, assistindo ao futebol de domingo, depois de um longa semana de trabalho no açougue em sociedade com o Leather Face. Ou quem sabe até, em outras funções que ele exerceria bem, como editor de TV com seus cortes precisos; ou quem sabe um amarelinho do CET já que o mesmo é implacável, onipresente, onipotente e acima de tudo indiferente à dor alheia. Mas acho que um bom emprego pro moço da máscara de Hóquei seria tomar o lugar do Pedro Bial, pois convenhamos que o processo de eliminação de BBBs pelas mãos de Jason seria muito mais interessante e gratificante para a tão acomodada audiência e a Globo ganharia até um novo espectador: euzinho. Mas enquanto nada disto rola, Jason fica mesmo no papel de eterno ícone da cultura Pop anos 80 e sujeito às humilhações do título que lhe confere, como em seu mais recente filme “Sexta feira 13” (nome original. né?), onde o psicopata agora, por falta de originalidade de roteiristas - que já o levaram ao inferno, já o transformaram rival de Kruegger, já até o levaram para o espaço e o deixaram anabolizado com uma máscara vilão Power Rangers - desta vez vira uma espécie de psico-mix (ou psico-mico) de Jogos Mortais com Segredo dos Inocentes, somado ao Massacre da Serra Elétrica, e mais todas as outras fórmulas contidas no mundo dos filmes de horror, para ver se o nosso assassino mascarado ainda assusta, mas o fato é que o mundo anda tão violento que as atrocidades cometidas por Jason em seus filmes tornaram-se dignas de boas gargalhadas. Portanto, meus caros sete leitores, não se assustem com os próximos lançamentos da série: “Jason vs Os irmãos Marx”, “Jason invade High School Music” ou “Jason encontra Ace Ventura”.
Ah que saudade dos anos 80, onde o Jason ainda assustava mais do que os diálogos dos filmes do Eddie Murphy. O fato é que assim como Chaplin, ainda creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror e verdade seja dita, se é para nos fazer rir, o Jason tem conseguido, mesmo com lágrimas nos olhos por trás daquela máscara. Ao som do tema de Jason, com a melodia “Ki ki ki ki Ma ma ma ma”, vou namorar pelado no lago dos patos com a minha gata enquanto Jason e nem o fiscal da CET não vêm.
Depois da injustiça que Spielberg cometeu com os Tubarões, transformando-os em assassinos cruéis, quando na verdade eles são assassinados em número infinitamente maior, pelo homem, por motivos bem mais torpes; outro ser injustiçado é o psicopata Jason, considerado o maior assassino do cinema, porém em onze filmes somadas todas as suas mortes não equivalem a 1/3 das cometidas por Stallone em Rambo 2 e nem 1/10 das mortes causadas por Schwarzenegger em Comando para Matar, onde aliás tinha soldado que morria três vezes por falta de contingente, tamanha matança. Jason - amigo íntimo do Cinelândia e que aliás já me salvou de grandes confusões no programa - matou apenas cerca de 180 vítimas, que dividido pelo número de filmes daria pouco mais de dezesseis vítimas por filme, o que convenhamos é uma bagatela para um psicopata deste porte, ainda mais se levarmos em conta que no primeiro filme, sua mãe era a assassina e no episódio 5 as mortes foram feitas por um “copy cat” de Jason. Em cima disto, proponho uma nova visão sobre este vilão, assim como outros, tão incompreendido por nós, juízes do acaso. Sendo assim convoco Jason para uma análise, e quem sabe desta experiência surja o mais novo sucesso de Irvin Yalom intitulado “Quando Jason chorou”.
O rapaz nasce de um estupro ocasionado num “ménage à trois” entre sua mãe, Quasímodo e o Sloth dos Goonies. Como se esta tormenta já não bastasse, o pequeno Jason ao invés de ser escalado para algum casting do Fellini ou de David Lynch, tamanha esquisitice e feíura, o garoto é afogado por jovens cheios de testosterona que o confundem com isca de pescar tilápia. Após sua mãe ser decapitada por um remo - que não era o desarmado e perigoso - Jason ressuscita e parte para uma vida repleta de homicídios dolosos, onde sempre mata, mata, mata e no final morre, até ressurgir no próximo filme, assim como Bruce Willis, que a cada ano que passa fica mais “duro de matar” ainda. Mas o que realmente deixa Jason tão bravo? Mulher? Falta de mulher? Seria o Jason o verdadeiro virgem de quarenta anos? Seria esta a explicação mais plausível para o excessivo uso de lâminas afiadas, penetrando lindos corpos nus, que talvez sirvam para compensar alguma falha anatômica e concluir que a inveja do pênis não seja restrita às mulheres apenas? Enfim, onde está contida esta raiva silenciosa de Jason?
Uns tem o pobre moço hidrocefálico como um mero pastor xiita matador de adolescentes fornicadores e pecadores em Crystal Lake, onde a punição chega com passos silenciosos, enquanto outros alegam que Jason é um sábio, um profeta e que em todas estas mortes esteja contida uma mensagem subliminar. Eu acredito que Jason seja mais um cara frustrado, que sonhava apenas em tomar sua cervejinha sentado no sofá da sala, assistindo ao futebol de domingo, depois de um longa semana de trabalho no açougue em sociedade com o Leather Face. Ou quem sabe até, em outras funções que ele exerceria bem, como editor de TV com seus cortes precisos; ou quem sabe um amarelinho do CET já que o mesmo é implacável, onipresente, onipotente e acima de tudo indiferente à dor alheia. Mas acho que um bom emprego pro moço da máscara de Hóquei seria tomar o lugar do Pedro Bial, pois convenhamos que o processo de eliminação de BBBs pelas mãos de Jason seria muito mais interessante e gratificante para a tão acomodada audiência e a Globo ganharia até um novo espectador: euzinho. Mas enquanto nada disto rola, Jason fica mesmo no papel de eterno ícone da cultura Pop anos 80 e sujeito às humilhações do título que lhe confere, como em seu mais recente filme “Sexta feira 13” (nome original. né?), onde o psicopata agora, por falta de originalidade de roteiristas - que já o levaram ao inferno, já o transformaram rival de Kruegger, já até o levaram para o espaço e o deixaram anabolizado com uma máscara vilão Power Rangers - desta vez vira uma espécie de psico-mix (ou psico-mico) de Jogos Mortais com Segredo dos Inocentes, somado ao Massacre da Serra Elétrica, e mais todas as outras fórmulas contidas no mundo dos filmes de horror, para ver se o nosso assassino mascarado ainda assusta, mas o fato é que o mundo anda tão violento que as atrocidades cometidas por Jason em seus filmes tornaram-se dignas de boas gargalhadas. Portanto, meus caros sete leitores, não se assustem com os próximos lançamentos da série: “Jason vs Os irmãos Marx”, “Jason invade High School Music” ou “Jason encontra Ace Ventura”.
Ah que saudade dos anos 80, onde o Jason ainda assustava mais do que os diálogos dos filmes do Eddie Murphy. O fato é que assim como Chaplin, ainda creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror e verdade seja dita, se é para nos fazer rir, o Jason tem conseguido, mesmo com lágrimas nos olhos por trás daquela máscara. Ao som do tema de Jason, com a melodia “Ki ki ki ki Ma ma ma ma”, vou namorar pelado no lago dos patos com a minha gata enquanto Jason e nem o fiscal da CET não vêm.
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