quinta-feira, 14 de abril de 2011

BOM MOCISMO NA MINHA CONTA NADA!



George Harrison e o mestre da cítara e pai de Norah Jones, Ravi Shankar, inauguraram a onda de concertos beneficentes, com o cultuado Concerto para Bangladesh. O evento contou com Dylan,Clapton, Ringo Star e animou 40 mil pessoas, mas a grana arrecadada demorou muito para chegar às mãos da UNICEF, devido às burocracias intermináveis. Na década de 80, o irlandês Bob Geldof, esquecido astro do clássico The Wall de Pink Floyd, para sair do ostracismo, teve uma idéia brilhante e criou o Live Aid, um mega show com o objetivo de arrecadar fundos em prol dos famintos da Etiópia. Inocência ou incompetência a maior parte do valor arrecadado foi desviado por líderes africanos e Bono, compatriota de Bob, o defendeu com o argumento de que o principal problema dos países pobres é a corrupção e não doenças ou a fome, mas que é melhor continuar investindo em prol dos necessitados do que abandoná-los com medo de um provável roubo. O fato é que Bono parece ser o único desta turma que se especializou em ser politicamente correto, e contrariando críticas ácidas de que tira proveito de seu altruísmo, não há acusações graves de desvios e toda reunião que teve com líderes mundiais, não fez feio e mostrou conhcer a fundo mais do problema que o próprio líder. Seria de fato Bono uma exceção à regra? O Live Aid de Geldof , na prática só serviu mesmo para imortalizar o Queen e reunir Ozzy com o Black Sabath, o que para o publico foi um banquete, já para os etíopes, não foi nenhum Mac dia feliz. De volta ao ostracismo, Bob criou em 2005 o Live 8, onde a proposta era convencer os 8 países mais ricos a perdoarem a dívida externa das nações mais pobres. Você consegue imaginar Bush e Tony Blair com camisetas do Bon Jovi, ouvindo Madonna, assinando perdão aos pobres endividados? Novamente o Live só funcionou para reunir mais uma banda brigada, aqui um Pink Floyd a contra-gosto. Outros astros, por altruísmo ou egoísmo, embarcaram nesta onda. Scorpions em parceria com Greenpeace fez um show no Amazonas com o tema “Chega de desmatamento! Sem Amazônia não há futuro". Jack Johnson tem uma organização destinada à iniciativas para programas de alimentação sustentável, preservação do oceano e ações de reflorestamento. Dave Matthews Band compensa as emissões de carbono de sua turnê, utilizando energia limpa e investindo em ações de reflorestamento e ainda estimula fãs a levarem suas garrafas de água, evitando a compra e descarte do plástico. Tem o time dos mais rebeldes, minha tribo, como Rage Against The Machine que com letras de protesto lutam por causas políticas e em prol dos menos afortunados. Em um DVD da banda ao vivo, o vocalista Zack de La Rocha entrevista ninguém menos que o comandante Marcos,principal porta-voz do comando militar do grupo indígena mexicano chamado Exército Zapatista de Libertação Nacional. Censurados e proibidos de realizarem concertos em alguns estados norte-americanos, a banda já subiu ao palco do Lollapalooza III, em protesto contra a censura, com cada membro da banda em pé e nu, durante 15 minutos, com uma fita preta na boca. Eddie Veder do Pearl Jam, outro rebelde, já brigou com empresas pelos preços dos ingressos, já fez campanha anti-Bush, até acompanhando Michael Moore (anti-Bush número 1) em palestras pelo país. Egocentrismo, oportunismo ou ingenuidade, o que importa é que estes astros além de movimentarem a economia, movimentam idéias e direcionam pensamentos, afinal o mundo não é colorido e muito menos romântico e bobo como uma canção breganeja. A devastação do meio ambiente, a fome, a miséria e a violência, estão aí batendo dia a dia na nossa cara e o rock que sempre foi a trilha dos rebeldes, anda desafinado e quase sem voz, então independente da critíca que se faça, eu ainda sou favorável a tais atitudes políticas e humanitárias. Não me importa que Bono é bilionário e faça discurso até perder a voz para que eu ou você, duros, possamos salvar o mundo. Bono não precisa ser espelho, mas pode e tem funcionado bem como farol. Comece em você a mudança que quer para o mundo, este é o meu recado a você amigo, leitor. Já ao Bono meu recado é mais simples: Bono já que és tão solidário, me dê 1% de vosso salário.

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